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três

"três"

GAIA  -

  Bernardo e eu tivemos que sair correndo do hospital quando percebemos que Cassie estava saindo e poderia nos ver, minha irmã e o menino Caleb ficaram deitados na cama nada confortável dele, encarando-se por um tempão, ele parecia contentar-se com a presença dela. E a cada dois minutos passava uma enfermeira para checar se eles não estavam fazendo nada "proibido". Por uns minutos invejei minha irmã, que era bem mais resolvida no amor do que eu.

⁃ Eu deveria falar com ela sobre isso?- perguntei, olhando para as minhas mãos- não acredito que ela não me contou... eu iria apoia-la.

⁃ Iria? Meu irmão é todo ferrado. Entendo sua irmã, ela nunca poderia levá-lo a um almoço com sua família sem que ele tivesse uma crise de pânico ou falasse alguma merda. Ela decidiu lidar com isso sozinha- Bernardo disse dando seta na direção oposta ao prédio- cada um resolve o problema de um jeito.

  Senti que cada palavra que ele falava fosse direcionada a mim.

⁃ Onde você está indo?- perguntei mais alto do que deveria- eu preciso ir para casa...

⁃ Vou comprar um chocolate quente para mim, quer alguma coisa?- declarou com a maior tranquilidade.

⁃ Você enlouqueceu? São três e quarenta da manhã, quem toma chocolate quente em algum lugar as três e quarenta DA MANHÃ?- bufei irritada e pedi mais uma vez para ele mudar a rota e voltar para casa.

Eu.

⁃ Pois tome sozinho, se eu não voltar para casa até as 5 da manhã, eu tô fodida, isso se meu padrasto já não acordou.

  Ele riu. Gargalhou alto como se eu fosse uma completa idiota e disse que voltaríamos antes das cinco, com toda a certeza Bernardo não estava me levando a sério e eu odiava quando as pessoas riam de mim no meu período nada curto de irritação.

⁃ Você é tão chata. Gaia, nunca experimentou nada novo? Você vai perceber que pessoas que acordam cedo, ou pessoas que têm uma prova difícil na faculdade ficam acordadas de madrugada e tomam muito mais do que um chocolate quente- ele falou franzindo a testa e olhando para mim quando o sinal ficou vermelho- você tem que aprender a se arriscar, ave mãe, vida a gente tem só uma, Gaia!

  Bernardo era o tipo de pessoa que gostava de viver, entendi isso naquela noite, ele não se importava em levar um puxão de orelha da mãe, mesmo que já estivesse na faculdade. Ele não queria saber se as pessoas não achavam suas piadas engraçadas, contava-as mesmo assim e ria sozinho. Bernardo não costumava fazer as coisas para os outros, fazia para ele e isso o fazia bem, desejei ser ele por um instante.

⁃ Eu só tomo capuccino- adverti.

⁃ O quê?

⁃ Você vai pagar, porque eu não trouxe dinheiro.

⁃ Você que manda, madame- acenou com a cabeça como uma reverência.

  Eu ficava irritada, porque tentava irrita-lo sem resultados, Bernardo não estava sucumbindo aos meus insultos. Desistindo e olhando pela janela concluí que o gosto musical dele era antiquado, não sabia ao certo quais músicas eram aquelas, porque tinham um toque que familiarizavam meu cérebro com algo antigo, depois tive certeza que era country. E eu nunca diria que Bernardo ouvia country velho.

⁃ Que música é essa?- perguntei.

⁃ You don't mess around with Jim- ele disse- só pessoas de extremo bom gosto conseguem aprecia-la.

  Observei-o morder a boca para não rir e dessa vez eu não aceitaria as suas indiretas, teimosia estava 98% do tempo comigo e não abriria mão facilmente daquilo.

⁃ É muito ruim essa música. Só pessoas de extremo mau gosto conseguem aprecia-la- torci o nariz e corrigi.

⁃ Fique feliz de não ter mais que ouvir minha música de extremo mau gosto- ele disse- chegamos.

  Saí do carro e senti minhas mãos suando, sempre tive dificuldade de me relacionar com as pessoas, talvez Bernardo não tenha reparado tanto, pois por algum motivo que eu desconhecia nós tínhamos criado uma intimidade inexplicável para conversar. Mas dois anos de terapia que vinham me seguindo não pareciam adiantar muito quando eu desci do carro e fiquei parada na porta da cafeteria, queria voltar para o carro, pensei em sair correndo, mas meu cérebro tinha tantas informações que eu simplesmente travei ali, não conseguia ouvir o que Bernardo estava dizendo, só conseguia sentir sua mão no meu ombro.

  Olhei para aquele lugar e me lembrei do meu primeiro dia de trabalho, minha mãe conversou com o gerente sobre uma vaga na cozinha e não no atendimento direto ao cliente, já que eu poderia ter crises de pânico na primeira vez que alguém reclamasse da temperatura do café. Eu estava confortável na minha vida de não comunicação e o cara a minha frente estava me levando a um lugar, onde eu teria que me decidir para pedir algo, eu poderia encontrar algum conhecido, ele poderia parar para conversar comigo e isso estava me assustando tanto. Mas eu não queria decepcionar o Bernardo.

⁃ Gaia- Bernardo colocou as duas mãos nos meus ombros e olhou nos meus olhos- você tá legal?

⁃ Eu- desviei meu olhar para o lado e senti minha testa começar a transpirar- não consigo, desculpa.

⁃ Tudo bem- declarou- fica no carro que eu pego um capuccino para você.

  Voltei para o carro, sentei aliviada por minhas pernas finalmente pararem de bambear, amaldiçoei-me por ter descontrolado, pensei em Cassie, o que ela pensaria quando chegasse em casa e eu não estivesse lá? Temi surtar de novo, odiava coisas novas, odiava pensar demais, queria que meu cérebro parasse de me aprisionar daquele jeito. Liguei o som e voltei a música do alguma coisa Jim. Bati os pés e respirei fundo. "Gaia, você deve respirar pelo nariz e soltar pela boca, mas devagar e calmamente, imagine que tem uma vela bem a sua frente, você não pode apaga-la, só pode fazer sua chama balançar, lembre-se de respirar assim", a voz da minha terapeuta ecoou na minha cabeça.

⁃ Eles são bem rápidos aqui- ele entrou no carro e entregou o cappuccino para mim, segurei o copo com uma mão e enxuguei a testa com a outra- talvez não tenha sido mesmo uma boa ideia, me desculpa, achei que eu pudesse te animar.

⁃ Não- engoli em seco, tentei não vacilar minha voz- tá tudo bem, sério. Eu só... A gente pode ficar aqui na frente mesmo, ouvindo a música do Jim.

⁃ Ah, parece que temos alguém que curte a música do Jim, afinal.

  Encostei o copo na boca e queimei a língua com o capuccino, meus olhos se encheram de lágrimas rapidamente e eu tirei a tampa para assoprar o conteúdo. Tomando um gole da bebida morna e sorrindo, percebi que o gosto musical de Bernardo era bem peculiar, afinal não são todas as pessoas que apreciam músicas antigas.

⁃ Me diga do que gosta, Gaia- perguntou-me.

  Ele não sabia, mas odiava quando as pessoas me perguntavam abertamente do que eu gostava, é uma pergunta ampla demais e nunca soube responder especificamente. Do que eu gosto? Comida, filmes, livros, música? Há uma banca infinita de respostas para essa pergunta, não sei se seria possível responder Bernardo ao certo, ainda mais quando minha cabeça estava pensando em minha irmã e em quanto tempo ela conseguiu esconder aquilo de mim.

⁃ Eu gosto de xingar meu padrasto e esfregar a escova de dentes dele no meu sapato- disse olhando para ele e sorrindo.

⁃ Você é uma figura, Gaia- Bernardo riu, seus olhos fechados enquanto seus lábios estavam abertos e uma risada gostosa era ouvida.

⁃ Não pense que eu sou uma pessoa que não sabe apreciar nada de bom- disse, seriamente, quebrando o clima animado do carro e encarei a rua através da janela, parecia-me mais confortável.

⁃ Mas eu não penso isso, você só não me disse o que gosta de...

⁃ Não- corto-o- não é disso que estou falando, sei que você deve estar pensando: nossa, ela tem uma irmã tão legal, tem um trabalho e tals e teria coragem de deixar Cassie e essas coisas, mas vai bem além disso.

⁃ Eu não estava pensando nisso, se quer saber. Entendo você, meu irmão já tentou suicídio, como te disse e eu não penso que ele seja ingrato ou que não me ama, só estou feliz de tê-lo encontrado antes que morresse e feliz por ter a oportunidade de demonstrar o quanto o amo, coisa que eu não costumava fazer- Bernardo declarou, havia um tom amargo na sua voz que eu não sabia explicar.

⁃ Eu amo Cassie, mas tenho dúvidas de que seja recíproco, sei lá, as atitudes dela comigo- declarei- eu tenho dúvidas a respeito de muitas coisas...

⁃ Ora, então pergunte. As perguntas são feitas pra demonstrar as dúvidas- respondeu, simplesmente, fazendo parecer fácil.

  Bernardo e eu tivemos mais meia hora de conversa, naquela noite, eu ri mais do que tinha rido em meses e almejei ter sempre a presença dele por perto, já que era para me ajudar, talvez ele pudesse ser um bom amigo, deixei-me entregar a intimidade de tê-lo naquela noite, coisa que não fazia a muito tempo, deixar as pessoas se aproximarem de mim e me aproximar delas.

⁃ Você quer que eu te acompanhe até a porta, madame? Não será nenhum incômodo- perguntou, colocando a mão esquerda para trás e a direita para frente, curvando o corpo para frente.

⁃ Imagino que será incômodo demais, já que você mora muito longe daqui- ri pelo nariz e senti minha bochecha corar repentinamente, entrei no elevador sentindo minhas mãos formigarem- eu tô muito ferrada, Bernardo. Robert vai me matar se nos vir chegando.

⁃ Eu entro depois, fico esperando na escada de emergência- piscou para mim e a porta do elevador se abriu, em dois segundos Bernardo correu em direção a escada e acenou para mim- sua deixa, madame.

  Caminhei lentamente até a porta do meu apartamento e chequei a hora no celular, quatro e meia da manhã não era um horário muito interessante para chegar em casa, principalmente quando Robert estava lá com toda a sua admirável impaciência. Franzi a testa e rodei a maçaneta, abrindo a porta de uma vez, chequei a casa e não avistei ninguém acordado, soltei o ar de uma vez, aliviada, então sem fazer barulho corri até o quarto e abri a porta vagarosamente, quando fechei-a me deparei com uma figura loira bem na minha frente.

⁃ Onde você estava, Gaga?- cochichou- está quase na hora de Robert acordar.

⁃ Eu saí- dei de ombros, no fundo estava irritada com ela.

⁃ De madrugada?- senti sua voz vacilar, Cassie estava com medo de que eu tivesse descoberto.

⁃ Cassandra, qual é?- virei-me, erguendo as mãos para cima.

⁃ Cassandra não, Gaia. Pelo amor de Jesus- seu rosto tornou-se vermelho.

⁃ O que você está escondendo de mim, por que está com tanto medo de que eu tenha saído durante a madrugada?- ergui uma sobrancelha.

  Cassie bufou, esfregou os olhos e puxou-me pelas mãos até sentarmos em sua cama bagunçada, apagou a luz com rapidez e acendeu a lanterna do celular, para não despertarmos a ira de Robert, sempre foi assim, vivíamos em função das reações dele.

⁃ Como você sabe, Gaia?

⁃ Bernardo.

⁃ Bernardo? O vizinho gato irmão do Caleb?- minha irmã deu uma risadinha e tampou a boca, balançando a cabeça.

⁃ É, Cassandra, não estou vendo a graça...

⁃ Desculpa, Gaga- disse segurando meu rosto com as mãos- eu sei que não somos de brigar com muita frequência, mas você sabe como as coisas aqui são turbulentas, a gente não pode ficar afastada e eu errei em não te contar, mas sei lá, as vezes você nem demonstra me apoiar nas coisas.

⁃ Ah, Cassie, me desculpa, ok? Quero que me conte tudo de agora em diante!- nunca fui boa com desculpas.

  Eu e minha irmã nos abraçamos e choramos, estava numa época frágil e Cassie também, era engraçado como nós duas sofríamos de formas diferentes e temíamos não entender uma a outra.

  Antes de finalmente deitar a cabeça no travesseiro as cinco da manhã lembrei-me de quem foi o responsável pela minha noite agradável, então peguei o celular e abri o facebook. Até me lembrar de que não sabia nem o seu sobrenome!

⁃ Cassie?- perguntei suavemente- qual é o sobrenome do seu namoradinho.

⁃ Ele é meu namorado, Gaia. Não meu namoradinho, não tenho mais doze anos.

⁃ É, tanto faz.

⁃ É Heller.

Meus dedos rápidos apressaram-se em pesquisar "Bernardo Heller" no aplicativo e não foi muito difícil de encontrá-lo devido ao grande número de amigos que tínhamos em comum, não hesitei e quando vi já tinha enviado solicitação, bloqueei o celular e não criei esperanças para uma resposta imediata, até meu celular vibrar: TRÊS VEZES.

Bernardo Heller aceitou sua solicitação de amizade.

Bernardo Heller enviou-te uma mensagem. Toque para abrir.

Bernardo Heller: oi caso queira meu número, já te mandei aí, boa noite ou bom dia, madame e de nada.

...

oi gente desculpa a demora, esse capítulo tá meio paradão, mas vou explorar mais a Gaia cumprindo os itens da lista de agora em diante, beijosss

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