Capítulo 21
— Pare! — eu segurei a mão de Mikael antes que ele voltasse a bater os dedos na mesa, nervosamente. Theo revirou os olhos e soltou a minha mão da do vampiro.
— Pare de pegar na mão dele — Theo murmurou.
— Eu não sei porquê estou nervoso — Mikael confessou.
Estávamos em um bar, apesar de não ser nem seis da tarde, o bar estava cheio e, pelo o que pude perceber, muitos dali eram sobrenaturais.
— Ow, me sinto como uma mãe coruja prestes a conhecer a namorada do filho — eu zombei, Theo riu e Mikael me olhou feio — Relaxa, não vai acontecer nada, só vamos conversar.
— Eu passei apenas uma noite do seu lado e já foi tempo suficiente para entender que algo sempre acontece quando você está por perto.
— Hey! — cerrei meu olhos para ele, que deu primeiro sorriso em horas, mas era um sorriso nervoso — Por que você está com tanto medo? Essa Marcela tem algum problema?
— Não, ela é maravilhosa.
— Certo, e você não está apaixonado? — perguntei irônica e ele bufou — Se não é ela o problema, o que é? A amiga dela?
— Alexandra é uma Allenco — ele falou como se aquilo explicasse tudo, mas, pela expressão de Theo, explicava muita coisa.
— Filha de quem? — Theo perguntou.
— Edward Allenco, o químico.
— Sétima geração — Theo falou e Mikael concordou com a cabeça — realmente você deve ter medo, ela não deve ser fácil.
— Vocês vão me explicar ou vou ter que descobrir sozinha? — perguntei já sem paciência.
— Os vampiros são divididos em seis famílias, os seis Patriarcas são os filhos de Vlad que também moram na Romênia. Os Allenco são uma espécie de versão vampira dos Acker's, mas eles são bem mais rígidos. Os vampiros seguem a risca cada regra do seu clã, se pisam fora da linha, são punidos severamente — Theo me explicava — Os Allenco são conhecidos pela inteligência e força, muitos deles acabam se tornando importantes para a corte de Vlad. Os Allenco e os Heddle são os mais fortes.
— E por que toda essa preocupação com a tal garota?
— Famílias vampíricas não se juntam a Renegados, nunca! — Theo falou — E pelo o que entendi, essa garota é extremamente protetora com a outra, como se fossem irmãs. Além de fortes, vampiros são territorialistas, como por exemplo nosso amigo aqui que está com medo de nos deixar perto da sua namoradinha.
— Muito engraçado — Mikael resmungou.
— Você está com medo que ela interfira em algo? — perguntei e foi a vez dele cerrar os olhos para mim.
Mas antes que ele falasse algo, sua fisionomia mudou de expressão e ele se voltou para a porta no mesmo instante.
— Elas chegaram — ele falou já se levantando.
A nossa frente surgiram duas garotas, minha idade ou mais novas. As duas tinham cabelo comprido castanho, mas uma realmente parecia humana. Ela tinha olhos castanhos, sorria e se vestia como uma garota normal, também olhava em volta, a procura de alguém. A segunda era bem pálida, olhos claros, parecia entediada e se vestia totalmente de preto, incluindo uma jaqueta de couro e botas.
— Marcela — Mikael chamou e a garota sorridente se voltou para ele, sorrindo ainda mais quando o viu.
— Oi, que bom que você ligou — ela o abraçou — Já estava ficando com saudades.
— Me perdoe, aconteceram muitas coisas nos últimos tempos.
— Tudo bem, o importante é que você está aqui!
— Vocês realmente vão sempre fazer isso? — a outra provocou — Está ficando cansativo ser ignorada quando vocês se encontram.
Eu ri daquilo, fazendo que, finalmente, elas notassem Theo e eu. Elas se assustaram conosco, a garota de olhos claros, provalvemente a Allenco, puxou Marcela para trás dela, a protegendo.
— Quem são vocês? — sua voz era fria.
— Somos Theo e Eve Acker — meu namorado respondeu — Estamos aqui com Mikael.
— Você — a garota vociferou para o outro vampiro — o que você estava pensando? Você traiu nossa confiança!
— Não, eu disse que encontraria um jeito de ajudá-las, eles são esse jeito!
— Alexandra — Marcela falou — vamos deixá-los explicar, talvez seja algo realmente bom.
— Você é boazinha demais — Alexandra cruzou os braços — Ainda vai ser o motivo da nossa morte!
— Contando que já estamos mortas, acho meio difícil — Marcela deu de ombros, novamente eu ri — Viu, ela concorda comigo.
— Oi, sou a Eve e esse é o Theo — falei para ela.
— Sou a Marcela, essa é a Alexandra.
— Melhor sentarmos, não queremos chamar atenção — Theo disse, indicando a mesa onde estávamos.
— Alguém sensato nesse lugar — Alexandra bufou.
Nos sentamos em volta, um garçom veio (que por acaso tinha um olho só) veio nos atender. Theo não pediu, Mikael e Alexandra pediram uma bebida chamada Blood Mary (que pelo cheiro, continha "Blood" de verdade), Marcela me acompanhou na velha e boa Coca-Cola.
— Então? — eu perguntei, já que ninguém falava nada.
— Quem são vocês e o que querem? — Alexandra foi direta, Marcela deu um tapa na própria testa e eu ri.
— Acho que eu gosto de você — dei um gole no meu refrigerante — só estamos tentando entender o que aconteceu no dia do show.
— E o que isso tem a ver conosco? — Alexandra mantinha a pose de irritada, mas eu percebi como Marcela ficou tensa.
— Me diga você — insisti.
— Quer eu eu confesse? Eu confesso — Alexandra se inclinou sobre a mesa e sussurrou, como se fosse contar segredo — Eu fui nesse show, Marcela me arrastou para ele, e eu gostei! A banda é muito boa! Ah, e tenho certeza que o vocalista e o baixista são gays e tem um caso!
Ela voltou a sua posição normal, se encostando na cadeira e me desafiando com o olhar.
— Eu estava nesse show e depois fui para casa, palavra de escoteira — ela disse cínica, mas me fez sorrir.
— Minha vez de confessar algo — fiz o mesmo que ela, me inclinando sobre a mesa — eu acredito em você! — ela ficou confusa, mas se manteve na defensiva — Eu tenho certeza que vocês duas foram nesse show e depois foram para a sua casa — Alexandra e Marcela se entreolharam, mas não disseram nada — só que entre o show e chegar na sua casa, algo aconteceu. Disso, eu também tenho certeza — eu voltei a minha posição normal, minha vez de desafia-la — Ah, eu sou fã da banda há um tempo, também acho que eles se pegam.
Alexandra me fuzilava com o olhar, mas eu vi que, por debaixo da mesa, ela apertava a mão de Marcela, que parecia bem nervosa.
— Qual a ligação de vocês duas? — Theo perguntou — Sei que há algo, mas não o quê e isso me intriga.
— Alexandra é minha melhor amiga — Marcela respondeu — tive problemas em me adaptar com a minha nova condição, ela vem me ajudando com isso.
— Eu sou tão protetor quanto você, vampira — meu namorado falou — mas com a minha família, com quem amo. Eu sei que ela foi mordida por um Renegado, você é uma Allenco, não são da mesma família. Ela tem obvio interesse romântico em Mikael, que é recíproco. A atração que os dois sentem um pelo outro cheira longe — Marcela soltou o guincho de vergonha e tapou o rosto com as mãos, Alexandra e eu seguramos o riso — Você também não está interessada nela desse jeito, então qual a ligação de vocês duas?
— Somos amigas, simples assim — Alexandra deu de ombros.
— Escutem, Theo e Eve estão aqui para ajudar! — Mikael, finalmente, se pronunciou — Eles são nossa melhor chance.
— Não precisamos de ajuda — Alexandra disse entredentes.
— Olha, eu não tenho tempo para perder com isso, quero voltar para casa ainda hoje — falei — Alguém muito poderoso nos mandou aqui até aqui, ele quer respostas e, a menos que vocês respondam as minhas perguntas, não vou poder saber responder as dele, ou seja, ele vai vir para cá e querer resolver por si só. Garanto a vocês, o resultado não vai ser bonito.
— Sou uma Allenco, não respondo a lobos, vocês não tem jurisdição sobre mim, Marcada — ela falou lentamente, praticamente zombando de mim, mas isso só fez tudo parecer ainda mais engraçado.
— Que bem que você sabe sobre mim, porque tenho perguntas sobre o que sua amiga realmente é — indiquei Marcela com a cabeça e elas ficaram tensas — Mas eu não estou a mando de nenhum lobo, quem me mandou aqui foi Lord Vlad Tepes — a mudança de comportamento delas foi nítida, o pânico delas era visível — Então, vamos recomeçar, vocês vão contar o que aconteceu?
Elas ficaram em silêncio, por alguns segundos, até que Alexandra adotou uma expressão derrotada e falou.
— Melhor irmos para outro lugar para conversar.
Entramos em um antiquário, a loja estava cheia de coisas, desde armários, louças, quadros, até camas e grandes mesas, nas não havia ninguém. Fomos para o primeiro andar, onde era uma casa. Parecia um apartamento normal, até que grande, mobiliado, mas também não encontramos ninguém por lá.
— Aqui — Alexandra nos levou até um escritório. Lá tinha um sofá em uma parede, uma mesa de escritório de madeira e três cadeiras na outra perto da janela, duas estantes repletas de livros e quadros de flores azuis, que destoavam com a seriedade do local — agora podemos conversar.
— Vão falar ou eu vou contar a minha teoria? — perguntei.
— A vontade — Alexandra falou, se sentando sobre a mesa, Marcela e Mikael estavam no sofá, Theo e eu de pé, encostados um no outro.
— Vocês foram no show, saíram de lá e foram atacadas. Na casa onde estivemos havia marcas de luta. Creio que Marcela estava sendo ferida no quarto, enquanto você lutava na sala para chegar até ela. Pela quantidade de sangue perdida, acredito que foi quando ela foi mordida — Alexandra trincou os dentes enquanto eu falava — Mas eu ainda não entendo porquê de todo esse mistério e qual é a ligação de vocês duas.
— Minha situação é delicada — Marcela falou.
— Eu vou acabar guardando mais um segredo — resmunguei e Theo afagou minhas costas — eu nem sei o que fazer com as minhas coisas, tenho que ficar guardando segredos dos outros — bufei — Ok, Theo e Mikael para fora, preciso conversar com elas!
— O QUÊ? — Mikael exclamou.
— Tem certeza? — Theo perguntou e eu confirmei — Ok, mas já aviso que estarei esperando na cozinha, porquê estou com fome — ele apontou para Alexandra, que deu de ombros — Vêm — ele saiu arrastando Mikael, que reclamava ainda.
— Então? — perguntei
— Acredite, quanto menos você souber, melhor — Alexandra me respondeu.
— Olha, vamos ser sinceras aqui, porque eu não tenho tempo a perder — falei irritada — Vocês precisam me explicar direito o que está acontecendo, porque eu não vou arriscar o meu pescoço por um segredo que eu não sei qual é!
— Por que você quer nos ajudar? — Marcela perguntou.
— Sei lá — dei de ombros — aparentemente é só isso o que faço, me meter em problemas.
— Como sabemos que podemos confiar em você?
— Ok, eu começo! Eu sou uma Marcada que pode compartilhar habilidades com meu lobo, sou mais forte que outros lobos, inclusive já matei alguns — elas se surpreenderam — Sim, já matei um lobo no soco, outro eu injetei wolfsbane e teve um que eu arranquei a cabeça, entre outros — dei de ombros — Ah, também posso me comunicar nos meus sonhos com o Alfa Wong e com Vlad, além de guardar segredos dos seres mais poderosos da Terra e, recentemente, descobri que minhas habilidades se comparam a de uma Alfa, só que não existe uma Alfa Marcada. Devo ter esquecido muita coisa, mas acho que por enquanto está bem, não?
Elas me olhavam assustadas, sem dizer nada.
— Agora é a vez de vocês, o que aconteceu naquela casa e porquê todos acham que a Marcela é uma vampira, se eu tenho quase certeza que não é? — perguntei.
— Como. . . Como você sabe? — Marcela gaguejou.
— Eu sinto que você está mais perto de ser humana do que vampira, mas Theo e Mikael têm certeza que você é vampira. Por que?
— Não é simples, nós. . . — Alexandra começou a falar, mas Marcela praticamente gritou:
— Sou uma Interrompida! — ela abaixou a cabeça, tampando o rosto, Alexandra se sentou do lado dela a abraçando.
— Hã? — o que isso queria dizer? — E era para eu saber o que é isso?
— Você sabe como vampiros são transformados? — Alexandra me perguntou.
— Mais ou menos.
— O humano deve ter perdido mais da metade do seu sangue, então ele é mordido, depois do seu corpo mudar, ele deve beber sangue humano. Marcela foi atacada e torturada por Renegados, eles a morderam seguidamente, eu consegui tirá-la de lá antes que a matassem. Mas ela estava fraca demais, não iria sobreviver.
— Então você deu do seu sangue para ela — eu completei — mas o que quer dizer ser uma Interrompida?
— Eu não bebi sangue humano, não sou mais humana, mas também não sou vampira. Eu, literalmente interrompi o processo de transformação.
— Isso é possível? — perguntei.
— Existe uma lenda que diz que há muito tempo, uma humana conseguiu passar um ano sem beber sangue humano, isso a fez voltar a ser um humana, ela foi considerada a única Interrompida da história. Marcela resistiu até agora, mesmo sendo difícil. Temos esperança que dê certo.
— Então é essa a ligação de vocês, você deu o seu próprio sangue para salvar a sua amiga, mas isso não é proibido? Você precisa ter autorização para transformar alguém, não é?
— Se minha família descobrir, serei punida severamente, com meu sangue — Alexandra falou — o Patriarca dos Allenco, Johann, não vai me perdoar. Ele é extremamente rígido com as regras e ele não gosta de mim, diz que pareço demais com meu irmão que morreu. Johann nunca vai me perdoar, serei considerada um desonra e, com certeza, ele vai me renegar, depois de me torturar.
— Isso é horrível! — murmurei — E com Marcela?
— Provalvemente irão mata-la.
— Por isso ninguém pode descobrir — passei as mãos pelo rosto nervosamente — tem mais alguma coisa que eu preciso saber sobre aquela noite? — eu já estava imaginando as desculpas que eu ia dar para Vlad.
— Então — elas se entreolharam, Ah não! — tem uma coisa, mas não é sobre nós, é sobre os Renegados.
— O quê? — perguntei desconfiada.
— Eles estavam usando drogas — Alexandra respondeu.
— O quê? — eu quase gritei — Isso é impossível, o metabolismo de vocês não permite isso, vocês nem ficam bêbados, como ficariam drogados?
— Eu não sei como ainda, mas sei que estavam. São cristais bem pequenos roxos, eles cheiram isso e agem como se estivessem drogados, ficam mais fortes, agressivos e inconsequentes — Marcela falou.
— Você tem certeza disso? — Perguntei.
Marcela se levantou e ergueu a camiseta, deixando várias marcas de mordidas a mostra, algumas eram mais leves, outras eram bem feias, a ponto de rasgarem toda a pele em volta e serem profundas.
— Está vendo isso? — ela falou — Foi o que fizeram comigo. No meio de tudo isso, fizeram carreiras dessa droga em mim e cheiraram, enquanto riam. Eu estava gritando de dor e me afogando no meu próprio sangue, enquanto eles usavam meu corpo para se drogar, então sim, eu tenho certeza.
Na mesma hora Alexandra se levantou e abraçou a amiga, ela falou coisas que a confortavam e eu entendi a ligação entre elas. Não era só questão de sangue, Alexandra estava lutando com todas as suas forças para que Marcela tivesse uma segunda chance. Talvez a vampira se sentisse culpada, achando que não foi capaz de proteger a amiga, mas o fato é que Alexandra estava arriscando sua própria existência por Marcela. E seria eu a julga-la? Até porque sabemos que eu não faria diferente, eu já não tinha me usado de isca para que Helena e Ana conseguissem escapar dos lobos vagantes que queriam nos levar?
Então, se eu ainda tivesse alguma dúvida se eu protegeria aquele segredo ou não, minhas dúvidas morreram ali.
— Eu sinto muito por tudo o que você passou — falei para Marcela — de coração, se há algo que eu possa fazer para ajudar, nem que seja para ajudar a matar quem fez isso com você, é só me avisar e eu farei. Mas vocês entendem que me colocaram numa situação extremamente difícil aqui, não é?
— Como assim? — Alexandra perguntou já defensiva.
— Primeiro, eu não posso guardar esse segredo sozinha, não estarei aqui o tempo todo para ajudar em tudo que vocês precisarem e vocês irão precisar muito, um segredo desses nunca sai barato. Vocês precisam contar para Mikael!
— Ele é próximo ao Lorde Tepes, não podemos fazer isso.
— E esse é o nosso segundo problema — falei — foi o próprio Vlad que me mandou aqui atrás de respostas, ele sabe que tem algo acontecendo, só não sabe o que. Não acho que é sobre vocês — as tranquilizei — deve ser sobre esse bando que as atacou. Mas a questão é que ele está esperando que eu conte o que descobri, eu não posso falar de vocês e temos que manter Vlad o mais distante possível. Todos podem pensar que Marcela é realmente uma vampira, mas Vlad não será enganado.
— Ótimo, é só não contar — Alexandra cruzou os braços.
— Mas ele tem que saber sobre essa tal droga. Se ela realmente afeta vampiros, quanto tempo até chegar em outras espécies ou, pior, nos humanos? — elas não me responderam — eu realmente não sei o que fazer, não posso arriscar a vida de vocês, mas também não posso arriscar a vida de inocentes.
Pelo Alfa, eu só queria que um vez, só uma, Vlad estivesse errado! Eu só fui para aquela cidade para encontrar a Hannah, essa "missão" do Vlad só tinha servido como desculpa, mas olha para mim agora!
Francamente Evelyn, como você consegue fazer essas coisas?
— Alguém mais sobre isso? — perguntei para elas.
— Só o Afonso, o irmão mais velho da Alexandra — Marcela respondeu e Alexandra desviou o olhar.
— O que houve? Qual o problema com seu irmão? — perguntei e ela se alarmou.
— Nenhum!
— Vampiros não são bem ligados a família? Por que você vive longe da sua? E qual é o problema com esse irmão?
— Nenhum, já disse! Eu moro aqui com a minha tia, meus pais e meus irmãos estão na Romênia, nada fora do normal!
— Por que sua família mora em outro continente e só você aqui? Qual é o problema com seu irmão? E não ouse mentir para mim — eu insisti, mas aí percebi que talvez fosse melhor não saber — Espera, isso tem alguma ligação direta com o nosso caso? Porque se não tiver, eu não quero saber, já tenho problemas demais.
— Não acho que. . . — mas a voz de Alexandra foi interrompida por barulhos muito altos que vinham do corredor lá fora. A vampira fechou os olhos apertado, repetindo — não, por favor não!
Marcela abriu a porta e eu pude ouvir melhor os barulhos, devia estar acontecendo uma briga feia.
— Eu já falei, recue Allenco — a voz de Mikael era séria e ameaçadora.
— Por favor, não seja ele! Qualquer um, qualquer um mesmo, não importa quem, pode até ser Lúcifer, só não seja ele — Alexandra repetia para si.
— E eu falei que Não! — a voz masculina respondeu, Alexandra bufou.
— Obvio que é ele — ela revirou os olhos — Parem com isso! — gritou saindo no corredor.
Eu via dois Vampiros no corredor, o que estava de costas para mim era Mikael, o outro eu não conhecia. Esse era alto, acho que até um pouco mais que o próprio Mikael, tinha cabelos bem compridos pretos, que estavam preso num coque, mas vários fios escapavam. Sua barba era rala e só estava ao redor da boca e ao longo do maxilar, praticamente emoldurando seu rosto. Ele era bem bonito, mas no momento estava com muita raiva.
— Não! — ele vociferou e foi para cima de Mikael.
— Temos que fazer alguma coisa! — Marcela exclamou preocupada.
— Eu não — Alexandra deu de ombros — deixem que lutem até a morte, provavelmente Mikael vai se cansar, vai matar Afonso. Aí depois é só sumir com o corpo e metade dos meus problemas acabam.
— Olha — eu falei enquanto Marcela olhava feia para a amiga — por mais que seu plano me pareça atrativo, eu realmente preciso ir embora. Então eu vou parar essa briga e depois resolveremos o que fazer — Alexandra apenas deu de ombros novamente, fui em direção deles, cadê o Theo? — Parem! Vocês dois, parem! — mas não me ouviram. Então na hora que o tal Afonso ia socar Mikael e esse ia revidar, eu interferi. Segurei o punho de Afonso, antes que ele tocasse Mikael e empurrei o outro vampiro — Eu falei para vocês PARAREM!
Os dois ficaram me encarando, Mikael só estava bravo, Afonso parecia surpreso comigo.
— Agora vocês dois vão parar de agir como crianças e me dizer o que está havendo! — falei irritada — E onde está o Theo?
— Aqui — ele veio caminhando da cozinha, calmamente, enquanto comia um sanduíche — o que? Eu avisei que estava com fome!
Marcela (Victoria Justice)
Alexandra (Liz Gillies)
Afonso (Tiago Iorc)
Mikael (Jamie Dorman)
E aí, teorias?????
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro