Aposta
- Anda logo Natália, o Igor já está lá esperando. - Grito minha irmã mais uma vez, ela está se arrumando há horas e até agora não está pronta.
Qual é o problema? Pra que demorar tanto? Que merda.
- Natália, porra.
- Ihhh que homem chato. - Reviro os olhos e pego minhas chaves em cima da mesinha de centro.
- Não acha que essa merda de vestido está muito curto? - Aquele pano não cobria nada do corpo dela.
- Não, está ótimo pra mim. - Balanço a cabeça e entro no carro.
Antes de começar a dirigir eu boto meu boné branco com a aba para trás.
- Pra que boné? Tira isso pelo menos uma vez Arthur.
- Eu gosto de boné. - Eu tinha uma coleção deles e não saía sem, era minha marca. Sem boné parecia que eu estava nu, e todos estranhavam.
Dirijo o mais rápido que posso até a boate. Minha irmã está com as mãos agarradas no banco e me xinga toda vez que sua cabeça bate na porta, devo admitir que faço de propósito na maioria das vezes.
Quando chegamos eu estaciono o carro e saio.
- Você é um idiota, minha cabeça vai ficar doendo. - Ela diz e sai andando na frente.
Depois de alguns minutos na fila finalmente estamos dentro da boate, mando uma mensagem pro Igor falando pra ele me esperar no bar.
Quando chegamos lá ele vai logo abraçando a Natália.
- E aí coisinha linda.
- Solta a minha irmã cara.
- Arthur está tão chato, fiquem aqui que eu já volto. - Ela diz e sai, nem deu tempo de perguntar onde ela ia.
- E aí o bola falou alguma coisa com você? - Igor pergunta e eu nego com a cabeça, peço uma cerveja pro cara atrás do balcão e dou uma golada.
- Talvez eu vá falar com ele amanhã, ainda não sei. Eu estou precisando de grana.
- Eu também cara. - Ficamos jogando conversa fora e olhando umas meninas bem gostosinhas que passavam na nossa frente ou que estavam dançando.
- Quem é aquela que está vindo com sua irmã? - Olho pra onde Igor está apontando e vejo só uma silhueta, mas quando eles se aproximam vejo que é a Camila, por que essa garota tem que aparecer em todo canto agora?
Quando os olhos dela caem sobre mim o sorriso dela morre e uma careta toma conta do seu rosto.
- Arthur essa você já conhece, Camila, e esses são Guilherme e Ingrid. - O cara é uns centímetros mais baixo que eu e é negro com um cabelo curtinho. A menina usa óculos e está com um vestido que vai até seu joelho.
Ela fica me olhando e quando eu pego ela no flagra ela desvia o olhar toda sem graça. Mas que bonitinha... Nossa isso foi tão... menininha.
- Eu sou Igor. - Ele aperta a mão de Camila e abre um sorriso mostrando seus dentes tortos.
- Prazer. Podemos dançar agora Natália?
- Claro amiga, VAMOSSS. - Eles se afastam um pouco e começam a dançar.
- Eu quero essa loirinha. - Igor diz e eu dou de ombros.
- Vai em frente amigão.
- Mas ela parece ser difícil. Então... Eu preciso de grana, você também... O que acha de uma aposta?
- Claro que não cara. - Eu sou idiota, mas nem tanto. Eu não faria isso com a menina, ela merece mas eu estou de boa.
- Qual foi cara, nós já fizemos isso antes. Você me pediu uma revanche já que eu consegui pegar a menina primeiro, então está aí a sua chance. - A alguns meses atrás nós dois apostamos quem pegaria a irmã do bola primeiro, ela era bem bonita, mas infelizmente o otário do Igor ganhou e eu perdi uma grana pra ele e ainda fiquei sendo zoado por alguns dias.
- Não.
- Então tá, vou lá dançar com eles. - Peço outra bebida e vou dar uma volta pelo local.
Desço pro ambiente onde só toca músicas das antigas, o povo vai mais lá pra baixo para se pegar. Logo que entro vejo uma menina mexendo no celular e com uma garrafa de Yce na mão.
- E aí. - Ela tira os olhos do celular e me olha.
- Oi.
- Sozinha?
- Não... meu amigo está se pegando com uma cara ali e minha amiga está brigando com o namorado lá em cima e estou aqui no tédio. - Ela diz e faz careta.
- Olha só, eu estou aqui para te tirar dele. - Puxo ela pelos braços e começo a me mexer contra seu corpo, ela da um sorriso e faz o mesmo comigo.
- Nossa eu sou um desastre. - A menina diz.
- Não é nada. - Ela morde o lábio e abre um meio sorriso, não perco tempo e dou um beijo nela, ela bota a mão nos meus ombros e retribui ao beijo. Enfio minha mão pelo seu cabelo e trago ela mais pra mim.
E eu acabo por ficar, por ali mesmo bebendo, dançando e conversando com ela, com seu amigo e com o carinha que ele estava ficando. Eu estou um pouco mais bêbado que o normal e a menina que eu beijei está do mesmo jeito, nós nos pegamos mais algumas vezes até que eles decidem ir embora.
Eu boto o número dela no meu celular e eles vão.
Só aí eu vou atrás da minha irmã. Quando acho eles, eles estão no terraço onde vende coisas para comer e onde o povo vai para fumar.
- Porra onde você estava? - Natália pergunta e bota as mãos na cintura.
- Eu estava curtindo. - A menina de óculos continua a me olhar, eu só não pego ela pois a garota parece ser bem novinha.
- Vamos lá pra baixo, está tocando um som maneiro e não está tão cheio. - Nós descemos para onde eu estava.
E só para implicar eu puxo a Camila pelo braço.
- Vamos dançar.
- Eu não quero dançar com você. - seguro ela pela cintura e me movimento. - Tira suas mãos de mim.
- Por que você é tão estressadinha hein?
- Eu só não quero dançar com você, tenho quase certeza que você está fazendo algum joguinho idiota comigo. - Abro um sorriso, ela está com medo do que eu vou fazer com ela. Eu ainda não pensei em nada.
- Não precisa ficar com medo, eu não seria tão óbvio assim.
- Não estou com medo.
- Ei Camila. - O tal do Guilherme pega ela pelo braço e ele diz algo em seu ouvido.
Acho que eles vão embora.
- Amiga estou indo. - Camila fala com a Natália.
- Ah não Mila, fica mais. Depois a gente te leva até sua casa.
- Não, o Gui...
- Por favorrrr. - Natália diz e faz a clássica cara de cachorrinho pidão.
- Você é um saco sabia?
- Vai ficar?
- Sim. - Minutos depois o Guilherme vai embora levando com ele a menina de óculos. Ingrid... esse é o nome dela.
Ficamos mais um tempão na boate, até que o cansaço bate.
Eu saio com um copo de cerveja e uma lata, estamos todos muito bêbados, menos o Igor que não bebe por isso eu gosto de sair com ele.
Quando vou sair, eu esbarro na Camila e o copo de cerveja cai sobre ela.
- Que porra. Agora vou ficar fedendo a cerveja. - Ela da o chilique de sempre.
- Para de drama garota.
- Você é um idiota, fez isso de propósito. - Ela grita histericamente tentando limpar o vestido.
- Nem tudo é de propósito garota, você não é o sol para se sentir tanto.
- Cala a sua boca seu bêbado estúpido.
- Estúpida é você que fica se achando, nem tudo gira ao seu redor. Se você ofendesse menos as pessoas, você seria uma garota um pouco mais agradável.
- E quem disse que eu quero ser agradável?
- Óbvio que não né? Você é uma menina metida e mimada. Tome cuidado que você pode se machucar um dia desses. - Ela chega perto de mim, como fez da primeira vez que nos vimos.
- Parem vocês dois. - Natália diz e tenta puxar a amiga, mas a garota é muito cabeça dura para respeitar.
- Isso é uma ameaça? Pois fique você sabendo, que eu posso acabar com você antes mesmo dessa sua ameaça me atingir. Eu tenho poder, pois sou a filha do prefeito.
- Pois é só isso que você é, a estúpida e mimada filha do prefeito.... E agora. - eu jogo o copo cheio de cerveja nela. - ...Agora foi de propósito.
Vejo o ódio em seus olhos, e ela olha em volta tira o negócio que está em seu cabelo e vai até meu carro. O que ela faz me deixa com muito ódio.
Ela risca a pintura do meu carro de ponta a ponta com o troço que ela tem na mão, fica aquela marca horrível de zigue zague na lataria do meu carro.
- Eu vou matar essa garota. - Grito e o Igor me agarra.
- Leva ela daqui Natália, anda. - Ele grita, eu quero estrangular ela, quero machucar ela de alguma forma. Porra essa merda de carro foi meu pai quem me deu.
- Eu vou acabar com essa garota.
- Nem pense nisso, ela tem poder Arthur. Você quem vai sair prejudicado dessa história. - Eu olho pra ele e aceno com a cabeça.
- Eu aceito a aposta. - Vou fazer essa menina se apaixonar por mim, e depois vou pisar nela como se fosse uma barata. Só assim eu não sujo minhas mãos.
Ela não vai sair ilesa dessa merda, vai me pagar.
- O que você pensa em fazer aceitando essa aposta?
- Eu vou pisar nessa garota, ela vai se apaixonar por mim. E quando isso acontecer eu vou cair fora e fazer um estrago em sua vida vazia.
- Se você conseguir isso, eu te pago o dobro do que vamos apostar. Ela é uma vaca. - Igor diz e aponta pro meu carro com a pintura destruída. Eu tinha retocado a pintura há um mês, droga.
- Eu vou ganhar, você pode ter certeza.
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