Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

CAPÍTULO 12



CAPÍTULO 12

— Por que você não me disse que sua mãe se chama Luana? — eu perguntei, brava, para o Theo. Todos já tinham ido embora, estávamos deitando para dormir, depois daquele dia cheio demais.

— Não tinha falado? — ele nem ligou para o assunto, tirou a roupa (ficando com um boxer cinza), verificou se Lua estava bem coberta e veio pra perto de mim — Achei que tinha te contado.

— Não! Na verdade, tem um monte de coisas que eu não sei sobre você!

— Tipo?

— Seu sobrenome! Eu não sei nem o seu sobrenome e você quer que a gente more junto! — Theo simplesmente revirou os olhos pra mim e se jogou na cama, me levando com ele.

— Acker — ele disse beijando meu pescoço — Meu sobrenome é Acker, meu pai se chama James, minha mãe Luana e minha irmã Thalita. Meu pai é inglês, o irmão dele chama Jonathan e é o pai do Caio e do Marcelo. Corey é primo do meu pai. Meu pai é advogado e minha mãe é formada em teatro.

— Inglês. . .advogado. . . teatro. . . — como ele queria que eu prestasse atenção com ele atacando o meu pescoço.

— Eu também — ele disse abaixando ainda mais os lábios.

— Você o que?

— Sou advogado — ele disse e eu paralisei na hora — o que foi?

— Como assim você é advogado? — eu perguntei surpresa.

— Bem, eu estudei na faculdade durante alguns anos e depois me formei.

— Idiota! — ele riu — Eu não fazia ideia — eu ainda estava abismada com aquilo.

— Eve, foi por isso que quando estávamos no seu quarto, eu me espantei de você querer fazer Direito. Essa foi a profissão que eu escolhi, mesmo que eu ainda não trabalhe na área, mas isso é por causa do bando.

— Mas você é muito novo para isso!

— Eu estudei na Inglaterra, ainda tenho que fazer uma prova que valide o meu diploma aqui. Como cursei a escola com os outros lobos, terminei mais cedo que os humanos normalmente terminam, por isso entrei na faculdade mais cedo.

— Escola de lobos? Com que idade você terminou a escola?

— Bem, eu saí do ensino médio com catorze, passei para fazer Direito com quinze, terminei meu bacharel com vinte, foi quando tive que me mudar para morar com meu bando. Se bem que eu já dividia o quarto na universidade com o Arthur.

— Arthur é advogado também?

— Não, ele é médico. O Caio está terminando o MBA em Economia Internacional. O Marcelo está cursando Comércio Exterior, o Hugo cursa Biomedicina e o Henrique Química.

Alguém mais ficou abismado ou só fui eu?



— Como? — eu perguntei confusa, Mony estava doida?

Depois de perguntar milhares de vezes para Theo se não tinha nenhum problema mesmo ele ficar com Lua para que eu fosse no ensaio com Mony (e depois de ter recebido olhares muitos feio enquanto continuava perguntando) Marcelo me levou para a academia de dança. Na verdade, eu fui apenas uma desculpa. Fomos buscar Aninha antes, mesmo que aquilo fosse contramão.

— Sim, Chicago! — Mony falou animada — Eu sei, é ousado, mas vai ficar lindo. Cell Block Tango é uma coreografia incrível, impossível fazer um espetáculo baseado em musicais e não fazermos essa musica.

— Mas Cell Block Tango são seis personagens, precisaríamos de mais três — eu disse. Como ensaiaríamos aquilo em apenas um mês?

— Não se cada uma fizer dois personagens — Mony sorriu — eu já pensei em tudo, vai ser perfeito! — ela sorriu batendo palma.

— Se você diz, eu topo! — Aninha disse animada.

— Podem confiar, vai ficar perfeito! — Mony sorriu confiante e começou a mostrar como ficaria. Realmente, se conseguíssemos pegar tudo aquilo, ficaria maravilhoso, intenso.

Pra quem não conhece, Cell Block Tango é uma musica de Chicago (um dos melhores musicais do mundo!) onde seis presidiarias "contam" porque foram presas (todas mataram os maridos), mas jurando inocência. Eu dançaria como a terceira e sexta. Mony chamou três dançarinos para a apresentação, eu dançaria com o Cris, ele é alto, cabelos castanhos e carinha de bebê.

Nós ensaiamos durante três horas seguidas, com poucos intervalos para agua. Mesmo ainda estando no inicio, a coreografia já estava pegando forma e eu fiquei muito orgulhosa do resultado do primeiro dia.

— Como foi? — Theo me perguntou quando veio me buscar. Eu acho ainda meio chato essa história que ele tem que me levar e me buscar em todo lugar que eu vou, não gosto de depender de ninguém, mas eu estava tão cansada que não ia reclamar nem um pouco.

— Melhor do que eu esperava — eu disse — mas to morta, preciso de um banho e cama.

— Isso podemos providenciar — ele sorriu malicioso, me puxando pela cintura.

— Você poderiam esperar até eu não estar presente para começarem a se agarrar? — Aninha nos interrompeu — Podemos ir?

— Vai junto? — perguntei no carro.

— Sim, vou sair com o Marcelo hoje, vamos no cinema — ela disse empolgada. Pela empolgação dela, duvido que vá ver alguma cena desse filme.

Eu não contei como tinha sido minha conversa com o Marcelo, né? Foi assim:

— Marcelo — eu praticamente o encurralei na cozinha — preciso falar com você sobre a Ana!

— Eve eu sei que ela é sua amiga e que você deve estar preocupada, mas não se precisa, eu não vou fazer nada com ela — ele disse sorrindo simpático.

— Na verdade, meio que você precisa fazer algo com ela. . .

— Não vou mentir, eu me senti atraído por ela. Ela é muito bonita, inteligente. . .

— E a sua marcada!

— O que? — ele engasgou com o suco que tomava.

— Isso mesmo, a Ana é a sua marcada. Mas vai com calma, não vai dar uma de Theo e estragar tudo!

— Não, com certeza que não. . . você tem certeza? — ele parecia embasbacado.

— Sim, as marcas são idênticas — eu revirei os olhos — Presta atenção, a Ana é a minha melhor amiga, eu não to nem aí se você é um lobo ou cachorro vira-lata, se fizer algo contra ela, eu vou atrás de você!

— Sabe que se ela é minha marcada eu nunca poderia fazer mal nenhuma ela, né? — ele perguntou depois de engolir em seco — A ligação entre um marcado e um lobo vai muito além da paixão, é nossa obrigação que vocês sejam felizes, porque é disso que depende da nossa força. Quanto maior e mais forte a ligação, mais poderosos somos.

— Não é só o amor que une?

— É o principal fator, mas quando maior for esse amor, melhor para os dois. Ninguém é obrigado a ficar com alguém, ficam juntos porque se amam, mas a dor que um lobo sente se o seu marcado lhe abandonar, o deixa tão fraco, que pode lhe levar a morte.

— Mas e se for ao contrario, se o lobo abandonar o marcado?

— Isso nunca ocorreria, a partir de quando as marcas se reconhecem o lobo está ligado eternamente ao marcado.

— Então, basicamente, isso tudo quer dizer que vocês estão nas nossas mãos?

— Sim, por isso que você não precisa se preocupar se eu vou fazer mal a Ana ou não.

— Isso tudo é muito interessante — eu nem estava mais escutando o Marcelo, apenas sorri com aquela informação.

— Não! Não foi isso que eu quis dizer! — ele quase entrou em pânico quando percebeu que o meu interesse não tinha a nada a ver com a relação dele com Ana — Não diga ao Theo que eu contei, ele vai me matar!

— Eu não direi, se você tomar cuidado com ela — eu indiquei Ana.

— Eu jamais poderia fazer contra ela, prefiro morrer antes — ele disse solene e eu revirei os olhos, lobos são tão dramáticos!

Enfim, agora eu já não podia fazer mais nada. Marcelo sabia que a Ana era sua marcada, ele já tinha tirado a prova e estava tentando ganhar sua confiança, trazendo-a para perto, para só então contar a verdade. Isso é que os lobos normais fazem, mas, obvio que com o meu azar, eu peguei um lobo defeituoso e prepotente que resolveu jogar tudo na minha cara.

Chegamos em casa... casa deles!

Fiquei na sala com Aninha e Helena, um dos gêmeos rolava no chão com Lua, os outros conversavam em algum ponto, Marcelo estava com eles.

─ Não precisa ficar nervosa ─ eu bati na perna de Aninha que a balançava freneticamente ─ Ta me dando nos nervos!

─ Fácil você falar! ─ ela retrucou ─ Já garantiu um pra você!

─ Não fale como se eles fossem prêmios e você já "garantiu" o seu, acredite!

─ Mas e se. . .

─ Ana! ─ eu coloquei minha mão sobre a boca dela ─ presta bem atenção, ele vai gostar de você por quem você é. Seja você mesma, fale as merdas que você sempre fala, brinque com tudo, ria o tempo todo, como você sempre faz. Ele não quer sair com um manequim siliconada, ele quer sair com a garota que ele achou incrível. Se você for você mesma, será essa garota!

─ Assim eu choro ─ ela me abraçou.

─ Volte a ficar nervosa, era menos grudenta ─ eu a empurrei e ela riu, pulando em cima de mim ─ Vou te matar, sua vaca!

─ Cai dentro então! ─ ela me provocou e eu a derrubei no chão, mas cai junto.

─ Tudo bem por aqui? ─ Theo cruzou os braços, nos observando. Alias, todo mundo estava nos olhando, que belo momento para terminarem a reuniãozinha deles.

─ Opa! ─ Ana ria muito, mas eu também. As vezes esquecemos como podemos ser tão panacas.

─ Vamos? ─ Marcelo sorria para Ana, então estendeu a mão pra ela, a ajudando a levantar ─ Até mais tarde pessoal.

─ Tchau! ─ ela piscou pra mim, então saíram porta a fora, cada um foi fazer o que queria fazer e fiquei jogada no chão. Valeu Theo, muito cavalheiro!

─ Eu te ajudo ─ Arthur me puxou, me ajudando a levantar. Me sentei no sofá onde eu estava antes, Hugo (agora eu sabia) ainda brincava com Lua, Caio e Helena estavam sentados no outro sofá sendo o casal perfeito de sempre. Meu lobo defeituoso e o outro gêmeo estavam em algum lugar por aí ─ Você realmente encontrou a Marcada do Marcelo, né?

─ Acho que foi sorte ─ eu dei de ombros, Arthur estava sentado do meu lado.

─ Acho que nunca vi isso, mas é bem legal!

─ Fico feliz em poder ajudar ─ respondi sinceramente ─ mesmo que tenha sido sem querer. O que ajudou é que eu já tinha visto a marca do Marcelo.

─ Você acha que se ver a minha, poderá reconhecer a minha Marcada, igual fez com a Ana.

─ Não sei. . . talvez. . .- não era aquilo que eu quis dizer.

─ Então vou te mostrar a minha, vai que você encontra com ela? ─ ele se levantou num pulo e começou a abrir a calça. Epa! Por que ele estava abrindo a calça? Por que ele está a abaixando? Que pernas são essas? A marcada dele vai ter muito conteúdo com o que se divertir aí! ─ Aqui! ─ ele apontou para a coxa esquerda, olha o lugar que ele vai ter marca!

─ Parece uma espiral ─ eu disse reparando na marca ─ eu acho que ainda não vi, mas vou reparar bem ─ claro, vou chegar para as mulheres na rua e dizer "Oi, posso ver sua coxa esquerda? Prometo que é bem rápido!".

─ MAS QUE CARALHO É ESSE? ─ Theo gritou da porta da sala.

Devia ser uma cena bem bonita, Arthur com as calças abaixadas até a metade da coxa, de pé na minha frente. Eu sentada, observando sua coxa, perto demais de outras áreas.

─ Eu falei que conseguia! ─ Theo riu de mim.

─ Eu não falei que você não conseguiria! ─ respondi.

─ Mas pensou!

─ O que é? Vai tentar controlar meu pensamento agora?

─ Admita garotinha! Você pensou!

─ Não! ─ pensei sim ─ Só achei que você pudesse ter uma certa dificuldade.

─ Por que eu teria dificuldade de dar banho num bebê de sete meses? ─ ele levantou a sobrancelha para mim.

─ Sei lá, muita gente tem! ─ Theo estava dando banho em Lua, em uma banheira infantil que apareceu sabe-se lá de onde!

─ Se estiver me comparando ao verme, porque ele não consegue, juro que vou. . .─ ele falou com raiva evidente na voz, o que me fez revirar os olhos.

─ Não seja Idiota, se isso for possível. Primeiro que Paulo nunca deu banho nela e nem demostrou o menor interesse. Segundo que eu nunca compararia vocês dois ─ ok, talvez eu tenha feito isso no começo, mas foram poucas vezes.

─ Verdade, ele é um menino e eu sou um homem ─ ele sorriu presunçoso. Era assim que seria minha vida.

Bati a mão dentro da banheira, fazendo espirrar água pra todo lado, acertando Theo bem no rosto, Lua achou divertido e riu.

─ Você não pode fazer nada, está com ela no colo ─ eu ria da cara homicida dele ─ vou esperar vocês la no quarto.

─ Isso, fuja! ─ ele gritou pra mim ─ Você vai ver quando eu te pegar!

─ Não estou com nem um pouco de medo! ─ eu gritei já fora do banheiro.

─ Fica me provocando, depois pede paciência. . . ─ ele resmungou e eu ri ─ To ouvindo!

─ É pra ouvir mesmo, to rindo de você!

─ Você está ferrada!

─ Será mesmo? ─ eu perguntei e ouvi ele esbravejar dentro do banheiro. Me joguei naquela cama confortável, eu podia dormir por horas e mais horas. Desde que a Lua nasceu meu horário de sono era ditado por ela, eu não tinha com quem dividir a tarefa de cuidar dela, quem sabe agora eu poderia descansar de vez em quando? ─ Merda!

Meus planos de um cochilo foram atrapalhados pelo toque do meu celular. Fiquei realmente tentada a não entender, mas podia ser algo grave.

─ Oi mãe.

─ Evelyn, como você está? Como Lua está?

─ Estamos bem. Não se preocupe.

─ Mas Lua melhorou? O que ela tinha?

─ Mãe, eu já disse que estamos bem, não se preocupe.

─ Eu sou sua mãe, Lua é minha neta, é obvio que eu vou ficar muito preocupada!

─ Tanto que demorou dois dias para procurar alguma noticia nossa? Sua preocupação me comove!

─ Evelyn, não faça isso!

─ O que? Só constatei um fato. E você não demostrou tanta preocupação quando minha filha estava vomitando e ardendo em febre e, mesmo assim, virou as costas pra ela.

─ Não torne tudo isso mais difícil ─ ela tinha a voz chorosa, eu não queria ser grossa, mas estava com muita coisa entalada na garganta ─ você não entende como é difícil pra mim...

─ Ok, já que não vamos chegar a acordo nenhum ─ eu a interrompi ─ deseja algo mais, além de perguntar como estamos?

─ Não vai voltar pra casa?

─ Eu já estou em casa! ─ eu falei com uma convicção que eu não sabia que tinha.

─ Mas aqui é sua casa! ─ ela choramingou. Não sou tão "coração gelado" assim, nunca quis ver minha mãe chorar, mas eu ainda estava muito magoada.

─ Por que faz tanta questão que eu more aí? Sabe o inferno que é! Talvez ficar separada ajuda a melhorar as coisas, eu não sei, mas preciso de paz!

─ O seu lugar é com a sua família!

Eu ouvia as risadas da Lua no banheiro, os sons engraçados que o Theo fazia pra ela e o jeito que ele fingia reprovar cada vez que ela o molhava. No criado mudo tinha um porta retrato com uma foto de nós três, era uma foto do dia anterior, nem sei em que momento Theo a colocou ali, mas era uma foto bonita. A festa improvisada tinha linda e emocionante pra mim. Então as palavras de Luana me vieram a cabeça

Sangue não quer dizer nada, só as atitudes definem quem você é...

─ Preste bem atenção, mãe, eu estou com a minha família!

— Mas...

— Não tem "mas", eu estou aqui e é aqui que Lua e eu vamos morar. Não vou cortar relações com você e, sempre que quiser, pode vir vê-la. Não quero parecer ingrata ou que ache que eu não te amo. Mas eu preciso viver a minha vida de verdade, não como estávamos vivendo aí. Sei que pode parecer loucura, mas é o melhor para nós.

— Você vai trocar a sua casa, sua família, por um rapaz que mal conhece?

— Mas foi esse mesmo rapaz que foi me socorrer quando precisei, que já ama a Lua e cuida dela, que cuida de mim. Theo secou minhas lágrimas mais vezes do que qualquer outra pessoa. Mãe, eu não quero brigar, só quero que você entenda, eu to tentando fazer o melhor pra mim e pra minha filha.

— Talvez você não seja tão diferente do que seu pai fala.

Se ela tivesse gritado comigo ou me batido doeria menos. Aquilo foi direto no meu peito, minha garganta trancou, minha respiração falhou e meus olhos arderam. Então era isso? Minha família realmente achava que eu era uma vagabunda, inútil que vivia correndo atrás de macho? Não importava o que eu fizesse, eu seria a errada, tentei levar tudo sozinha e era julgada por isso, agora tentava viver com alguém e eu também não prestava.

Sangue não quer dizer nada, só as atitudes definem quem você é...

— Se é isso o que você acha, não posso fazer nada — eu disse o mais seca possível — agora com licença, eu tenho mais coisas para fazer.

— Evelyn, não foi isso que eu quis dizer — ela disse arrependida.

— Pelo contrário, foi exatamente o que você quis dizer. Mãe, não posso culpa-la pelo o que pensa. Sei que esperava muito mais de mim, me perdoe se eu não consegui corresponder suas expectativas, mas eu não posso viver do jeito que querem pra mim, tenho que viver do meu jeito, seguir o meu caminho, não to pedindo que me entenda, mas apenas respeite minhas escolhas, por favor. Logo eu vou na sua casa buscar minhas coisas.

— Você não precisa...

— Sim, eu preciso, principalmente depois dessa conversa — respirei fundo — Agora eu preciso ir, até logo.

— Até.

Desliguei o telefone com um peso no coração e um alivio nas costas. Era a minha mãe! Eu nunca quis faze-la chorar e ou se decepcionar comigo, eu juro! Posso ter vacilado feio, mas tudo o que eu fiz foi tentar viver do melhor jeito possível. Sei que foi uma imprudência gigantesca ter engravidado tão nova e sem nenhum respaldo financeiro, mas, segurando a foto da minha filha e nos olhando, como poderia chama-la de erro? Minha vida seria mais fácil se eu não fosse mãe? Com certeza! Mas seria vazia, pois eu não a teria!

— Como você está? — Theo me perguntou, ele estava tão molhado que tinha tirado a camisa, segurando uma Lua sorridente enrolada numa toalha rosa que tinha um capuz orelhas de urso.

— Muito bem — eu sorri, não derramaria lágrimas, não mais. Fui até minha filha e a beijei, agora eu tinha mais motivos para sorrir, para cada dor que eu senti, eu tinha três alegrias para compensar — Parece que vamos nos mudar pra cá de vez.

— Sério? — Theo sorriu abertamente, até que o sorriso dele era lindo.

— Sim — eu sorri de volta.

— Eu vou cuidar de vocês, nunca que vou deixar que algo aconteça a vocês — ele me envolveu num abraço apertado e beijou o topo da minha cabeça. Ficamos assim por um tempo e eu tive certeza, naquele momento que não importasse o que acontecesse (e eu sentia que muita coisa ainda iria acontecer), tudo ficaria muito mais que simplesmente bem.

— Você está molhado — eu fiz careta depois de um tempo e ele riu.

— Vamos molhar a mamãe, Lua! — Theo me segurava com um braço (obvio que tentei escapar, mas não consegui), me mantenho perto demais, passando o cabelo que pingava em mim. Lua "o ajudava", mesmo sem entender como, mas ria.

Ajudei Helena e Arthur para fazer o jantar, Arthur cozinha muito bem por sinal. A mesa de jantar era barulhenta, todos falavam e riam. Theo e eu nos revezamos em dar a papinha para Lua, que estava sentada em um cadeirão para bebês que, de novo, eu não tinha a menor ideia de como viera para na casa, mas estava lá quando entrei na sala de jantar.

— Não mesmo! — eu ouvi Theo falar para os gêmeos, eu estava limpando a boca da Lua — Já basta o Arthur que abaixou as calças pra Eve!

— O que eu posso fazer se a minha Marca é na coxa? — Arthur riu e recebeu uma ervilha em resposta.

— Mas Theo, ela achou a Marcada do Marcelo, vai que acha a nossa? — Henrique (eu estava ficando bom em reconhece-los) reclamou.

— Não! — Theo foi enfático.

— Hey! — eu interferi — Se eu quiser, eu vejo!

— Não — ele disse tirando a colher da minha mão e pegando o pote de papinha — não mesmo!

— Calma, nem a minha ou a do Henrique são em lugares "inapropriados" — Hugo defendeu.

— NÂO!

— Depois — eu respondi, Theo me olhou feio e eu sorri em resposta.

Demorei um pouco para subir para o quarto porque fiquei ajudando Helena em uns passos que ela estava com dificuldade, eu estava cansada, mas ela estava muito empolgada em fazer parte da apresentação. Quando subi Lua já estava dormindo, Theo estava sentado no meio da cama, rodeado por panfletos, estava sério, lendo um dos panfletos que segurava.

— Tudo bem? — perguntei sem entender.

— Sim, mas eu quero falar com você sobre duas coisas — ele estava sério e me deu um gelo no coração — são panfletos de faculdades, quero que escolha a que achar melhor, esses aqui — ele mostrou os que segurava — são os que eu achei melhor.

— Theo, eu não entendi o que você quer.

— Eu estava pensando sobre você e sobre nós. Quando eu disse que cuidaria de vocês, eu não quis dizer só fisicamente, até porque de mocinha indefesa você não tem nada. Eu quero dizer cuidar em tudo mesmo, principalmente em não deixar que você desista dos seus sonhos. Você não tem que criar e cuidar da Lua sozinha, agora eu estou aqui e quero participar de todo o processo. Sei que é difícil para você, ou o quanto você se incomoda de deixar a Lua comigo para fazer suas coisas, como o ensaio. Mas eu estou aqui e quero mesmo assumir meu pai com vocês. Um dos seus sonhos é a faculdade, então vamos realiza-lo.

— Theo, deixa eu ver se entendi, você quer que eu faça faculdade agora?

— Quero que inicie no próximo semestre — ele disse tranquilamente — essas aqui são as que eu achei mais interessante, são pagas, mas não temos problemas com isso — ele deu de ombros. Ele pode não ter, mas eu tenho e muito! — A publica mais perto fica em outra cidade, se você optar por ela, tudo bem. Eu te levo e busco todo dia, pelo menos até você ter o seu carro, depois você pode ter sua independência, sei que você adora isso.

—Theo, eu não tenho como pagar faculdade e existe uma coisa chamada vestibular, eu teria que estudar. . .

— Eu falei com o meu pai, ele está com os resultados das suas últimas avaliações e dos vestibulares que prestou antes da Lua. Você pode fazer o exame, algumas delas ainda estão com inscrições abertas, mas só se quiser.

— Eu não tenho dinheiro para isso — eu olhava os panfletos que ele tinha oferecido, era um sonho, mas como?

— Temos dinheiro!

— Você tem dinheiro, eu não tenho!

—Claro que tem! Meu dinheiro é seu também, já está na sua conta.

— Que conta?

— Sua conta bancária, conjunta com a minha — ele falava como se fosse obvio — eu te disse que compartilharia toda a minha vida com você, isso inclui tudo o que tenho.

— Eu achei que era algo metafórico!

— É literal! Seu cartão ainda não chegou, mas isso não impede de o dinheiro ser seu e vamos investi-lo no seu futuro! — sério aquilo? Eu ia bater nele! E, pior, não podíamos nem levantar o tom de voz, porque Lua dormia — Eve, é o seu sonho, você não vai adiá-lo ou desistir dele, entendeu? Amanhã mesmos vamos ver isso e você escolhe a opção que preferir — eu ia falar algo, mas Theo me interrompeu — Eu não vou deixar você desistir de nada que for importante para você porque você é importante e para mim e eu nunca vou desistir de você!

Qualquer argumento que eu tinha acabou ali, ele falava sério. E, pelo seu olhar, eu pude ver que era verdade, eu era importante para ele.

— Entendido?

— Certo — eu concordei — qual era o outro assunto?

— A outra coisa — ele pareceu ligeiramente desconfortável, então respirou fundo e voltou a falar — Eu lembro de como você ficou quando eu disse que você era minha mulher e depois quando eu fiquei te apresentando como minha noiva, mas o fato é que, apesar disso, nós não temos nada definido. Sei que humanas gostam desse negócio de definições, por resolvi te perguntar uma coisa.

— Me perguntar o que? — ele claramente estava desconfortável com aquilo.

— Eu nunca fiz isso —ele bufou, então se voltou a mim — Eve, quer namorar comigo? 




Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro