Capítulo 27- Conversation
Sarah:
- MAREN -
"Acho que devemos nós dar bem
(Claro que sim)
Talvez pudéssemos sair garota
Talvez isso poderia ser algo
Acho que devemos nós dar bem
Talvez pudéssemos ficar juntos.
O fim de semana todo.
O fim de semana todo" All Weekend long- Jack & Jack.
- Então- cruzo os braços e encaro os olhos azuis repletos de ternura ao meu lado- pode começar.
Nash suspira e encosta a cabeça no volante, seus cabelos caindo sobre o rosto, suas costas tensas e sua voz vacilando:
- Quero começar com sinceridade- olha para mim- eu gosto de você, de verdade e muito. Eu fiquei puto pra porra quando você simplesmente decidiu que ia gritar comigo e ficar furiosa.
Ah qual é?
Eu tenho o completo direito de ter ficado nervosa, de ter vontade de socá-lo, principalmente agora que ele acha que tem alguma razão nisso.
- Pelo amor de De...- começo, porém ele me corta.
- Por que supostamente eu deveria manter a castidade enquanto a gente ficava e você estava transando com outra pessoa ao mesmo tempo?- pergunta- eu deveria ser fiel a uma coisa que nem sequer existia? Eu não sou estúpido, sei sobre você e Cameron. Não fazia ideia de Alli e Johnson, não mesmo, eles tinha ficado e só isso, ela me jurou que não tinham nada, eu estava puto, Cameron tinha falado sobre você pra gente e por quê, Maren? Por que você estava me segurando? Por que você fingiu gostar de mim? Ahn?
Minha boca seca, minha língua se enrola dentro da boca como eu faço quando tenho que trocar o tapete sujo da sala, meus olhos piscam algumas vezes e quero me matar, sugar todo o resto se vida que tem diante de mim, porque dói como inferno ter que admitir a completa razão dita por ele agora.
Ele está certo.
Está tão absurdamente certo que eu não quero admitir isso nem para mim.
Eu errei, esperei demais para aceitar que ninguém poderia ocupar o lugar de Cameron, que eu poderia gostar de milhares de garotos, ficar com milhares de garotos, milhares de garotos poderiam flertar comigo ou me beijar, mas eu não vou gostar de alguém, ficar ou aceitar o flerte de alguém como eu aceito qualquer coisa dele.
E a coisa mais estúpida é tentar afastar essa realidade, foi tentar afastar isso e machucar Nash.
Minhas costas devem ocupar mais que noventa por cento do peso do meu corpo agora, o pior é que nem sei por onde começar despençando essa bagagem.
Isso com certeza deveria ter um manual: COMO DIZER PARA SEU EX FICANTE QUE VOCÊ NÃO GOSTA DELE PORQUE GOSTA DO SEU IRMÃO ADOTIVO E QUE SENTE MUITO PELAS MERDAS QUE FEZ COM ELE, COM AMOR, VOCÊ SE FERROU.
- Eu... Sinto muito?- mordo o lábio- eu gosto de você, de verdade, mas eu amo o Cameron. Sinto muito por ter gritado com você e... Tudo... Tudo ultimamente está me fazendo perceber que eu só penso em mim.
Sua mão direita agarra a minha esquerda e seu polegar acaricia a minha mão, é engraçado como a pele dele se mistura a minha facilmente, tão diferente de quando eu estou com Cam, a pele dele faz a minha parecer ainda mais branca.
- Eu também sinto muito- ele diz- mas acho que Cameron merece alguém como você, ele já passou por muita coisa... No aniversário dele do ano passado...
Minhas sobrancelhas se curvam e uma lembrança ganha forma na minha mente, Lindsay e Madison me dizendo que Cameron tem péssimas lembranças sobre festas, festas surpresa e antes que eu perceba já estou interrompendo Nash e perguntando e cruzando as pernas no banco, enquanto ele dá partida no carro e suando e prendendo o cabelo e querendo ouvir o que ele tem a dizer.
- Ele...- Nash vira a esquina e continua olhando para frente- logo que a irmã morreu, ele inventou coisas, teve crises de pânico e outras coisas que... Deus você não gostaria de saber. Fizemos uma festa surpresa para ele, depois de ter ficado duas semanas no hospital queríamos recompensá-lo, ele tinha saído no meio da noite sem razão alguma e então nós tivemos a oportunidade de levar as coisas para lá, porque a festa seria na minha casa. Então ele estava agindo estranho, falando coisas sobre uma garota chamada Elena que ninguém tinha visto, ele dizia que ela era muito bonita e que estudava com ela.
Meu coração começa a acelerar e meus dedos tremem.
- Maren, ele só falava dela, não a conhecíamos. Achávamos que o hospital tinha ajudado-o e que ele teria esquecido aquilo, mas no meio da festa eu estava...- ele ri- no quarto da irmã dele... Bem, transando com Madison e...
- Perai, o quê? Você o quê?- engasgo com minha própria saliva.
- Ahn?- ele ri- bem, a maioria do grupo já pegou Madison. A gente compartilhava essa sensação. Quer dizer, Cameron foi o mais recente, mas todo mundo já pegou essa garota. Agora ela tá em um relacionamento bem sério com Jack e está diferente, então a gente finge que ninguém nunca... Você sabe- dá de ombros.
- Quem não?- pergunto- quem nunca ficou com ela?
- Shawn- responde.
- Inclusive o Matthew?- pergunto- Jesus... Quer dizer, nossa!
- Inclusive o Matt- ri- e o Aaron. Deus, Cameron foi o primeiro. Ele sempre dava um jeito de pegá-la de novo.
Meu rosto esquenta e eu bufo, revirando os olhos e sentindo o ciúmes tomar conta de mim.
- Volte ao assunto anterior, por favor.
- Tudo bem, desculpe... É, eu estava lá com Madison e ele entrou no quarto, me puxou e me espancou. Começou a dizer coisas como: por que você está dormindo com a Elena, Nash? É isso? Você é um cafajeste.
- Eu não... O quê?- pergunto- não estou entendendo...
Ele suspira, bate a mão no volante e acelera o carro.
- Ninguém tinha visto essa garota, porque ela não existia... Ele disse para tia Gina que estudavam juntos- abaixou o tom de voz- Shawn, Gilinsky e Taylor estudam com ele e nunca viram ou souberam da existência de Elena, porque ela foi inventada. Ele tem sérios problemas, Maren, apesar de estar muito diferente agora, já passou por umas coisas bem pesadas...
Minha respiração pesa, me pergunto desde quando o ar se tornou tão rarefeito e desde quando eu estou ofegando e me agarrando a porta do carro, tentando digerir e entender o que ele acabou de falar.
Cameron inventou uma garota para se sentir melhor?
Ele fingiu que tinha alguém amando-o e que ele estava amando?
E para quê?
É isso, por isso que ele não diz que me ama, talvez porque ele tenha medo de que eu não seja real?
Que as pessoas não acreditem nele...
- Nash- sussurro- ele entendeu? Que ela não era real?
- Não. O psiquiatra disse que a melhor coisa seria não assustá-lo mais, Cameron se sentiu destruído e disse que ela o abandonou, por causa de mim. Eu... Eu fiquei mal, fiquei péssimo, não sabia o que dizer, nossa amizade foi uma merda durante um tempo... Nós tínhamos basicamente recomeçado quando você chegou, eu estava tentando ajudá-lo a não se drogar com remédios e recuperando sua confiança.
- Me desculpe. Eu sinto muito por ter sido o motivo do afastamento de novo- dou de ombros, suspiro, ele estaciona e eu estou em frente de casa agora- sinto por só fazer merda.
Ele ri e afasta o cabelo da minha orelha.
- Olha, eu realmente gostei muito de você, mas não seria bobo de "magoar" meu amigo de novo, inclusive- ele rola os olhos de um jeito engraçado e eu rio- por gostar de você que quero o amor para você e se é ele que você ama... Ame, porra.
O peso que estava nas minhas costas, lembra dele? Foi despejado em algum lugar, para bagagem de outra pessoa.
Só há uma pessoa que ainda necessita das minhas desculpas. Matthew. E é isso que vou fazer antes de sair num encontro com Cameron hoje, pedir desculpas por ser uma péssima melhor amiga e por não passar o tempo que eu deveria.
Hoje eu vou ao encontro que espero há 9 meses, desde que eu o beijei, antes de me resolver, para poder me entregar em um alívio e numa leveza completa, de poder pela primeira vez tentar agir como uma garotinha em um encontro idiota, rindo de piadas idiotas, conversando conversas banais, rindo risos sensuais e beijando.
- Obrigada, Nash- digo, solto o cinto de segurança e inclino-me para beijar sua bochecha, ouço-o suspirar.
Abro a porta do carro, enfio o celular no bolso e entro em casa.
- Você estava com Nash?
- O quê?- continuo andando em direção à cozinha, abro o armário, pego um copo e encho-o de suco.
- Você estava com Nash?- Cameron pergunta novamente com o maxilar travado.
- Sim.
Suas narinas inflam por um instante, seus olhos se fecham e ele contrai os músculos das costas, suas mãos estão fechadas ao lado do corpo, porra, se ele soubesse como fica bonito quando está nervoso obviamente não o faria com tanta frequência.
- E o quê exatamente você estava fazendo com ele?
- Ele me deu carona- encosto a bunda no balcão gelado de mármore e tomo um gole do suco, encarando-o, agora de braços cruzados ele se aproxima.
- Eu estava lá no hospital também, poderia ter me pedido carona- diz.
- Não. Eu precisava conversar com ele- declaro, outro gole, encarada.
- Por quê?- um passo.
- Deus, Cameron!- reviro os olhos- porque eu precisava.
- Você gosta... ainda gosta dele?- seus lábios se contraem depois que proclama a frase, quase como se tivesse se arrependido, ou como se fosse difícil demais fazer esse tipo de pergunta.
- Não- dou de ombros e viro para deixar o copo na cozinha, não quero dar corda para ele se estressar.
- Bom.
Pego a esponja e despejo detergente, esfrego o copo e abro a torneira.
Eu sei que ele está bem atrás de mim, sei também que deve estar olhando a minha bunda descaradamente, sei mais ainda que ele está irritado.
Viro-me e pego-o com um sorriso malicioso nessa porcaria de rostinho bonito.
- O que foi?- pergunto.
- Nada- dá de ombros.
- Vou subir para pegar minha roupa para hoje a noite- declaro- vou na casa do Matthew e vou me arrumar lá.
A porta se abre bruscamente e eu pulo, observando Gina com os cabelos bagunçados e segurando algumas sacolas recicláveis nas mãos.
- Oi querida- ela anda até mim e beija minha testa- fiquei sabendo sobre Madison e Lindsay, sinto muito.
Meu coração se aperta e eu a abraço.
- Vocês sabiam que ela está grávida?- pergunta mais diretamente para Cameron do que para mim.
- Sim.
- Bem... Já que esse assunto surgiu- diz- você é minha filha agora- desembaraça meus cabelos- e precisamos ter uma daquelas conversas que eu já tive com os dois...
Ouço Cameron pegar um copo da água logo atrás de mim e rir baixinho.
- O quê?- pergunto arregalando os olhos- não entendi.
Ela deixa as sacolas no mármore da cozinha e cruza os braços, começando a frase com "vamos direto ao ponto".
- Você é virgem, Maren?- pergunta.
- Mãe!- Cameron grita e ouço-o tossir, engasgando com a água.
Eu devo estar mais branca que o normal, talvez parecendo ter uma indigestão alimentar ou malária, só sei que me apóio no primeiro meio material que sinto, o sangue sai do meu corpo e volta em segundos.
O que eu devo responder?
Isso é realmente necessário?
Ela quer me dar lição sobre prevenção e eu não sei como reagir, não sei como não deixar óbvio.
- Você... Isso é realmente necessário?- pergunto engolindo em seco.
Ela dá de ombros e começa a abrir as sacolas, agindo naturalmente e levemente.
- Bem... Você pelo menos deve saber que se precisar de preservativos- diz- peça para Cameron, eu sempre dou algumas para ele, é melhor você ter, porque garotos são sempre...
- Mãe- Cameron diz- já chega. Por favor. Eu com certeza vou emprestar camisinhas para ela, pode ter certeza disso.
Aperto os lábios para não rir e concordo com a cabeça demasiadas vezes.
- Bom, espero que vocês fiquem para jantar- diz- eu sai mais cedo e comprei coisas para preparar um jantar em família.
Opa, planos errados, Gina.
Planos errados.
- Droga!- digo- eu marquei de sair com Matthew hoje, Gina.
- Matthew? Humm- sussurra.
Cameron bufa.
- Eu também- diz- vamos todos na casa do Matthew, né?
Puxa meu pescoço e me dá um afeto desnecessário, sinto seu perfume amadeirado e quero socá-lo por me manter tão perto bem agora na frente de sua mãe, bagunçando meu cabelo como um irmão pirralho.
- Que pena... Não podem cancelar?
- Não- dizemos ao mesmo tempo.
Ela ri.
- Tudo bem, então.
Dou meia volta e corro para meu quarto.
Fecho a porta e suspiro de alívio, rio e abro meu guarda-roupa, penso em como aquela conversa poderia ter terminado ou quão desastrosa seria se não tivesse mantido o controle.
Começo a pensar nas péssimas formas de contá-la sobre Cameron e eu, sobre como temos conseguido enganá-la tão bem ou sobre como Sierra tem sido uma boa confidente nos últimos meses.
Ou sobre como eu já estou usando os preservativos do Cameron.
- Merda- rio sozinha quando derrubo uma blusa qualquer- é ela que eu vou usar agora.
Pego uma boa calça jeans e lingeries.
- Tia Gina!- grito descendo as escadas- estou indo para casa do Matt.
- Ok, querida!- grita- te vejo mais tarde.
(...)
- Seja legal, por favor- Matthew diz agarrando meus ombros desesperadamente- gata, ela é minha namorada, então não sinta ciúmes, porque você é minha melhor amiga, ok? Eu te amo.
Dou de ombros e sento no sofá.
- Quando ela chega?- pergunto, levantando do sofá inquietamente- seu cabelo está uma merda, dino, deixe-me arrumar isso.
Passo as mãos de qualquer jeito e só pioro a situação desses fios meio loiros.
- Ela é bonita?- pergunto.
- Sim. Sarah é latina- sorri- é incrivelmente bonita, a mãe dela também, a conheci semana passada, se bem que ela trabalha na pizzaria com o pai e a madrasta, eu nunca os conheci...
- Cala boca- digo batendo na sua bochecha- não quero a árvore genealógica dela.
Ele ri, mostrando seus dentinhos tortos que o deixam ainda mais bonito.
- Você está bonitão, dino- digo.
- Ah, cala essa boca- revira os olhos, uma batida na porta é ouvida- é ela.
Cruzo os braços no mesmo lugar.
Eu não estou com ciúmes, na realidade estou bem feliz por ele, espero que essa garota seja digna de todo o amor que ele deve sentir por ela, porque se ela não casar com ele, eu juro que caso.
- Oi, gatinha- puxa-a pela cintura e beija-a discaradamente na minha frente e começo a concordar com ele...
Essa filha da mãe é realmente muito bonita, seu corpo é incrivelmente delineado e volumoso, os traços latinos dela me lembram Lola e sinto uma saudade me atingir.
- Oi- digo.
- Hola, chica- sorri- como está?
Eu fico parada.
Meu maxilar trava e eu não consigo conter a minha surpresa quanto a semelhança dela com Lola, a saudade me atinge em cheio sem me dar tempo de desviar, sinto a culpa por nunca mais ter ido visitá-la no orfanato.
- Desculpa... Você me lembra muito uma pessoa- sorrio sem jeito.
- Quem?
- A diretora do meu antigo orfanato.
- Lola?- pergunta- ela é minha mãe...
- O quê? Tá brincando?- quando percebo já estou abraçando-a e perguntando coisas sobre ela e sua família.
- Tudo bem- Matt diz- eu realmente perdi minha namorada.
- Cala boca- sinto seu sotaque- você é meu todos os dias, agora eu preciso conhecer mi amiga.
- Eu não acredito nisso- ele balança a cabeça negativamente e olha para mim.
E todos estamos sorrindo, nos conhecendo e aprovando-nos.
- Então... Você namora?- pergunta sugando o canudo do copo de coca cola.
- Não sei- respondo- quando eu souber, juro que te aviso.
Ela ri pelo nariz e que nariz!
Invejo pessoas que tem o talento natural de nascer com o nariz bonito, na realidade invejo pessoas tão bonitas e naturais.
- Sarah- Matthew esfrega a ponta do nariz no pescoço dela- Maren tem um encontro, você deveria ajudá-la a se arrumar menos como uma mendiga.
- O quê?- grito- ei! Eu me visto muito bem.
- Vem- puxa minha mão- eu te empresto esse vestido aqui, acho que não vou precisar mesmo dele.
...
HEY YOOO
Deixei foto deles aí hoje pq eu quis deixar bonitinho.
foi mal pelos erros, nem revisei pra postar, dps conserto.
Amo vocês, Ana❤
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