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37 - Robôs E Androides E Melecas Metálicas Escorridas

— O modelo de robô mais adequado para que, teu espirito fantasmagórico, possa habitar é, mais especificamente, um androide.

— O tal robô, na verdade, não é um robô e sim um androide? Pergunto: Qual a diferença entre robô e androide? — Quis saber a bruxa Miarina.

— Robô é uma máquina que realiza trabalhos pré-programados, ou controlados por seres humanos — explicou a doutora Gilda Moliarte.

— E um androide é o que?

— Androide também é uma máquina sendo que, a diferença dela para um robô é: Os androides são robôs possuidores de forma humana.

— E você aconselha que, meu espirito fantasmagórico, vá habitar um androide, cheio de luzinhas, com anteninhas na cabeça?

— Se o androide pode ter luzinhas e anteninhas na cabeça, porque não poderia ele ter um rabinho? — Perguntou o gnomo gigante Grilogum, na maior inocência.

— Boa ideia! — Concordou Miarina. — É meu desejo, Gilda, que meu corpo androide tenha um rabão comprido, com uma ponta de aço pontuda como uma lança, assim não precisarei do chicote para açoitar esse infeliz! — Voltando a encarar o serviçal... — Deixa eu ganhar meu rabão pontudo, criatura, e passara o resto da tua existência ridícula, tendo sua bunda murcha perfurada.

— O gnomão tem a bunda murcha? — Indagou a Magademon, Moarina. — Como você sabe uma coisa dessas, irmã?

— NÃO É DA SUA CONTA! — Esbravejou! — Ora bolas! Além de ter de aturar esse traste, tenho que ouvir perguntinhas irritantes da irmã gêmea? Ninguém merece!

— Moarina, você poderia se calar enquanto atendo nossa irmãzinha? — Perguntou a Magatec, conciliadora.

— Tá! Tá, bom! Não está mais aqui quem falou.

A doutora Gilda Moliarte, voltando sua atenção para Miarina, esclareceu:

— Fique tranquila, minha querida. Teu androide mão terá luzinhas piscando nem antenas, muito menos rabo, salvo seu desejo.

— E como será esse meu androide, Gildinha? — Indagou, suplicante.

— Teu androide será muito semelhante ao modelo T-1000.

— Meu androide será semelhante ao modelo T-1000? E como era o androide modelo T-1000?

— Pelo curto período em que as maquinas dominaram o planeta Terra, desenvolveram ela um exterminador...

— Não vai me dizer que o androide modelo T-1000, era um exterminador?

— Sim, ele era. Um desses androides, por exemplo, foi enviado ao passado para matar John Connor que, na época, era líder da resistência humana, contra a governança tirânica das maquinas.

— Um androide exterminador? Hummmmm... gostei dessa ideia — murmurou a bruxa mirando seu serviçal gnômico, de soslaio. Voltando a encarar a irmã, indagou: — Me diga, Gilda, como é esse famoso modelo T-1000?

— Mas não irá você ganhar um androide modelo T-1000, para teu espirito fantasmagórico, habitar.

— Mas você disse...

— O que disse, querida, é: Ganhara um androide semelhante ao modelo T-1000.

— Semelhante ao modelo T-1000, é?

— É, só que muito mais evoluído. O modelo do teu androide é o TX-5000.

— O modelo do meu androide é o TX-5000? — Indagou, arregalando os olhos espectrais. — UAU! Tem ele mais quatro "1000s" que o outro. Isso deve ser uma coisa boa, não é?

Gilda Moliarte deu uma risadinha antes de concordar:

— É!

— Mas me conta, irmã, quais as características principais desses modelos Ts?

— A característica principal dos modelos de androides da família Ts, é o fato de serem confeccionados com uma liga polivalente mimética.

— Liga polivalente mimética? Mas o que diabos vem a ser uma coisa dessas?

— Liga polivalente mimética é, nada mais, nada menos, que metal liquido.

— Meu androide é feito de metal liquido? Sendo de metal liquido, quando for dormir, onde o farei, será dentro de um barril? Estou achando essa ideia muito esquisita.

Não teve como a doutora não rir do estupido comentário. Menos mal pois, se ao invés do riso tivesse dado uma bufada, aí a coisa iria ficar feia.

— Minha querida irmãzinha, sabe qual é a grande vantagem do, teu espirito fantasmagórico, ter guarida num androide feito de metal liquido?

— Não, "querida irmãzona", não sei!

— Sendo teu androide confeccionado de metal liquido, pode ele mudar sua forma como bem o desejar.

— Como assim? — Inquiriu sobressaltada.

— Um androide confeccionado de metal liquido, pode mudar sua forma. Para que entenda esse ponto, deixa lhe dar um exemplo.

— De um exemplo, de!

— Uma vez tenha, seu espirito fantasmagórico, se apossado do androide TX-5000, assumira ele tua antiga aparência humana.

— Quer dizer que, minha aparência será a mesma que tive quando viva?

— Sim!

— UAU! Mas isso é muito legal!

— A senhora com a belíssima aparência antiga, mais um rabinho... — comentou Grilogum, num devaneio...

A doutora Gilda Moliarte não se conteve. Com a paciência esgotada, num gesto, transformou o gnomão numa estátua de bronze.

— Pronto! Não seremos mais importunados.

A bruxa Miarina arregalou os olhos estupefata.

— Como ousa transformar meu gnominho, em estátua?

— Ele estava sendo inconveniente. Pensei...

Com olhar chispando de raiva, Miarina encarou a irmã doutora, dizendo:

— Ninguém transforma meu gnominho em estátua!

— Não teria feito você o que fiz, caso pudesse?

— Sim, eu teria feito o que você fez, caso pudesse. Mas eu posso transformar meu gnominho no que eu bem entender, já você... NUNCA! O gnominho é meu e, sendo ele meu serviçal prestativo, só eu posso judia-lo, humilha-lo, tortura-lo e mais ninguém, entendeu?

— Tá! Tá!

— E trate de desfazer esse feitiço odioso, fazendo com que, meu gnominho, volte ao normal!

A Magatec fez o que lhe foi ordenado imediatamente e, tão logo Grilogum voltou ao normal, ouviu ele, a seguinte ameaça de sua senhora:

— E você cale essa boca, seu energúmeno, pois caso contrário, o transformarei numa estátua de bronze, entendeu!

— Você não está podendo conjurar magia nenhuma — respondeu abusado.

— Ainda por cima é bocudo! Gilda, transforme o cretino numa estátua de bronze!

Sabendo do gênio de cão que tinha a irmã mais nova, a doutora, Gilda Moliarte, voltou a transformar o gigante gnomo Grilogum, numa estátua de bronze.

— Bicho folgado! —Resmungou. — Bem feito! Teve o merecido.

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