23 - Palavrões E Palavrinhas Malditas Proferidas Por Santa Boquinha
— FILHA DA PUTA!
— LANAAAAA!
— Ué! Qual é Cindy! O que foi?
— Você ainda pergunta o que foi? Você acabou de falar um palavrão!
— E daí? Estou morrendo de vontade de falar um monte de palavrões, tipo: Puta que o pariu! Vá tomar no cu! Buceta peluda inchada! Rola ralada no nó! Caralho de papel crepom! Merda de casco piriguete! Sirigaita arrombada no talo! Corcova de bunda ruminante! Cú de alho...
— Cú de alho é palavrão, desde quando?
— Sei lá, hoje estou criativa.
— Está tão criativa, se pondo a inventar palavrões que nem existem. Corcova de bunda ruminante ficou o "O" do borogodó.
— MERDAAAAA! Aquela vaca viada, rampeira, pum de serra...
— Calma, querida! Você não pode ficar falando palavrões aqui?
— Por que não posso ficar falando palavrões aqui, senhorita Cindy Shell, porque?
— Esqueceu-se, amiga, que esse texto na qual sou heroína...
— Ué! Qual é! Esta se achando melhor do que eu?
— Corrigindo... — emendou a princesa, apaziguadora. — Esse texto em que "nós duas" somos protagonistas, está sendo publicado no Wattpad e, a maioria dos nossos leitores é do sexo feminino, adolescentes, umas garotinhas muito fofas...
— E daí? E você acha que essa meninada fofíssima, não fala palavrão?
— Como vou saber se a maioria fala ou não fala palavrão?
— A real, Cindy, eu conheço muito bem essa plataforma. Vivo entrando nela, lendo o perfil da galera. O que tem de garota se dizendo maluca, doida varrida, uma qualquer largada no mundo, todas umas vadias que vivem dando...
— Dando o que, Lana Kepler?
Os olhos de Lana se contraíram, antes de cochichar:
— Elas dão! Dão muito! Dão para todo mundo!
— O que elas dão, dão muito para todo mundo?
— Dão um monte de coisas, são umas oferecidas!
— Você esta enrolando não dizendo o que elas dão.
— Dão de tudo, um monte de coisas! Dão estrelinhas, dão sugestões de livros, dão voto...
— Mas isso é muito bom!
— Mas para os nossos capítulos é uma regulagem sem tamanho. A gente se esforça para diverti-las e, pergunto, elas compartilham nossos capítulos nas redes sociais? Que nada! Estou com muita raiva, dessas leitoras filhas de umas arrombadas putas de sargetaaaaasssssss...
— LANAAAAA! TOME TENTO, GAROTA! O que está acontecendo com você? Esta com raiva do mundo? Esta com raiva das nossas leitoras queridas...
— Tuas leitoras queridas, né?
— Por que diz isso, criatura?
— Pensa que não sei. Os leitores gostam mais de você, a grande e valentona Cindy Shell, do que de mim?
— Quem lhe disse isso?
— Pensa que não percebo pelos comentários. É Cindy prá lá, é Cindy prá cá... Ninguém gosta de mim! — Afirmou Lana Kepler, começando a chorar.
A princesa abraçou a amiga, lhe dizendo carinhosamente:
— É logico que as leitoras a amam e gostam muito de você.
Aos prantos...
— Como, Cindy, elas vão gostar de mim, logo agora que vou ter de virar uma putinha?
— Você não vai virar uma putinha.
— Vou virar sim! Vou ter de dar minha bucetinha para sabe-se lá quantos homens tarados, para alimentar um maldito Cancêrxys que está alojado, confortavelmente, dentro do meu ventre?
— Elas vão entender... — e tentando mudar o rumo da prosa, indagou: — Que livro você está lendo no Wattpad, atualmente?
Lana Kepler arregalou os olhos, cheia de entusiasmo.
— Estou lendo um livro super, hiper, mega legal!
— E esse livro conta a história do que?
— O livro que estou lendo, conta a história de um vampiro gay que, tem o poder, além de se transformar em morcego, transforma-se numa mulher gostosona, dessas bem peitudas...
— Esse vampiro gay transforma-se uma drag-queen?
— É isso mesmo!
— E porque esse vampiro gay, transforma-se numa drag-queen?
— O vampiro gay se transforma numa drag-queen, para sugar o sangue dos homens.
— E porque esse vampiro gay precisa se transformar em drag-queen, para sugar o sangue dos homens? Pelo que sei, vampiros costumam sugar o sangue de suas vítimas, mordendo-lhes o pescoço.
— Mas o vampiro gay é diferente.
— É? O que faz dele ser tão diferente assim?
Cochichando...
— O vampiro gay, suga o sangue dos homens, mordendo-lhes o bigulim!
— CREDO, LANA! Que história mais bizarra! Aff!
Lana Kepler desvencilhou-se da amiga, revoltada.
— É o que digo, ninguém me ama, ninguém me entende, todo mundo me critica! Você me crítica, as leitoras me criticam e, quer saber, se minguem me entende, que vão para a puta que o pariu, na cova do cu onde a rola punheteira, hiberna, soltando puns ralando a farofa do caralho ruminante!
— LANAAAAA!
— E vão se acostumando que, daqui para a frente, palavrão na minha boca é mato. Se vou ter de virar uma puta rampeira, o farei em grande estilo!
— Calma querida, para tudo há uma solução.
— Se a vaca da doutora Gilda Moliarte, com toda aquela bucetuda sabedoria não encontrou, estou fodida, fodidinha da Silva e, olha que a família Silva é grande, muito grande.
Cindy Shell virou-se, encarando o autor do seu romance, suplicando:
— Roberto Struan, não tem jeito, ira ter você que apelar para o "piiiii", caso contrário, os capítulos daqui por diante, serão impublicáveis.
— E se ao invés dos "piiiiis", usássemos: *&%$@#*? — Indaguei, eu.
— Também é uma boa ideia, porém, do jeito que a coisa anda, pela via das dúvidas, use os dois.
— Ok!
— Com quem, #)*&@¨%&#, você está falando?
— Não estou falando com ninguém, não.
— Mas eu vi, piiiii, que você estava falando com alguém. Na certa deve se um (*%%$#&@ de piiiii, &*&%%$# de piiiii... Epa! Porque meus palavrões estão sendo censurados?
— Teus palavrões estão sendo censurados? Nem percebi — comentou Cindy Shell se fazendo desentendida, com uma cínica cara de paisagem.
— Estão sim, ouça: *&##@%$#@()*&!
— Pensando bem...
Lana Kepler voltou a chorar. Abraçou a amiga aos prantos.
— Cindy, o que será de mim?
— Eu não sei, querida. Me sinto totalmente impotente. Saiba que, se pudesse fazer alguma coisa, faria, arriscando minha própria vida se fosse preciso. Mas se for parar para pensar...
— E...?
— Você tem três amores lindos.
— E você acha que os espermas dos meus três amores, darão conta de alimentar um Cancêrxys comilão?
— Eu não sei querida, mas você não acha que devemos tentar? É como a doutora Gilda Moliarte disse...
— O que a doutora disse que, já nem lembro.
— Disse ela: Desconhecemos por completo a natureza do Cancêrxys que carrega no ventre. Pode ser ele um glutão? Sim! Pode ser ele um glutão, mas também pode ser ele, um comilão comedido, com desejo alimentar quase espartano. Devemos sermos otimistas, esperando para vermos como as coisas caminham.
— Só tem um pequeno probleminha.
— Que probleminha, Lana?
— Acho que meu Cancêrxys está começando a ficar com fome.
— Como sabe?
— Estou começando a sentir uma dorzinha de barriga muito incomoda.
— Xi, "piiiii".
***
Vixe! Dessa vez a coisa desandou. Estou pensando se, quem sabe, se dermos um monte de estrelinhas para Lana Kepler, ela sossega o facho e para de falar nomes feios. Portanto, acho que precisaremos de muitos, muitos votos para acalma-la. De resto, vou usar um tapador de ouvidos pois não é ele pinico e, não sendo pinico, não da descarga. Beijos e fique na paz.
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