Capítulo 11 | Piano
Louis sentiu o rosto pegar fogo, mas engoliu a timidez e decidiu tentar. Não era como se pudesse evitar para sempre.
— Se a gente pudesse...– ele hesitou, as palavras parecendo pesadas demais para sair, então respirou fundo e deixou escapar em um sussurro.— Se a gente pudesse fazer aquilo de novo.
Harry inclinou a cabeça, como se quisesse ter certeza de que tinha ouvido direito. O sorriso malicioso em seus lábios cresceu lentamente, e ele deu um passo à frente, aproximando-se o suficiente para que Louis sentisse o calor de seu corpo.
— "Aquilo"?– Harry perguntou, sua voz grave e rouca.— Vai ter que ser mais específico, querida...
Louis desviou o olhar, as mãos mexendo nervosamente na faixa do roupão. O mais velho era um pilantra.
— Você sabe... aquilo que fizemos ontem.
Harry não respondeu de imediato. Em vez disso, ele levantou uma mão e segurou o queixo de Louis com delicadeza, forçando-o a encará-lo.
— Preciso ouvir você dizer, Louis.– o garoto sentiu o coração bater como um tambor. A vergonha quase o fez recuar, mas ele reuniu toda a coragem que tinha.
— Eu quero que você... Me toque.
O mais alto soltou um riso baixo, com os olhos já brilhando com algo intenso. Ele inclinou-se, os lábios quase tocando os de Louis, mas sem cruzar a linha.
— Só isso?– provocou, a voz tão baixa que parecia uma carícia.
Louis balançou a cabeça negativamente, mordendo o lábio inferior. Estava se rendendo.
— Não. Quero que você... Me faça sentir como ontem.
Isso era tudo o que Harry precisava ouvir. Em um movimento rápido, ele segurou a cintura de Louis, puxando-o para perto. O toque era firme, possessivo, mas ainda com tinha ali uma estranha delicadeza.
— Você vai aprender a não pedir duas vezes.
Sem esperar mais, Harry deslizou uma das mãos para desfazer a faixa do roupão de Louis, expondo sua pele. Louis ofegou, as palavras morrendo em sua garganta quando os lábios do maior começaram a traçar um caminho quente e decidido por seu pescoço, descendo lentamente.
Louis não sabia onde aquilo terminaria, mas não conseguiu — e nem quis — impedir Harry.
[...]
A noite em Veneza era mágica, e o garoto não conseguia evitar o sorriso que dançava em seus lábios enquanto olhava seu reflexo no espelho.
O vestido que usava era um presente de Harry, um tecido fino, elegante, que parecia ter sido feito sob medida para ele. Nunca tinha usado algo tão sofisticado, e a forma como caía em seu corpo o fazia sentir-se incrivelmente bonito.
Quando seu marido entrou no quarto, ajustando os punhos de seu terno impecavelmente preto, Louis sentiu o ar faltar por um momento. O homem tinha uma presença magnética que parecia dominar todo o ambiente.
Ele parou no meio do cômodo, os olhos avaliando Louis da cabeça aos pés com um misto de admiração e aprovação.
— Parece que o vestido encontrou sua dona perfeita, Vita Mia.– sua voz grave carregava um tom sutil de orgulho.
Louis desviou o olhar, corando levemente.
— Você tem bom gosto... Consigo admitir.– Harry riu, caminhando até sua esposa e oferecendo seu braço.
Juntos desceram pelo elevador do hotel, e caminharam até o mesmo carro luxuoso que havia os trago do aeroporto. Harry parecia um pouco aéreo, estar em Veneza realmente não o trazia boas lembranças.
Já Louis se sentia realizado, depois de transarem pela manhã mais uma vez, começou a perceber que estava se apaixonando, e se sentia bem com aquilo.
Quando chegaram ao restaurante, Louis ficou sem palavras. O local era luxuoso, com paredes de mármore, lustres de cristal e mesas impecavelmente decoradas. Mas o mais surpreendente era o silêncio. Não havia mais ninguém ali além deles.
— Você fechou o restaurante? — o garoto perguntou, incrédulo, enquanto Harry o guiava para uma mesa próxima à janela, que oferecia uma vista deslumbrante do Grande Canal.
Harry puxou a cadeira para sua esposa sentar antes de responder.
— Claro. Você merece um jantar especial.
Louis não pôde deixar de sorrir, sentindo-se ao mesmo tempo lisonjeado e intimidado pela grandiosidade do gesto.
O jantar começou com pratos refinados e vinhos excepcionais. Enquanto comiam, o clima ficou mais descontraído, e Louis se viu rindo de algumas das respostas sarcásticas de Harry.
— Então, me conta uma coisa que eu não sei sobre você... Bem, você está um velho mas deve se lembrar do tempo de faculdade.— Louis provocou, por Harry ter exatamente 35 anos.
Mas mesmo querendo alfineta-lo um pouco, também se sentia curioso sobre o passado dele. Chaves, Cartas, Cora, Filho. Isso tudo ainda rondava seus pensamentos mais profundos.
Harry recostou-se na cadeira, seu olhar avaliando Louis com atenção.
— Você parece gostar de fazer perguntas.– concluiu calmo, dando um gole em seu conhaque.
— E você parece gostar de evitar respostas.– Harry sorriu de lado, o garoto estava com respostas cada vez mais afiadas, chegava a ser intrigante. Pois o mais velho sabia que se dissesse qualquer coisa mais suja, o desmontaria.
Respiro fundo e levou a sério o que sua esposa o pediu. Pensou um pouco e umedeceu os. próprios lábios.
— Quando eu era adolescente, gostava de tocar piano. Era uma das poucas coisas que me faziam esquecer. certas obrigações.
— Piano? — Louis ergueu uma sobrancelha, surpreso.
O menor esperava algo como "aprendi a atirar com 4 anos, e matei pela primeira vez aos 12", imaginava qualquer outra coisa parecida do que simplesmente tocar piano.
— Meu pai achava que aprender coisas como música e idiomas me tornaria mais... Completo, mais controlado.– ele fez uma pausa, o tom da voz mais sombrio. — Mas eu só queria sentir que tinha algo que fosse só meu.
Uma explosão de informação, assim em uma badeja. E se... Desmond fosse controlador ao ponto de se livrar de Cora?
A mulher não poderia ter simplesmente sumido, algo havia acontecido. Mas bem, se fosse o pai de Harry o culpado por aquilo, porque então Harry o idolatrava tanto?
Louis percebeu a vulnerabilidade nas palavras de Harry, mesmo que ele tentasse mascará-la com indiferença. Havia algo ali, com toda certeza.
— Aposto que você era bom.– sussurrou depois de
perceber que estava pensando demais.
— Sou. — Harry sorriu, a confiança voltando. Isso fez o menor revirar os olhos.
— Eu duvido.– desafiou o marido com um sorrisinho fraco nos lábios.
Harry inclinou-se sobre a mesa, levantou-se, e estendeu a mão para ele. Seus olhos brilhavam com diversão.
— Que tal eu te mostrar?
Louis o seguiu até o outro lado do restaurante, onde havia um piano de cauda preto em um pequeno palco. Harry sentou-se ao banco, ajustando as mangas da camisa social antes de começar a tocar uma melodia suave e envolvente.
Aperta o play!
Louis ficou em pé ao lado do piano, encantado.
Observou o marido estalar os dedos e enfim começar a dedilha-los pelas teclas. Não era apenas o talento de Harry que impressionava, mas a paixão evidente em cada nota que ele tocava. Era uma faceta tão diferente daquele homem fechado e intimidador que Louis quase se esqueceu de respirar.
Por algum momento, o menor fechou os olhos e se permitiu aproveitar aquela melodia dançante.
Quando Harry terminou, seus olhos encontraram os de Louis, e o sorriso que surgiu em seus lábios era mais suave do que qualquer outro que ele já tinha visto.
— Então? O que achou?
Louis sorriu, sentindo o coração apertar no peito.
— Acho que você acabou de se tornar ainda mais intrigante.
Harry se levantou, e segurou a mão de sua esposa, em seguida fitou seus olhos.
— Cuidado, Louis. Se continuar me olhando assim, eu vou acabar pensando que você gosta de mim...
Louis corou, mas sorriu.
— Talvez eu goste.
Harry não respondeu, mas a intensidade em seus olhos dizia tudo. A noite estava longe de terminar.
O mais velho deixou os dedos repousarem sobre sua cintura, fazendo o estômago de Louis se apertar.
— Talvez?– Harry perguntou, a voz baixa como um sussurro.
Louis balançou a cabeça, sem conseguir responder. Ele nem teve tempo de formular uma resposta melhor antes de Harry segurá-lo pela cintura com mais força, ergue-lo e sentá-lo suavemente sobre o piano de cauda.
O som das teclas protestando sob o peso foi abafado quando Harry se inclinou, deslizando as mãos pelas coxas de Louis, que ainda usava o vestido preto.
— Harry, aqui?– Louis perguntou, a voz um pouco trêmula, mas sem real resistência.
— Aqui.– Harry respondeu simplesmente, com um sorriso de canto, inclinando-se até que seus lábios estivessem a milímetros dos de Louis. — Beijo?
Antes que Louis pudesse responder, Harry tomou seus lábios em um beijo quente e exigente. A intensidade do contato o fez agarrar os ombros de Harry para se equilibrar, enquanto os dedos fortes do mais velho deslizavam por sua cintura, até as costas, explorando cada detalhe.
O beijo logo se tornou algo mais profundo, e Harry moveu os lábios para o pescoço de Louis, sugando e beijando a pele sensível enquanto as mãos subiam pela barra do vestido, acariciando as coxas. O menor soltou um suspiro audível, as mãos se apertando nos ombros de Harry.
— Você é tão bonito, Louis... — Harry murmurou contra a pele dele, as palavras vibrando e fazendo Louis tremer.
Com movimentos lentos e calculados, Harry desceu os lábios pelo pescoço de Louis, deixando um rastro quente e arrebatador até o colo exposto. Ele não tinha pressa, cada toque era como se marcasse território, como se quisesse gravar sua presença na pele sensível de Louis. Quando chegou ao ponto exato, ajoelhou-se diante do piano, o som suave de seus movimentos se misturando ao silêncio absoluto do restaurante.
Os dedos firmes de Harry subiram, deslizando pelo tecido do vestido que ele havia comprado para Louis. Não houve pressa. Com uma precisão quase reverente, ele afastou o tecido, revelando a pele pálida e quente que aguardava ansiosamente seu toque.
Louis prendeu a respiração, o coração batendo tão rápido que parecia ecoar no espaço vazio.
— Harry... — sussurrou, sua voz rouca e entrecortada, quase um apelo, quase uma rendição.
Harry ergueu os olhos brevemente, um sorriso malicioso dançando nos lábios antes de inclinar-se novamente, seus beijos traçando um caminho mais ousado, mais profundo.
Louis estava entorpecido. A combinação do ambiente luxuoso, o brilho suave das velas ao redor, o aroma inebriante de vinho e flores, e o homem ajoelhado diante dele criava uma sensação surreal. Ele nunca havia imaginado algo assim.
Quando os lábios de Harry chegaram a um ponto particularmente sensível, próximo à linha de seu quadril, Louis não conseguiu conter um gemido baixo que escapou sem aviso. O som cortou o silêncio do restaurante e ecoou de maneira quase proibida, mas incrivelmente íntima.
Harry parou, levantando os olhos. Havia um brilho de pura satisfação ali, misturado com algo mais profundo, algo quase perigoso. Ele sorriu.
— Você soa ainda melhor do que o piano.– provocou Harry, sua voz grave carregada de diversão e desejo.
Louis sentiu o rosto esquentar imediatamente, o rubor subindo por seu pescoço e espalhando-se por suas bochechas. Ele tentou desviar o olhar, mas não conseguiu. Estava preso no magnetismo de Harry, na maneira como aquele homem parecia capaz de desmontá-lo apenas com um toque, uma palavra.
— Harry, eu...– começou, mas não conseguiu terminar.
Harry apenas riu baixo, uma risada grave e rouca que reverberou profundamente dentro de Louis. Ele não disse nada, mas suas ações falavam mais alto do que qualquer palavra poderia. Lentamente, ele traçou o caminho de volta, os beijos subindo novamente, como se estivesse subindo uma escala musical até chegar ao rosto de Louis.
— Shh... não precisa dizer nada, querida...– murmurou ele, sua voz como um sussurro quente contra os lábios de Louis. — Deixe-me tocar você do meu jeito.
E Louis deixou. Não havia espaço para dúvidas, para insegurança.
Apenas o toque de Harry, o calor de seus lábios e a música invisível que eles criavam juntos no silêncio do restaurante. O piano, antes o centro das atenções, agora era apenas um suporte para a sinfonia que os dois estavam compondo juntos.
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