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CAPÍTULO 8



CAPÍTULO 8

Acordei com muito calor, me sentindo meio presa, como se tivesse algo muito pesado em cima de mim. Olhei ao redor ainda meio assustada, sem me lembrar onde eu estava. Tentei me mexer, mas tinha um peso enorme sobre mim. Me virei e dei de cara com o Theo, que dormia tranquilamente de bruços. Seu braço estava sobre minha cintura, me prendendo a ele. Sua perna sobre as minhas, me impedindo de me mexer.

Foi um esforço gigantesco sair debaixo dele, que cara pesado!

— Onde você vai? — ele resmungou quando eu finalmente me soltei dele.

— No banheiro, posso? — perguntei irônica, ele nem respondeu, só virou para o outro lado, mas quando eu estava na porta do banheiro, me toquei de uma coisa — Você estava acordado e não me soltou de propósito? Você dificultou pra mim? — ele não respondeu, mas riu de mim — Seu cretino!

Eu entrei no banheiro ouvindo a risada dele. Babaca! Idiota!

Fiz xixi (necessidades fisiológicas primeiro), depois me olhei no espelho. Meu cabelo estava uma grande bagunça, eu usava uma camiseta do Theo e mais nada. Sim, mais nada. Minha calcinha estava secando depois do banho da madrugada. . . melhor nem pensar naquilo!

Não porque não tivesse sido bom, foi incrível, mas porque, se eu ficasse lembrando, as coisas iam ficar difíceis pro meu lado.

— Vou pegar então, só vou terminar de me arrumar. . . claro que sim. . . — Theo falava ao celular, ele estava sentado na cama. Foca na conversa, não no corpo do Theo, que só usava a maldita cueca boxer — Sim, já estamos saindo.

— Tudo bem? — perguntei depois que ele desligou.

— Sim, estava falando com o Caio, vamos buscar a Lua no carro dele — ele se levantou, indo para o guarda roupa — depois que você dormiu, eu busquei sua mochila — ele apontou para o chão, no canto, só então eu reparei nela. Theo falava comigo enquanto se vestia — o verme mandou mensagem no seu celular, disse que a mãe dele já estava chegando com a Lua.

— Obrigada, eu. . . meu celular? Você leu minha mensagem? Como você desbloqueou o meu celular?

— Sou um lobo — ele deu de ombros e foi para o banheiro, como se aquilo explicasse tudo. Maldito!

Na minha mochila não tinha muita coisa, tinha apenas um blusinha a mais e a mesma calça jeans do dia anterior, pelo menos eu tinha uma calcinha reserva. Me vesti bem rápido, queria me arrumar antes que ele saísse do banheiro, mas quando me virei, ele estava encostado no batente da porta, só me observando. Apenas revirei os olhos, eu tinha que me acostumar com aquilo.

— Vamos? — nós fomos para o corredor, a casa estava silenciosa, todas as portas do corredor estavam fechadas, mas era justificável. Quando eu fui dormir, eles não tinham chego ainda.

— Vocês vão traze-la pra cá, né?

— Puta que o pariu! — eu dei um pulo com a Helena, ela simplesmente abriu a porta e gritou aquilo — Oi?

— Vocês vão trazer a Lua pra cá, né? — ela repetiu. Estava com cara de quem acabou de acordar, usava uma camiseta branca, que ficava gigante nela, e uma calça de pijama rosa. Mas parecia feliz, sorria — Vocês vão traze-la pra cá direto? Eu vou fazer um café da manha especial pra ela e um almoço maravilhoso!

— Helena, a Lua tem seis meses ainda, ela mal come — eu disse tentando acalma-la.

— Verdade, tudo bem, mesmo assim vai ser o primeiro dia dela conosco, temos que fazer algo especial, que tal lasanha? Ou um churrasco? Ou um churrasco acompanhado de lasanha?

— Amor? — Caio a chamou, levantando da cama. Eu sabia que o Caio era bonito, mas. . . Caramba! Ele estava sem camisa, só de cueca boxer azul, era regra ser um lobisomem e usar cueca boxer? — Calma, deixe-os ir, enquanto isso vemos aqui o que faremos.

— Claro, verdade — ela sorriu para ele — Mas passem no mercado e comprem coisas pra Lua, não temos nada para um bebê aqui. . .

— Helena calma, vamos passar comprar tudo — Theo disse, recebendo a chave do carro da mão do Caio.

— Certo — ela sorriu de novo — To tão empolgada!

Theo nem me deixou responder, saiu me arrastando pela mão. Fomos para a garagem e, em vez dele ir para o lado do motorista, foi para o passageiro e abriu a porta pra mim.

— O que foi? — ele me perguntou.

— Você abriu a porta pra mim — eu fiquei surpresa com esse gesto. Achei fofo.

— Entra logo — ele disse revirando os olhos. Ok, deixou de ser fofo.

Fui guiando o caminho, ele estava louco para buscar a Lua, mais até do que. . . Não, eu estava mais, eu queria matar o Paulo por ter mentido pra mim! Eu nunca mais ia deixar a Lua passar a noite fora! Pelo menos não com ele! Que raiva de mim por ter acreditado nele! Porque que eu deixei mesmo? Ah, lembrei, foi a minha mãe e aquele discurso que eu não posso afastar minha filha do pai dela. Esse discurso nem é dela, é do meu pai, mas ela só repete. Meu pai acha o cumulo eu não voltar com o Paulo. . . vontade de sair distribuindo soco por aí!

— Oi Eve, você. . .

— Nada de conversa — eu falei séria para o Paulo — To aqui na frente, trás a minha filha.

— Evelyn, não precisa ser assim. . .

— Traz a minha filha! — eu repeti e desliguei na cara dele. Logo o portão da casa dele abriu e ele saiu com a Lua no colo.

Praticamente corri até ela, Lua sorriu quando me viu e estendeu os bracinhos. A peguei no colo na hora, a abraçando forte, que saudade eu estava dela! Ignorei o Paulo totalmente, me virando de costa e indo para o carro. Estávamos sem a cadeirinha (ok, é crime, eu sei!) eu só queria ir embora daquele lugar.

— Mamãe nunca mais vai te deixar sozinha com eles, tá bom? — eu dizia para ela, que parecia me entender. Ela começou a choramingar, devia estar com fome — Theo, podemos ir?

— Claro — ele me respondeu, ele estava falando alguma coisa para o Paulo e, pela cara dele, não era nada bom — Estamos entendido? — Paulo apenas balançou a cabeça afirmativamente — Que bom! — Theo arrancou a bolsa da Lua, que estava no ombro do Paulo e voltou até nós, ele abriu a porta de trás pra mim — Vamos comprar as coisas pra ela.

No caminho, Lua resmungou de novo e dei de mamar pra ela, eu alisava seu rostinho, ela sempre foi tão linda. Olhei para o espelho retrovisor e Theo nos observava, ele sorriu pra mim. Ele não tinha aquele olhar de desejo que eu recebia quando amamentava a Lua em público, eu sempre tive nojo desse tipo de olhar. Theo apenas sorria, como se achasse aquela cena bonita, isso me fez acha-lo ainda mais bonito.

— Vamos? — ele abriu a porta pra mim, achei que ele fosse pegar a bolsa ou me ajudar, sei lá, mas ele pegou a Lua no colo. Tínhamos chegado no WallMart, como era domingo, era o único lugar aberto para fazermos compras — Oi — ele falava para Lua, brincando com ela.

Então, para o meu assombro, ela riu pra ele!

Lua riu!

Minha filha é um bebê sorridente, mas não é de dar confiança para estranhos e não gosta que a tirem do meu colo. Mas não parecia estar ligando pra mim, não. Theo balançava seu cabelo no rosto dela, Lua ria com isso.

— Você não vem? — Theo me perguntou. Eu estava encostada no carro, olhando para os dois, totalmente embasbacada. Nunca achei que eles fossem se entender tão rápido, era surreal aquilo. Lua não agia assim com o Paulo. . .Mas aquele era o Theo.



— Não, isso não parece confortável! — ele se recusou de novo, me fazendo rir.

— Theo! — eu nem tentava mais segurar a risada — Vai ficar carregando a Lua o tempo todo?

— Vou sim, estamos bem assim, né? — ele perguntou pra ela, passando seu cabelo em seu rostinho de novo, ela ria toda vez que ele fazia isso.

Theo se recusava a colocar Lua no assento do carrinho de compras porque ele era de plástico e não tinha espuma.

— Mas você não vai ficar cansado? — ele me olhou como se eu tivesse falado uma coisa muito absurda.

— No meu treino diário, eu carrego mais de duzentos quilos, você acha mesmo que um bebe que pesa menos de oito quilos vai me cansar? — Duzentos? Oi? — E eu não tive problema nenhum em te segurar no meu colo de madrugada — ele sussurrou pra mim, palhaço!

Fazer compras com o Theo era assim "Theo, não precisamos comprar cinco pacotes de fralda", "Theo, a Lua não se importa com as cores dos brinquedos, um só desse modelo tá bom, não precisa comprar todas as cores", "Theo, não precisa comprar cinco mamadeiras só porque cada uma é de um bichinho diferente".

— Você não quer levar nada! — ele resmungou.

— Não precisamos comprar tanta coisa — eu disse tirando mais coisas do carrinho — Não precisa gastar tanto dinheiro assim, coisas de bebês são muito caras!

— O dinheiro é de quem?

— Cavalo! Sem piadas! — eu completei rápido e ele riu — Você vai mesmo querer comprar o "bebê conforto"?

— Claro que sim! Acha mesmo que vou arriscar a vida dela? Eu quero esse rosa e preto — ele me deu, mas quase surtei quando vi o preço.

— Mas Theo, esse aqui custa. . .

— Eve, não comece — ele disse sem me olhar, brincando com a Lua — não teste minha paciência, eu quero esse e pronto. Agora vai pegar as papinhas pra ela, por favor.

Idiota!

Sai pisando duro, quem o imbecil acha quem é?

Esse lance de alma gêmea subiu a sua cabeça! Palhaço!

Peguei várias papinhas, não sabia quanto tempo ficaríamos na casa dos lobos, mas se sobrassem, era só guardar. Pelo jeito eu passaria muito tempo naquela casa.

Quando estava voltando vi que uma senhora idosa conversava com o Theo, ela tocava na mãozinha da Lua e Theo não parecia muito feliz com aquilo, mas disfarçava.

— Você é linda! Você é linda! Sabia que você é linda? — ela falava com aquela voz mole para a Lua, então a senhora se virou para o Theo — Sua filha é muito linda.

— Eu sei, obrigada — ele sorriu para a senhora. Ele não desmentiu, ele apenas agradeceu.

— Ela deve parecer com a mãe, mas puxou muito de você.

— Você acha? — Theo começou a analisar o rostinho de Lua, ela parecia sempre sorrir quando olhava pra ele.

— Sim — a senhora continuou — olha as expressões dela, o jeito de olhar, o sorriso é seu — Theo sorriu abertamente com aquilo, Lua também.

Senti um nó na garganta e uma pontada no peito. Desejei de verdade que o Theo fosse o pai da Lua, o jeito que ele olhava e sorria pra ela. . . nunca o Paulo foi ou seria daquele jeito, eu tinha certeza! Meu coração doía de vê-los assim, mas eu não ai chorar! E aquilo era bom, era um sinal que poderíamos ser uma família, não e?

— Pronto — cheguei perto deles, colocando as papinhas no carrinho.

— Você acha que o sorriso dela parece com o meu? — Theo se virou, deixando ele e Lua na minha frente.

— Não sei. . . — Theo passou seu cabelo pelo rosto dela, fazendo Lua rir — Caramba! É igual mesmo!

— Não falei? — a senhora pegou na mãozinha dela, Lua deu um olhar de canto bem feio para a senhora, puxando sua mãozinha de volta.

— Caralho! — tampei minha boca, Lua tinha feito igual o Theo, muito igual mesmo!



— Chegamos! — Theo gritou quando entramos na casa, ele carregava Lua num braço e praticamente todas as nossas compras no outro.

— Lua! — Helena veio correndo da cozinha — Meu Deus, você é muito linda! Vem aqui com a tia!

Helena estendeu os braços para pega-la, Theo a entregou a contragosto e eu revirei os olhos, ele lembrava que a filha era MINHA?

Lua olhava Helena um pouco desconfiada, Helena babava na minha filha. Lua chegou a sorrir e Helena quase chorou, ficava repetindo o quanto Lua era linda e que "a tia já amava muito ela". Então os meninos vieram até nós, primeiro Caio, que abraçou Helena, seguido por Arthur e os gêmeos. Lua se assustou e se virou para Theo, pedindo colo, que a pegou prontamente.

— Tudo bem, eles são feios e assustadores, mas não são maus — Theo dizia para Lua.

— Babaca! — um dos gêmeos disse, eu precisava aprender a reconhece-los!

Helena fez lasanha e estava uma delicia!

Ela ficou tirando fotos o tempo inteiro, disse que queria registrar aquele momento, ela tirou milhares de fotos com a Lua.

— Consegue? — Theo me desafiou.

Lua estava dormindo na cama de Helena, com ela e Caio enquanto assistiam TV. Eu estava com Theo, os gêmeos e Arthur, no fundo da casa, onde eles tinha uma espécie de centro de treinamento.

— Eu não sei — eu respondi.

— É fácil, é assim — Henrique chutou o saco de areia, foi bem alto e forte, cadê a Aninha nessas horas? Com quem eu ia comentar sobre aqueles músculos a mostra? — Tenta você!

— Ta bom — eu disse — Se eu me machucar, vocês vão ter que pagar a conta do hospital, porque eu não tenho plano de saúde! — eu tentei imita-lo e chutei, não foi tão forte, mas foi bem alto.

— Nossa, para a primeira vez, você foi muito bem — Hugo falou.

— Eu danço desde pequena, isso é normal. Mas não se animem, não sou uma ninja — eu respondi rindo.

— Mas você já está no caminho certo! — Henrique disse animado — Podemos ensinar você e logo você já está chutando o traseiro do Theo!

— Vai sonhando — Theo resmungou, mas com aquele sorriso zombeteiro.

— Não me provoque — eu disse para ele.

— E por que não, garotinha? — ele me respondeu.

— Sua sorte é que estou de calça jeans e não trouxe minha roupa de treino — eu respondi — se não ia mesmo chutar seu traseiro! — eu bati no seu peito e ele riu, então me puxou pela cintura, encostando meu corpo no seu.

— Tem exercícios mais interessantes do que tentar me bater — ele sussurrou no meu ouvido.

— Vamos nos retirar crianças — Arthur colocou as mãos nos ombros dos irmãos — O papo aqui ficou para maiores de idade.

— Vem — Theo me puxou para dentro de uma sala, lá tinha três sacos de areia pendurados, ele me levou até o menor e me deu luvas — Isso aqui você pode tentar.

— Eu nunca tentei — eu disse, colocando as luvas.

— É fácil — ele ficou atrás de mim, segurando meus pulsos, me mostrando como eu deveria fazer. Claro que eu iria me concentrar com ele assim! — Agora tente.

— Consegui! — eu sorri vitoriosa por ter acertado o soco.

— Quase — Theo zombou de mim, mas ele sorria, ele conseguia ser ainda mais bonito quando sorria sem aquele ar debochado na cara.

— E aí, como ela está? — Arthur perguntou para Theo, entrando na sala, já fazia um tempo que eu estava treinando, meus braços já estavam doendo, mas aquilo era divertido e nem era tão difícil.

— Incrivelmente bem — Theo respondeu — Pegou tudo muito rápido.

— Vamos ver — Arthur ficou atrás do saco de areia, o segurando — Vamos lá Eve.

— Beleza — eu disse e reiniciei a série de socos que Theo tinha me ensinado. Theo tinha falado que eu tinha que manter o ritmo e não me importar com a força, mas sim com a velocidade, os dois últimos socos que teriam que ser mais fortes. Meu ultimo soco acabou sendo tão forte, que o saco de areia de um tranco em Arthur, batendo em seu peito e o fazendo recuar um passo.

— Caramba — ele disse impressionado — Ou Theo é um excelente professor, ou você é muito boa!

— Eu que sou boa, Theo é só um adereço — eu disse tirando as luvas.

— Adereço? — ele levantou a sobrancelha e eu ri.

— Helena tem razão, vocês são muito divertidos! — Arthur falou rindo — Estou gostando disso cada vez mais.

Quando Lua acordou, ela estava um pouco irritada e dengosa, só queria ficar no meu colo ou no de Theo. Os meninos resolveram pedir pizza e ficamos sentados no chão da sala, assistindo um filme do Jim Carey (na verdade os gêmeos queriam ver um de terror, mas Theo disse que a Lua estava acordada e iriamos ver algo que ela pudesse assistir também).

— Com sono? — Theo me perguntou, ele estava sentado no chão, encostado no sofá. Eu estava do seu lado, encostada nele, Lua estava no meu colo, sonolenta.

— Sim, to bem cansada — eu respondi, já era quase onze de noite e eu mal tinha dormido na noite anterior.

— Vão dormir aqui?

— Acho melhor ir para a minha casa, amanhã eu tenho que levar a Lua para a escolinha e tenho que ir trabalhar.

— Mas. . .

— Dois meses, lembra? — eu perguntei e ele fechou a cara.

— Está bem — ele disse a contragosto, pegou Lua do meu colo e se levantou — Vou leva-las para casa — ele avisou aos outros.

— Achei que fossem dormir aqui — Helena disse.

— Não dá — eu peguei minha mochila, Theo não ia me entregar Lua pelo jeito — Tenho que arrumar a mala da Lua para a escolinha e pegar minha roupa para o ensaio.

— Ensaio? — Arthur pegou.

— Segunda, quarta e sexta eu tenho aula de dança, estamos ensaiando para uma apresentação no mês que vem — eu expliquei.

— Se quiser, eu fico com a Lua para você amanhã — Helena se ofereceu.

— Não precisa, ela vai comigo, normalmente a Aninha que fica com ela enquanto eu ensaio — Helena deu um sorriso triste e me cortou o coração — Mas se você quiser ir comigo, está convidada. Vai gostar do pessoal de lá.

— Eu vou adorar! — ela sorriu de novo.

— Essas duas juntas me dão medo — Caio resmungou e Arthur riu.

— Não se preocupe, eu vou junto — Theo falou, ele ninava Lua.

— OI? Como assim? — eu perguntei.

— Obrigada — Caio o agradeceu — Fico mais tranquilo assim.

— Vamos? — Theo foi indo para o carro sem nem esperar minha resposta. Lobo Mal Educado!



— Vai mesmo entrar? — eu perguntei surpresa e, confesso, com um pouco de medo.

— Sim, algum problema? — ele levantou a sobrancelha.

— Não. . .eu acho. . .

Theo estava com Lua adormecida no colo, eu abri a porta da minha casa e entramos. Obvio que minhas preces de que não tivesse ninguém em casa não foram atendidas, meu pai e minha mãe num sofá, meu irmão e sua (chata) namorada no outro.

— Que beleza — eu resmunguei, eles nunca ficam acordados até tarde num domingo! — Boa noite.

— Quem é esse? — meu pai perguntou se levantando.

— Tive um dia muito bom, obrigada pela preocupação — eu disse irônica — Esse é o Theo.

— Sou o namorado da Eve — Theo ajeitou Lua no seu braço e foi até meu pai, estendendo a mão para ele.

— Isso é mais das suas brincadeiras sem graça? — meu pai ignorou Theo, que estreitou os olhos para ele. Minha mãe se levantou rapidamente, para evitar a confusão e cumprimentou Theo.

— Olá, sou a Dora, mãe da Evelyn. Esse é meu filho Eduardo e a namorada dele, a Kamila.

— Oi — meu irmão cumprimentou Theo. Kamila secou Theo de cima a baixo, trinquei os dentes de raiva. A maldita namora o meu irmão. Meu irmão! Ela trabalha na creche, foi ela que conseguiu a vaga para a Lua. Na verdade, eu não ia colocar minha filha lá, é um pouco cara para o meu orçamento, mas minha mãe me encheu o saco, minha família idolatra a Kamila.

— Vamos por a Lua no berço? — Theo sugeriu e acordei dos pensamentos onde enfiava meu punho na garganta da minha cunhada.

— Claro — eu respondi — Por aqui.

— Evelyn — minha adorável cunhada me chamou — não esqueça que tem que pagar a mensalidade essa semana, se atrasar perde o desconto que eu consegui para você. E tem que pagar a taxa da festinha de dia dos pais.

— Eu sei. . . — eu disse de costas.

— Porque no mês passado você quase atrasou e se atrasar. . .

— Quase! Não atrasei! — eu disse rispidamente — Eu vou pagar! Vem! — eu puxei Theo pela mão até o meu quarto e fechei a porta — Que merda!

— Você passa por isso por que quer — Theo falou baixo, colocando Lua no berço — se quiser, arrumamos as coisas de vocês e vocês se mudam hoje mesmo.

— Eu sei. . . — eu suspirei — isso é uma merda, mas eu preciso colocar minha cabeça, muita informação para esse final de semana!

— Dois meses — ele me lembrou, me puxando para ele.

— Dois meses — eu repeti. Theo me abraçou e eu gostei disso, era reconfortante, me sentia protegia. Como que Theo me fazia ir de "ódio mortal" a "conforto e segurança" em segundos?

— Seu quarto é interessante — ele disse depois de um tempo abraçados, ele era tão alto, que podia ver muito bem por cima da minha cabeça — uma mistura de tantas coisas, mas é a sua cara.

— Essa bagunça? — eu ri e ele começou a andar pelo meu quarto (andar é modo falar, meu quarto era pequeno, você atravessa ele em três passos).

— Quantos livros — ele apontou para minha estante.

— Bem menos do que eu gostaria, sempre tive um sonho de ter uma biblioteca particular em casa, repleta de livros, mas quatro prateleiras é um bom começo.

— Direito? — ele pegou um dos livros na mão.

— Sim — eu estava do seu lado — quando eu estava decidindo que faculdade queria fazer, fui num sebo e comprei um livro sobre cada curso que eu queria fazer, para me decidir melhor. Sempre gostei de Direito, se eu tivesse dinheiro até faria esse curso.

— Mas qual você escolheu?

— Eu ainda estava em duvida entre Direito e Dança, mas a Dança sempre foi minha paixão. Mas no final não posso fazer nenhuma das duas — eu dei de ombros.

— Por que? — ele me perguntou.

— Não tenho dinheiro para nenhuma delas — eu respondi — todo o dinheiro que ganho vai para ela — eu mostrei Lua dormindo — mal tenho dinheiro para nós duas.

— As coisas estão diferentes agora, eu prometo! — ele disse e me puxou, me beijando — Que horas você sai do serviço?

— As duas da tarde — eu respondi ainda meio tonta pelo beijo — sempre fico mais para fazer hora extra.

— Amanhã eu passo te buscar às duas em ponto, quero que vá na concessionaria comigo, antes de irmos buscar a Lua.

— Hã?

— Caio tem razão, vou ter que comprar um carro. Não dá pra ficar sem, já que temos a Lua e não quero ficar pegando o dele ou do Arthur emprestado — ele disse aquilo como se não fosse nada, ele ia comprar um carro! UM CARRO!

— Theo, você não precisa comprar um carro por nossa causa, nós. . .— ele me deu uma olhada tão feia que fiquei quieta.

— Que horas eu venho busca-las?

— Buscar? Aqui? Pra que?

— Pra te levar no seu trabalho, mas você sabe que não precisa mais ficar nele, né? — Theo disse se deitando na minha cama.

— Como assim?

— Acho besteira você continuar no seu emprego, mas não posso te forçar a sair antes desses dois meses, né?

— Vai me forçar a sair do meu emprego? — eu coloquei as mãos na cintura e ele sorriu maliciosamente.

— Eu te disse que nunca te forçaria a nada, mas — ele me puxou para a cama, me fazendo cair por cima dele — eu posso tentar te convencer.

— Convencer, é? — eu ri e ele me beijou.

É, eu acho que ele tem o poder de me convencer de muita coisa. . .


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