Capítulo XXI
Arthur tinha sido anunciado e os torcedores gritaram enlouquecidos a Valentina estava de pé em uma cadeira ao meu lado e pulava com os braços para cima. Ela estava usando luvas de boxe, era incrível como ela gostava daquilo.
Eu ia trazer o Noah mas ele preferiu ficar em casa estudando e lendo, então deixei ele com o Eric e minha mãe. Assim que chamei ele pra vim assistir, o menino fez uma careta ele já havia exposto sua opinião sobre lutas então eu não poderia obriga-lo a vir comigo. Se não fosse pela Valentina nem eu teria vindo, preferia ficar em casa tomando um bom vinho.
-Olha ele está acenando pra mim.- Valentina diz e aponta pro Arthur que já está dentro do octógono.
-Você acha que ele vai ganhar?- Pergunto e ela me olha de lado.
-É claro, meu papai nunca perde.- Espero que isso seja verdade.
A luta começa e em menos de dois minutos já tem respingos de sangue no local. A cada golpe mais violento eu viro o rosto e Valentina rir da minha cara e me chama de medrosa. Ser zoada por um pinguim de gente é humilhação demais.
No segundo round Arthur consegue finalizar o adversário dando uma chave de braço segundo Valentina, ela e eu nos abraçamos enquanto o técnico do Arthur entra no local e bota o cinturão atravessado no peito dele. Uai eu nunca tinha visto esse treco antes, vou precisar pedir pra da uma analisada.
-Você viu? Foi demais, meu pai é muito bom. O quatro olhos perdeu...- Ela arregala os olhos e bota as mãos pequeninas na boca. -Desculpa. Eu quis dizer Noah, ele perdeu.
-Está desculpada.- Falo e voltamos a comemorar a vitória de Arthur, no final das contas eu comecei a pular e gritar como uma louca.
Ele da um pronunciamento agradecendo, desce do octógono e se aproxima de nós duas pega a Valentina no colo abraça ela e depois me puxa pela nuca e me da o maior beijão.
Por um minuto eu ouvi um milhão de cliques de fotos, eu podia dizer que esse beijo com toda a certeza foi fotografado de todos os ângulos possíveis. Me afasto dele e a primeira coisa que faço é olhar pra Valentina que está com um meio sorriso no rosto.
-Parabéns.- Falo baixo e dou um meio sorriso, não era assim que eu planejava contar pro mundo que estamos juntos.
-Vamos.- Alec o técnico dele diz e nós seguimos por um longo corredor.
-Aquele beijo foi transmitido ao vivo no canal do UFC, e provavelmente algum lunático está gravando da tela da TV pra postar no YouTube nesse momento.- Alec diz e Arthur acena com a cabeça.
-Parece que deu certo. Já estava na hora de todos saberem que estamos juntos.- Ele diz e entra em uma sala.
-Pai você foi demais, quase quebrou o braço daquele fracote.- Valentina diz, é incrível a capacidade dela conseguir ser valentona mesmo sendo é a coisinha mais fofa do mundo. Mas o vocabulário dela faz com que ela pareça um pequeno chihuahua fofo e pequeno, porém brabo igual não sei o que.
-Pois é, vou te ensinar aquele golpe.
-Ebaa. Vou aplicar esse golpe no seu filho.- Ela diz e aponta pra mim.
-Não pode, ele nem sabe lutar.- Respondo.
-Tô brincando, eu só aplico em quem implica comigo. No colégio quando os meninos implicam comigo eu vou lá e bato neles.
-Muito bem.- Arthur diz e eu olho pra ele. Meu Deus o professor induzindo a menina a bater nos demais.
-Ah encontrei vocês.- A mulher do Arthur diz assim que entra no local.
-Mãeee.- Valentina diz, pula da cadeira e abraça a mulher que nem ao menos se abaixa pra abraçar a criança direito.
-O que diabos você faz aqui?- Arthur pergunta entre dentes.
-Eu vim ver com os meus próprios olhos. Sempre soube que você só estava esperando eu me distanciar pra meter os dentes no meu homem.- A louca da mulher diz e aponta pra mim.
-Vem Valentina, vou te ensinar o golpe que seu pai deu no adversário dele.- Alec diz tentando levar a menina pra fora.
-Eu quero ficar aqui.- Ela diz ainda agarrada na perna da mãe.
-Valentina vai com ele, agora.- Olívia diz grosseiramente e eu fico com uma grande vontade de cortar a língua dela.
Como pode, ficar tempos longe da filha e agora que voltou ela a trata dessa maneira? Ela devia abraçar a criança e matar a saudade e não mandar ela sair de perto.
Valentina só aceitar ir depois que o Arthur se abaixa e sussurra algo no ouvido dela, aí ela abre um sorriso concorda com a cabeça e sai de mãos dadas com Alec.
-E aí o que você tem para dizer?- Ela pergunta olhando pra mim.
-Ótimo que você perguntou. Tenho a dizer que você é uma vaca egoísta por tratar sua própria filha daquele jeito. Se eu fosse você teria vergonha de voltar e tentar algo com ele - aponto pro Arthur - Largou sua filha seu casamento por algo sem sentido, e agora volta como se tivesse o direito de julgar alguém. Eu não queria falar mas já que você perguntou é isso que eu acho de você, sua nojenta de merda.
-Você não sabe nada sobre minha vida eu amo minha filha.
-Se amasse não teria abandonado ela.- Arthur diz.
-Eu estou falando com a sua puta então cala a boca.- Sinto meu rosto queimar de tanta raiva. -Esperou que desse um tempo para tomar meu lugar...
-Ainda bem que eu esperei não acha? Já você nem isso, não merece o mínimo de respeito. É uma mulher tão baixa e vazia.- Ela tenta me atacar mas o Arthur segura ela antes disso.
-Vou acabar com sua raça. Vem eu quero ver se você é mulher.
-Sou mulher sim, mas jamais irei bater em você. Isso é coisa de mulher baixa e desesperada e eu estou bem acima disso. Agora se me der licença eu tenho coisas mais produtivas a fazer.- Vou sair da sala mas o Arthur me para.
-Você fica, ela é quem vai sair.- Ele diz.
-Quem vai me tirar?
-Eles.- Ele aponta pra trás e tem dois homens enormes prontos pra agarrar ela, e quando Olívia mostra resistência eles seguram ela pelos braços e pernas e a retiram do local.
-Porra.- Arthur diz e da o maior soco em um saco de pancadas.
-Calma.
-Não da, você viu como ela tratou a Valentina? Como eu pude ficar sete malditos anos com essa mulher? Usou máscara esse tempo todo essa desgraçada.- Me aproximo e abraço ele.
-Ela só está tomada pela raiva por ter perdido você.
-Mas aí desconta na filha?
-Basicamente isso.- Ele encosta a cabeça em meu ombro e respira fundo.
-Cadê a mamãe?- Valentina diz e entra na sala sendo seguida por Alec.
-Foi embora.
-Já? E nem falou comigo.- Consigo perceber a tristeza na voz dela e me abaixo pra ficar na mesma altura.
-Acho que ela tinha algo importante pra fazer. Mas mandou um beijo.- Ela respira fundo e da de ombros.
-Acho que ela estava com raiva de mim, pois gritou comigo e nem se despediu.
-Valentina não liga pras coisas que aquela maluca diz.
-Ela não gosta mais de mim.- Abraço a menina e passo minha mão pelo seu cabelo.
-Claro que gosta, é impossível ninguém gostar de você.- Ela se afasta e bota a mãozinha pequena no meu ombro.
-Você gosta de mim?
-Obvio, você é a menina mais legal que conheço. Agora vamos embora? Minha sobrinha está louca para te conhecer, ela tem a sua idade.
-Sério? Ebaaaa, pai eu posso ir com a Camila?
-Pode sim, me da um abraço aqui.- Ele diz e se abaixa pra pegar a menina no colo. -Eu te amo.
-Também te amo.- Ela sai do colo dele e corre pegando em minha mão. Saímos por longo corredor.
-Você vai adorar ela.
-Qual o nome?
-Melinda.
-Nome muito legal.- Ela para de repente e abraça minha perna. -Eu também gosto de você.
Ah Deusss será que posso roubar ela da mãe e por no meu nome? Isso não seria crime né? Droga, por que eu tenho que me apegar tão rápido nessas crianças?
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