"É sempre bom relembrar"
- Ela não pode ir lá pra casa, se meu pai vê que a Camila está nesse estado ele vai enlouquecer. - Juliano diz e passa a mão pelo cabelo.
Estamos no final da festa e a Camila está tão bêbada que nem consegue ficar sentada.
- É verdade, meu pai vai surtar se vê ela assim. - O irmão mais novo dela diz.
- Ele está dormindo... Não... Não vai nem vê. - As palavras da menina saem atropeladas e Juliano empurra ela deitada novamente.
- Ela pode dormir lá em casa. - Natália diz e olha pra mim, mas que porra ela está na cabeça? Essa garota não pode dormir lá em casa...
Ou pode? Pensando bem, pode sim.
- Eu não...
- Cala a boca Camila, então está resolvido ela dorme na sua casa Nat.
- Então vamos logo. - Eu digo e Camila levanta, mas cambaleia se não fosse o Igor ela estaria no chão agora.
- Nunca percebi que você é uma gracinha. - Ela diz e passa a mão pelo rosto do Igor, ele me olha e abre um sorriso. Mal sabe ele que eu já peguei ela.
- Vamos logo. - Falo novamente e puxo ela pra longe do Igor e saímos do salão.
Quando vejo meu carro arranhado tenho vontade de jogar essa garota longe, mas, esse é o dia de fazer ela nutrir algum sentimento por mim.
- Vai atrás com ela Arthur, deixa a Natália vir na frente comigo. - Igor diz e entramos.
Me sento no banco de trás e Camila se aproxima de mim.
- Eu amei o beijo. - Ela diz no meu ouvido e eu abro um meio sorriso. Ela vai se odiar quando lembrar disso.
- Fico feliz por isso. - Respondo ainda sorrindo.
- Camila você sairia comigo? - Igor pergunta e pisca pra mim pelo retrovisor. Igor vai botar seu time em campo.
- Sairia, mas não vou. - Seguro uma risada.
- Pois você não sabe o que está perdendo. - Ele diz e ficamos em silêncio o resto do caminho.
Igor estaciona o carro. Eu saio e espero a Camila sair também antes de fechar a porta.
- Opa. - Seguro ela antes que caia no chão.
- Cara você está muito bêbada. - Natália diz e segura a amiga.
- Adios mi amor. - Igor grita e aponta pra Natália. Ele vai embora com meu carro e nós entramos.
Eu vou direto pra cozinha pegar algo pra comer. Eu preciso de comida e como imaginava tem um prato de strogonoff no microondas, esquento e me sento na mesa para comer.
Eu comi bastante na festa, mas eu preciso de arroz e feijão ou passo mal. Sempre foi assim desde pequeno, se eu não como um prato de comida fico com dor de cabeça.
Depois que termino, lavo a louça e vou tomar um banho.
Visto uma cueca box preta e vou pro quarto, quando entro a Camila está esparramada na minha cama.
- Eu tentei tirar ela mas é impossível. - ela estava apagada. - Dorme hoje na minha cama, pode ser?
- Não, eu durmo aqui com ela.
- Arthur...
- Natália. - Digo, ela revira os olhos e se joga na cama. Eu apago a luz e me deito ao lado da Camila, ela está com cheiro do desodorante da Natália.
Pego meu celular e boto no jogo que estou viciado no momento, é um jogo de UFC que estou amarrado nele, é bem foda.
- Arthur desliga essa porra. - Natália diz e me joga um travesseiro.
Jogo o travesseiro de volta nela e desligo o celular, me viro pra Camila e jogo minha perna por cima dela.
Camila narrando.
Acordo com uma leve dor de cabeça e um peso nas costas. Viro meu rosto e dou de cara com o Arthur.
Ele abre um sorriso e pela primeira vez vejo as covinhas em sua bochecha.
- Tira sua perna de cima de mim.
- Nossa já acorda mal-humorada. - Tento sair da cama mas ele me puxa e se enfia entre minhas pernas, sinto uma coisa entre minhas pernas e devo dizer que não está no seu estado habitual.
- Pode por favor se afastar? - Ele se abaixa um pouco para que sua parte baixa não fique em contato com a minha.
- É o seguinte, não quero que você já acorde com raiva de mim. Ontem você concordou em manter a paz. - Olho pra ele me fazendo de esquecida.
- Ontem? Eu não lembro, e a regra é clara se eu não lembro nunca aconteceu. - Ele cerra os olhos esverdeados.
- Não lembra de nada? - Percebo que está ligado a qualquer sinal de mentira vindo de mim.
- Lembro de algumas coisas. Mas de resto sumiu tudo. - Ai que mentira mais deslavada, eu lembro de tudo, da máscara, dele flertando comigo, das bebidas que fez para mim, e obviamente do beijo... Ah do beijo eu me lembro muito bem, mas prefiro fingir que não aconteceu.
- Eu não acredito em você.
- Não estou te entendendo, pra que essa importância toda das minhas lembranças? Aconteceu algo entre você e eu?
- Aconteceu, e eu faço questão de te lembrar. - Ele se apoia nas mãos, me beija e volta pra posição inicial que é entre minhas pernas.
Enfio minhas mãos pelo seu cabelo e retribuo o beijo, é sempre bom relembrar né?
Ele se esfregar em mim e sinto seu pau ficar ereto, e caralho que sensação boa. Eu quase solto um gemido de prazer pelo que ele está fazendo.
Por favor eu tenho dezenove anos e nunca passei da segunda fase com alguém, já está mais do que na hora né. Mas não com ele, e não aqui.
Sinto sua mão subir pela minha perna e empurro ele.
- Ta já lembrei. – Digo ficando de pé e ele também fica e aponta pra mim.
- Você nunca tinha esquecido, só inventou isso para eu te beijar. - Olho pro volume em sua cueca e desvio o olhar.
- Nossa desce do palco queridinho. - Saio do quarto e vou atrás da Nat que está sentada no sofá.
- Posso tomar banho?
- Pode, vou pegar uma roupa pra você. - Entro no banheiro e me olho no espelho.
- Não seja burra Camila, não se deixe levar pela aparência e pelo beijo, lembre-se ele é um idiota. - Digo pro meu reflexo.
Tiro a roupa e tomo um banho. Nat entra no banheiro e bota uma roupa em cima do vaso.
- Vou está na cozinha. - Essa é a primeira vez que venho em sua casa. E estou morrendo de vergonha pelos pais dela.
Depois do banho eu me arrumo e penteio o cabelo. Saio do banheiro e vou pra cozinha.
- Ah então você que é a Camila. - A mãe da Natália diz e me abraça, ela é loira, alta e bem elegante mesmo estando com um short jeans largo que não favorece ela em nada e usando uma blusa rosa que tem uma mancha.
Vejo que o Arthur puxou ela e a Natália puxou ao pai que também é moreno.
- Mila essa é minha mãe Diana e esse é meu pai Antônio.
-Prazer. - O pai dela é bem gordo, eu imaginava ele somente com uma barriga de chop.
- Senta e tome café. - Antônio diz.
- Ah não, eu já estou indo embora.
- Nada disso, só vai embora quando estiver devidamente alimentada. - Diana diz e me faz sentar, pego um pedaço de bolo e um copo de suco.
Ficamos conversando por um tempo nos conhecendo melhor, Antônio e Diana são super simpáticos e gentis.
Mas isso tudo acaba quando o Arthur entra na cozinha, ele passa manteiga no pão enquanto me olha. Reviro os olhos fazendo ele sorri, esse garoto faz de tudo para me deixar irritada.
- Camila diga ao seu pai que ele tem meu voto, vi o debate dele na TV e devo dizer que Otávio Cavalcante deve permanecer na prefeitura. - Antônio diz e Diana concorda, mas a risada de Arthur chama nossa atenção.
- Votar em um ladrão? Por isso o Rio de Janeiro não vai pra frente, está na hora de tirar esse corrupto do poder. Ele fala meia dúzias de palavras bonitas na televisão e vocês vão lá e votam nele. - Ele chamou meu pai de ladrão? Ai que ódio.
- Ele pode ser tudo menos ladrão, então veja bem o que você fala.
- Só estou falando a verdade. - Porra meu pai pode ser tudo, mas eu jamais vou aceitar que alguém fale assim dele. Eu sempre defendi meu pai e não vai ser hoje que não vou defender.
- Cala a sua boca, você não sabe de nada pra ficar falando dele desse jeito.
- Você tem que aceitar receber críticas do seu papai, eu não vou falar bem dele só porque você está aqui. Filha do prefeito. - Ele diz a última frase de forma sarcástica.
- Você não tem nada para falar da minha família, já que o que você faz não é nada legal, se é que me entende. - vejo o nariz dele se inflar, olha só toquei em seu ponto fraco. -Você sempre será um idiota.
Saio da cozinha e vou até o quarto para pegar meu celular.
- Quero ir embora Natália me leva até algum ponto para que eu possa pegar um táxi.
- Que merda, você e o Arthur brigam sempre que se encontram.
- Brigamos porque ele é um completo idiota. Agora vamos por favorrrr. - Ela concorda e saímos do quarto, eu me despeço dos pais dela e finalmente vamos embora.
Eu espero nunca mais vê esse garoto na minha frente.
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