Capítulo 22- Try
"Então eu quero provas do que você está sentindo...
Pois se eu te quero, e eu te quero, amor.
Não vou andar para trás, nem pedir espaço" Close- Nick Jonas feat. Tove Lo.
Por um lado, me senti completamente aliviada em saber do vício de Cam, libertou-me de certa forma por já estar tentando descobrir o que se passava com ele, e por outro lado, é uma merda saber que meu garoto tem um vício tão comum e tão estúpido que pode destruir tanto como drogas ilícitas, o número de pessoas que se viciam ao usar remédios por muito tempo é enorme.
- Fora!- grito para Nash e seus ombros de encolhem, mas ele me obedece de uma forma incrível e sua silhueta vai desaparecendo aos poucos na escuridão.
- Maren...- Cam toca meu ombro com cuidado, viro-me para ele lentamente e agarro sua mão, ele parece extremamente chateado e seu rosto se encontra vermelho- está sendo diferente agora, eu tô tentando, pode ter certeza disso.
- Ei... Você não deve nada a mim... Todos nós cometemos erros, não é mesmo? Eu vou te ajudar, pode ter certeza disso- digo e ele continua encarando o chão- Cameron, você não tem que ser perfeito, mesmo que se sinta pressionado e queira fazer as coisas para tentar mudar você mesmo, tudo em você é bom do jeito que é e eu gosto... Tudo em você me faz querer ter a certeza de que eu quero levar alguma coisa aqui- aponto para nós dois- adiante e ninguém vai me fazer mudar a ideia.
Ele ri nervoso e se afasta de mim.
- Não.
Como assim não?
Eu acabei de me declarar como uma atriz idiota de novela mexicana, a palma das minha mãos estão suando até agora e eu simplesmente estou prestes a gritar por ele ter dito não.
Comigo é sim ou não e Cam muda de opinião e pensamento a cada malditos minutos.
O pior de tudo isso é que ele não faz ideia do meu consentimento sobre seu transtorno, ele sabe que sei dos seus remédios, da sua loucura quando bateu em Jack, mas não sabe que eu vi os seus segredos mais assustadores e isso faz de mim uma mentirosa.
É tão ruim.
Eu não sei tudo sobre ele, parece que nunca saberei.
E mesmo que eu não seja uma pessoa muito interessante em questão de segredos e coisas misteriosas, ele não sabe nem a metade sobre mim.
Na realidade existe algo que eu nunca revelarei, nem para meu próprio pensamento.
Está guardado na minha lembrança e eu nem me pego lembrando disso mais.
- Não?- franzo o cenho.
- Princesa, eu talvez esteja go... ostando de você mais do que deveria e isso não é bom para você. Acho melhor deixarmos qualquer coisa que tenha acontecido entre nós no passado...- então ele olha para mim e sua pupila está mais dilatada do que o normal- não. Não...
- Você está realmente dizendo não depois de eu ter exposto meus sentimentos duas vezes no mesmo dia?!- começo a ficar irritada.
Sempre gostei de estar no controle das coisas, na realidade, isso as vezes atrapalha as minhas tentativas de amizade, mas com Lindsay e Madison eu percebi que é possível ter amigas que são o oposto de mim.
Agora não.
Agora que eu expus meus pensamentos e sentimento para esse maldito, não vou deixa-lo escapar facilmente, não vou deixa-lo vencer essa necessidade de se manter longe das pessoas que o fazem bem, pois eu sei que o faço bem, assim como ele me faz.
Ele me ajudou a desenterrar coisas que eu nunca falaria para alguém de dentro de mim e emiti-las boca a fora, ajudou-me a falar quando a única coisa que eu gostaria de fazer seria ficar calada.
- E, as coisas não são sempre da forma como você quer, Maren- diz ríspido- o mundo não é um conto de fadas. Se você achou que alguma coisa entre a gente ia dar certo, estava errada!
- Não se atreva a dizer isso! Estávamos tão perto...- aproximo-me dele e toco sua pele, porém ele recua.
- Eu não gosto de você da mesma forma como você gosta de mim!- grita- eu não sou idiota, consegui o que queria, agora você pode namorar qualquer cara do colegial e me esquecer de uma vez!
Minhas mãos começam a tremer, nunca briguei com ele, por mais que eu queira chorar, não vou ceder esse meu desejo sentimental.
- Mentira!!! Você está mentindo!- grito- pare de mentir para você mesmo.
Ele dá as costas para mim e a minha garganta parece fechar como se nunca mais pudesse respirar, como se ele estivesse levando todo meu ar junto com meu coração despedaçado.
- Onde você vai?- grito e sinto as lágrimas descerem pelo meu rosto frias, lágrimas geladas, junto com o provável restante de rímel em meus olhos- vai desistir? É assim? Você é um covarde, Cameron!
Ele para no lugar, os músculos dos ombros e das costas tensos, sua cabeça se vira apenas o suficiente para que eu possa ver seu maxilar travado e as veias, sempre admiradas por mim, saltadas em sua testa.
- Você afasta as pessoas de você!- grito e grito. Só sei gritar agora- você é um covarde e não luta pelo que deveria! Por isso que as pessoas têm medo de você! Por isso que ninguém faz nada para consertar essa merda que é sua vida...
Cameron agora está virado para mim e não parece querer apressar os passos em direção a mim, seus passos são lentos, bem lentos, a cada passo que ele dá eu recuo, meu coração está tão acelerado e eu estou tão vermelha de raiva, de amor, de esperança e de qualquer outra coisa.
- Você está certa. Por isso meu pai nos deixou, não sei como manter as pessoas perto de mim- responde olhando em meus olhos, percebo os seus punhos cerrados- e você não sabe de absolutamente nada, passou metade da vida num orfanato e nunca foi amada de verdade- fecho os olhos e balanço a cabeça demasiadas vezes, agarro meus cabelos.
- Não!- grito- isso é mentira.
- E infelizmente se apaixonou pelo primeiro idiota que apareceu na sua frente com uma necessidade inútil de ser amada...- diz.
O que mais me mata nesse momento é a realidade disso tudo, ele está certo e eu não queria acreditar nisso.
Queria acreditar que era amada por alguém.
Essa maldita necessidade de carinho, atenção e qualquer outra coisa eu faça-me sentir especial.
Eu só sei chorar.
A forma como ele fala comigo calmamente, parece estar querendo me torturar e isso está rasgando meu coração aos poucos.
Agarro meus próprios braços.
Nada disso parece ser real e de repente eu só quero voltar ao passado e me congelar lá.
Talvez esse seja meu problema.
Querer o passado de volta.
Estar condenada à ele o resto da minha vida.
- Diga o que está pensando...- fala com os braços cruzados.
Estou tremendo, agarrada a mim mesma, chorando e suando, e ele simplesmente está parado e calmo.
- Eu quero minha mãe- digo.
- O quê?- pergunta confuso.
- Eu quero minha mãe de volta!- grito e empurro-o- eu não quero vê-la sangrar nunca mais, não quero vê-la todas as vezes que tiver que pregar os olhos- estou segurando seu peito e empurrando-o cada vez mais, gritando desesperada- eu so a quero ao meu lado agora. Para ela me falar se eu devo ou não dizer que eu amo você!
O choro acaba e ele me olha pasmo, sua pele está quase pálida e eu estou parada no mesmo lugar, ainda tremendo, como se estivesse com frio.
Enxugo as lágrimas com a palma das mãos e não me importo se a pele ao redor dos meus olhos estiverem pretas de maquiagem, solto todo o ar dos meus pulmões, e sinto apenas as lágrimas, agora quentes, escorrerem lentamente pelos meus olhos, estou chorando, porque sinto-me livre.
Estou livre agora.
Estou livre.
Estou aceitando que mamãe me deixou.
Estou deixando mamãe ir.
Estou deixando-me amar.
- O quê você disse?- pergunta olhando em meus olhos, sua voz sai tão baixa que quase não ouço.
Fungo e puxo todo o ar dos meus pulmões para dizer:
- Eu amo você, amo cada pedacinho de você, amo o jeito como você morde sua pulseira quando está nervoso, amo o jeito como você trava o maxilar quando vai tirar foto ou quando vai falar em público, amo o jeito como você sorri para mim quando vê que gostei de alguma coisa que fez, amo o jeito como você finge não gostar de mim, por incrível que pareça, eu amo a sua instabilidade, amo tentar te curar aos poucos sem te mudar. Ninguém precisa que você mude, pelo menos eu não. Amei a maneira como você me libertou hoje sem notar- digo sem pausa. Digo até perder todo o oxigênio armazenado- eu te amo há exatos 9 meses.
- Nove?- franze o cenho, sua boca está seca, então ele lambe os lábios- mas...
- Você achou que não lembrasse?- pergunto rindo nervosa- eu te odiei tanto quando cheguei aqui, porque você nunca me deu uma maldita explicação, deixei meu número no bolso da sua calça e esperei você ligar por meses. Você foi meu maldito primeiro beijo e minhas amigas tentaram me consolar quando disseram que você era um cara qualquer e a melhor coisa a fazer era te esquecer, como se esquece o primeiro beijo?- pergunto rindo- eu nunca esqueci o meu... E também tinha certeza de que você não era um cara qualquer, você tinha acabado de sair do hospital e estava tomando água tônica numa boate! Você nunca me ligou! Nunca me decepcionei tanto...
Pela primeira vez vejo que deixei Cameron sem palavra.
Entendo-o.
Realmente é muita coisa para digerir.
- Eu... Minha mãe deve ter achado que era outro número que eu deixava nos bolsos das calças- coça a cabeça- sempre que alguma garota me dá seu número, coloco-os no bolso e depois Gina joga-os no lixo- ele continua me encarando- me desculpa...
- Tudo bem, estou aqui agora e você ainda não jogou meu número fora...- digo segurando as mãos atrás das costas e balançando o corpo, tensa.
- Princesa...- joga a cabeça para o lado e resiste a qualquer coisa que eu diga.
- Se você me disser que não tem sentimentos por mim, posso te esquecer, faremos as benditas fotos como quiser e eu fingerei que nada disso- aponto para mim e para ele- aconteceu, então você pega quem quiser e eu namoro um cara qualquer do colegial.
Sua boca se torce com a minha útima frase. Aposto que sua falta de estabilidade não o ajuda muito a responder-me.
- Eu...- seus olhos me analisam, mas permaneço sem reação.
A campainha toca e eu dou um pulo no lugar o que o faz rir, eu daria tudo para ver esse sorriso todos os dias da minha vida.
- Entrega da comida chinesa!- ouço uma voz feminina atrás da porta e sem pensar duas vezes a abro, revelando uma morena do meu tamanho e aproximadamente da minha idade.
Ela respira fundo e trava aguardando o pacote e me olhando, depois olhando para Cameron.
- Ma... Ma...- a boca avermelhada dela trava ao tentar dizer meu nome.
- Maren?- pergunto rindo.
- Oh! Eu sinto muito- entrega o pacote para mim, tremendo e ajeita os cabelos de forma engraçada- tro...co? Você está bem? Sua maquiagem...
- Aaa- rio- nada demais. Você trouxe a máquina de cartão?
- Sim- ela o pega de uma bolsa preta enorme e me dá- passo o cartão eu mesma e coloco a senha- ei... Pode tirar uma foto comigo? Você é muito linda, as minhas amigas estão apostando em você...
- Humm... Não estou acostumada com isso e estou horrivel- arrumo meu cabelo.
- Acredite, nem assim você fica horrível.
- Concordo- Cam diz e se aproxima.
- Aí- a garota põe a mão no coração- Cameron! Ai... Eu amo você!- ela diz.
- Eu também amo você, baby- sorri.
Realmente eu nunca tinha visto Cam reagir a uma fã e parecia tudo diferente, era tão lindo e atencioso, senti um leve ciúmes, pois a frase que eu queria que ele me dissesse acabou de ser emitida para uma garota desconhecida.
Ela pega o celular do bolso apressada.
- Vocês estão juntos?- pergunta- quer dizer, São assunto das revistas a fofoca no momento... Mistério.
Eu alvo de fofoca?
Pufff, não.
- Não- Cam responde- ainda.
Meu coração dilata mil vezes e eu sorrio sem que ele note, talvez sem perceber Cam tenha acabado de responder minhas perguntas .
- OTP!- ela grita e eu franzo o cenho, a garota vira a tela do celular para mim e sorri largamente, faço uma careta qualquer que valorize a minha cara borrada- obrigada. Tenho que ir...
Ela sobe em sua moto e dá partida, deixando-nos ali, sem palavras e sem coragem de voltar ao assunto anterior.
- Então...- viro-me para Cam e fecho a porta com os pés- você quer comer?
- Não- responde- perdi a fome.
- É, eu também. Vou guardar a comida e a gente come mais tarde...
O celular dele começa a tocar e o atende.
- Hotel?- pergunta- tudo bem, mãe, já pedimos. Sim. Eu também. Tchau
- O quê?
- Elas vão dormir em um hotel, pois teve um acidente feio na 1st avenue e não querem voltar sozinhas a esse horário- diz me olhando.
- Mmm- murmuro.
Cameron se aproxima de mim e segura minha cintura, colando-a no seu corpo.
Fico na ponta dos pés e sem pensar toco meus lábios nos seus, nossa respiração se encontra entrecortada e um pouco instável, meu coração bate tão rápido quanto a minha vontade de beijá-lo.
É calmo e gostoso.
E quente.
Tão quente quanto a sensação no meio de minhas coxas quando ele aprofunda o beijo e eu permito que sua língua entre em contato com a minha, é muito bom.
Suas mãos tocam o limite das minhas costas e eu suspiro deixando que ele tire a minha camiseta larga.
- Eu vou tentar, princesa- sussurra ao pé do meu ouvido e desde seus lábios até meu pescoço, sugando-o em seguida.
- Você...- arfo- vai conseguir.
....
heyyy yo.
Eu troquei a celular e estou tentando me acostumar com o teclado dele então me desculpem pelos possíveis erros...
não se esqueçam de votar e de dizer o que acharam!!
a Fanfic está ganhando um pouco mais de reconhecimento e eu estou muito feliz!!! obrigada a todos que comentam em meus capítulos e aos leitores fantasmas tbm hahaha!
amo vocês♡
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