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"Na minha cabeça, a realidade luta com o ideal incansavelmente."
- Moonlight (Agust D)
══ ♥ ══
Ergui meus olhos para o relógio, já passava das dez da noite.
Geralmente eu passava horas madrugando, afundada em trabalho. Todavia, hoje eu estava cansada, o dia podia não ter sido tão exaustivo fisicamente, mas mentalmente tinha acabado comigo.
— Ah, certo! — Mexi no fio do interfone. — Pode deixar ele subir. — Falei um pouco incerta, curiosa.
Por um instante fiquei com medo de que algo tivesse acontecido com Don.
Não conseguia imaginar outra explicação e aquilo me deixava nervosa.
Coloquei o aparelho de volta ao gancho quando o porteiro afirmou que liberaria a entrada do Kim.
Olhei ao redor, Jackson estava encolhido no sofá, em um profundo sono. Ele morava longe, sendo assim, eu não iria acordá-lo para ir embora, já estava tarde.
Andei até ele e peguei a manta que estava no sofá e coloquei sobre ele.
Para garantir que Seokjin não tocasse a campanhia, eu sai do apartamento, esperando no corredor.
Estava tudo silencioso, aquele prédio era sempre calmo e naquele horário, todos já estavam em suas casas.
Assim que o barulho do elevador se fez presente, eu ergui minha cabeça, vendo Seokjin entrar no meu campo de visão.
Ele não estava com seu típico terno, usava uma calça justa e uma blusa azul, enquanto um casaco cobria seus braços.
Por um momento, quando meus olhos fitaram seus lábios, lembranças incomodas e inconvenientes voltaram à minha mente, me fazendo rapidamente jogá-las para longe.
— Você sabe que horas são, Jinnie? — Sorri enquanto me encostava contra a parede. — Eu até entendo você sentir minha falta, mas aparecer na minha casa tão tarde?
Tentei soar descontraída, ainda que a preocupação estivesse presente. Analisei suas feições, tentando enxergar qualquer traço de que algo ruim tivesse acontecido.
Ele andou até parar praticamente em minha frente, as mãos estavam nos bolsos da blusa.
Seu rosto estava um pouco contraído, parecia cansado, mas um sorriso de esgueira brincava em seus lábios.
— Não senti sua falta. — Deixou claro.
— Então qual o motivo da sua ilustre presença?
Ele retirou a mão do bolso e balançou a chave em minha frente, rente aos meus olhos. A minha chave do apartamento de Jongdae.
— Yebin me ligou, avisando que você tinha esquecido essa chave lá. Ela não tinha seu número, então ligou para mim e pediu que eu te entregasse. — Esclareceu. — Tentei te ligar, mas você não me atendeu.
Eu tinha deixado meu celular largado no carro depois da ligação com Jackson.
— Então você veio até aqui para me entregar? — Sorri provocativa enquanto ele revirava os olhos.
— Fui até o seu trabalho, mas estava uma bagunça por lá. — Um brilho divertido cruzou seu olhar. — Até pedi para alguém te entregar, mas todos pareciam sem tempo algum, então eu vim até aqui. — Abri a boca para falar, mas ele me cortou. — Não me chame de amável.
Acabei rindo, balançando a cabeça.
— Agora você tem o poder de ler mentes? — Questionei.
— Você é previsível. Perdi a conta de quantas vezes repetiu essa palavra.
Ele colocou a chave em minhas mãos, o processo foi tão lento que me deu tempo de notar sua mão. Sua palma esquerda estava manchada de tinta.
Segurei a chave que ele tinha me entregue, mas com a outra mão, segurei a sua, antes que ele se afastasse.
— Vou sempre te ver com marcas de tinta agora? — Questionei brincalhona, no entanto, franzi a sobrancelha quando notei que eu reconhecia aquele tom de verde de algum lugar.
Antes que eu pudesse analisar mais, Seokjin puxou sua mão da minha e a colocou no bolso.
— Fiquei pintando até tarde para desestressar.
— Seu trabalho está estressante?
— Um pouco.. — Ponderou pensativo.
— O meu também. — Suspirei e cruzei os braços. — Você deve ter visto na tv.
— Sobre o cara que é grafiteiro? — Eu afirmei com a cabeça. — Vi algumas coisas. — Ele deu de ombros.
— Acho que vou enlouquecer. — Falei franca, mas balancei a cabeça, não queria falar sobre esse assunto.
— Com isso você não precisa se preocupar.
— Não? — Questionei confusa.
— Sinto lhe informar, mas você já é louca. — Franziu o nariz.
— Eu?
— Claro.
— Eu não faço nada demais. — Contrapus.
— Você tem uma capacidade incrível de mudar de humor, e algo me diz que coisas muito loucas e sem sentidos se passam na sua cabeça. Eu já notei.
— Hm..interessante. — Sorri. — Então você me observa?
— Eu não disse isso. — Falou sério.
— Você gosta de me observar e vem até a minha casa de noite porque está com saudades. — Provoquei.
— Eu só vim trazer a chave. — Rangeu os dentes.
— Claro, a chave. — Debochei. — Se te faz se sentir bem, também senti um pouco de falta do seu jeito irritante. — Bati de leve em seu ombro.
— Bem que você queria que eu falasse que senti sua falta também. — Ele sorriu.
— Não precisa! — Falei confiante. — Eu sei que sentiu.
Mais uma vez, Seokjin revirou os olhos.
— Como você disse, está tarde e eu preciso ir. — Ele se aproximou apenas mais um pouco de mim. — E eu nunca mais farei uma boa ação, você confunde muito as coisas.
— Não estou confundido nada. Você trouxe minha chave até aqui porque se importa e no fundo é uma pes-
— Eu só trouxe a porcaria de uma chave. — Ele falou sério, mas um pequeno sorriso estava no canto dos seus lábios. — E acho melhor você dormir um pouco. — Ele estava analisando meu rosto. — Você está com olheiras terríveis. — E com isso deu as costas para mim, andando pelo corredor.
— Meu rosto está em ótimas condições. — Esclareci mesmo sabendo que não era verdade.— Espera aí, eu te acompanho. — Falei rápido, enquanto ele já se distanciava.
— Não quero sua companhia. — O ouvi rebater enquanto eu trancava a porta do apartamento.
— Engraçado, eu não lembro de ter pedido sua opinião. — Andei até alcançá-lo. — Apenas comuniquei que eu te acompanharia. — Ele me olhou com o canto dos olhos. — É só uma boa ação por você ter trazido minha chave, não confunda as coisas. — Usei suas palavras, observando ele rir.
Entramos no elevador juntos e o acompanhei até a saída.
Seokjin podia usar palavras afiadas e dizer as coisas em uma tentativa de machucar e afastar as pessoas, porém eram suas ações, suas pequenas iniciativas, que mostravam a verdadeira pessoa que ele era, o que ele realmente sentia.
Para alguns, um ato simples como entregar uma chave pode passar despercebido, ser visto como nada.
Mas não para mim.
Aquilo era uma pequena indicação que ao menos no fundo, Seokjin não era tão insensível e cheio de animosidade como tentava demonstrar. Pelo contrário.
══ ♥ ══
Quando a quinta chegou, eu estava como tinha previsto = acabada.
A semana tinha sido longa e cansativa em todos os sentidos.
Não conseguimos avançar muito no caso de Rj, tudo que fizemos foi organizar a montanha de arquivos e suposições que tínhamos dele.
As vezes era frustrante. Apenas várias suposições sem nenhum suspeito.
San e Yunho, como pedido e previsto, foram solicitados para fazer a segurança do apartamento, eles ficavam do lado de fora, apenas tendo certeza de que ninguém não autorizado entraria.
Hejin, depois de muita insistência, acabou aceitando, no momento em que eu falei que toda a investigação seria feita na casa de Jongdae.
Ela apenas teve que arrumar os horários, para que a investigação não atrapalhasse o trabalho dela.
Eu e Jackson tentamos recolher tudo que conseguíamos, mas ainda tivemos que ir duas vezes na semana para a delegacia, rever nossos outros casos.
Jungkook trabalhava muito, ele era responsável por vários outros assuntos.
O caso "Rj" também foi proibido na delegacia, não queríamos que mais ninguém tivesse acesso às informações, ainda assim, a recente aparição dele nas empresas Kang tinha causado uma grande agitação.
A sede da empresa tinha perdido grande parte dos funcionários, o valor das ações despencaram e muitas coisas estavam indo de forma péssima.
Rj tinha conseguido, com toda certeza, acabar com aquela empresa.
— É isso, eu estou detonada, não sinto meu pescoço. — Afirmei.
Eu estava sentada no sofá da sala.
Jackson estava ao meu lado, lendo alguns papéis, Jungkook e Hejin estavam sentados nas cadeiras da mesa, ambos mexendo em computadores.
Tínhamos passado o dia ali, trabalhando no caso.
Hejin estava mapeando todas as rotas pelas quais Rj poderia ter usado para chegar até a empresa Kang.
Eu estava lendo o depoimento do Kang Hodong, em uma tentativa de ver os possíveis inimigos que ele listou.
— Alonga aí, você não faz alongamento nenhum. — Hejin reclamou e eu olhei feio para ela.
— Eu faço. — Choraminguei e olhei para Jackson. — Quer fazer uma massagem em mim?
— Não. — Ele sorriu sem nem ao menos tirar os olhos dos papéis.
— Só um pouco, suas massagens são perfeitas.
— Eu sei, minhas mãos são mágicas. — Ele ergueu os olhos para mim e piscou, meu rosto se contraiu em uma careta.
— Yah! Pare. — Ri enquanto ele se levantava e vinha até mim, fazendo massagem no meu pescoço.
— Você algum dia conseguirá falar sem ter um duplo sentido? — Hejin questionou, olhando para Jackson com desdém.
— Hejin noona — Jackson destacou o último nome, sabendo o quanto irritava a mais velha. — Isso tudo é inveja? — Ele pendeu a cabeça para o lado. — Não se preocupe, qualquer dia eu posso te dar umas dicas.
— O que você disse? — Ela arregalou os olhos e se levantou, eu estava vendo a hora dela arrancar os sapatos e jogar em Jackson. — Eu consigo me garantir muito bem!
— Vocês são barulhentos. — Jungkook resmungou, ele estava focado no computador, pesquisando. Seus olhos se ergueram e fitaram Jackson, depois Hejin.
— Desculpa... — Hejin murmurou, voltando a se sentar. — Foi ele quem começou. — Sussurrou.
— Ela sempre usa essa desculpa. —Jackson rebateu, mas sorriu. — Mas eu comecei mesmo, alfinetar a Hejin é meu passatempo de vida.— Ele riu, o que acabou fazendo eu e Jungkook rirmos também.
Eles dois as vezes conseguiam tirar nossa tensão.
As reportagens sobre Rj e as empresas Kang ainda circulavam por todos os locais e mídias e aquilo contribuía para nos deixar nervosos.
A porta de entrada se abriu e Jongdae apareceu, já era final de tarde e ele tinha acabado de voltar do trabalho, na academia de dança.
— Boa tarde, bagunceiros. — Ele olhou ao redor, fazendo uma pequena careta. — Vocês conseguem transformar meu apartamento em um chiqueiro, ainda não acredito que concordei com isso. Vou ter que arrumar tudo.
— Você foi um pouco forçado, confesso. — Sorri vendo ele concordar com a cabeça.
— Boa tarde. — Hejin sorriu para ele, ainda sentada. — Eu te ajudo a arrumar.
— eu ti ajudi a arrumi — Jackson provocou com uma voz fina, ele parou a massagem e voltou a se sentar ao meu lado. — Cara de pau né, ela quem fez a maior parte da bagunça.
— Eu? — Hejin olhou para ele com uma falsa indignação.
— Vou nem comentar. — Jackson riu e voltou a se concentrar no que fazia, nos papéis.
— Todos bagunçamos. — Jungkook evidenciou, colocando o computador de lado. — Vamos arrumar.
Sabíamos que era verdade, tínhamos feito uma grande bagunça na sala de Jongdae e não seria justo ele ter que arrumar tudo. Sendo assim, todos se levantaram para ajudar a arrumar a pequena zona na sala.
Reorganizamos os papéis e Jongdae entrou para o quarto dele, para a tristeza de Hejin, que até agora não tinha conseguido ficar tanto tempo com ele quanto imaginava.
Jungkook espalhou algumas fotos e um mapa com a localização de todos os lugares pelos quais Rj tinha passado assim que tudo já estava organizado.
Hejin estava no computador dela, enquanto eu e Jackson olhávamos o que Jungkook apontava.
— Temos aqui uma relação de todos os lugares pelos quais ele passou e as pinturas que fez.
— Eu também analisei o depoimento do Senhor Kang. — Declarei, erguendo meus olhos para o Jeon.
— Eu vi que eles tinham feito o depoimento ontem. — Jackson comentou. — Você achou algo?
— Na verdade nada demais, ele só listou o nome de vários homens velhos que eu tenho certeza de que não são o Rj.
— Ainda assim, precisamos investigar. — Jungkook analisava o mapa.
O depoimento do senhor Kang era muito importante, nele estava os detalhes de quem sabia sobre todas as coisas que Rj expôs, bem como, uma lista de nomes de pessoas que poderiam querer fazer algo contra ele.
Mas ainda assim, eu não tinha achado ninguém suspeito.
— Tudo bem. — Suspirei me sentando. — Já está tarde, estamos trabalhando nisso desde cedo, podemos continuar depois. Pegamos o depoimento novamente e analisamos mais tarde.
— Eu concordo. — Jungkook confirmou, se sentando também.
— Sabe o que estamos precisando? — Jackson cruzou os braços, chamando nossa atenção.
— Dormir? — Sugeri.
— Claro que não. — Ele apontou Hejin com o dedo. — Essa aqui tá em depressão por conta de macho. — Indicou eu e o Jungkook em seguida. — Vocês estão mortos e preocupados com o caso do Rj, dá para ver a tensão nos ombros de vocês. A única forma de curar isso é com uma boa noitada.
— Primeiro — Hejin fechou o computador. — Eu não estou sofrendo por macho. — Passou a mão pelos cabelos. — Segundo, você está louco. Estamos todos cansados, não vamos para balada ou festa alguma.
— Eu concordo com a Hejin. — Jungkook se manifestou, passando a mão pelo pescoço. — Estou morto.
— Vamos lá. — Jackson choramingou. — Amanhã é sexta, feriado. — Ele tocou em meu ombro, o balançando. — Preciso desestressar só um pouco, para aliviar a tensão. — Ele olhou de Jungkook para Hejin. — Só tomar uma cerveja e curtir uma música. — Ele sorriu. — Vocês sabem que eu vou ficar falando até vocês aceitarem, certo?
— Certo... — Nós três resmungamos.
— Você venceu. — Levantei. — Mas vamos ficar pouco tempo, eu amanhã tenho um evento para ir, não posso estar de ressaca.
Eu tinha garantido que não esqueceria do evento, colocando um grande alerta no meu celular.
No início eu não queria ir para evento algum, mas agora, por alguma razão, a idéia não parecia ser mais tão tediante assim, talvez a companhia de Seokjin me fizesse rir um pouco.
— Evento? — Hejin questionou curiosa.
— Humrum... — Murmurei.
— Evento de quê? — Insistiu.
— Nada demais, só algo com Kim Seokjin.. — Murmurei a última parte.
— Com quem?
— Seokjin! — Falei mais alto. — Não é nada demais. — Revirei os olhos, vendo o sorriso nos lábios dos três. — Vocês parecem crianças, vamos logo.
Jackson tinha visto, algumas noites atrás, quando Seokjin tinha vindo até ali me entregar a chave (ele acordou no momento em que voltei para dentro do apartamento), ele e sua boca grande fizeram questão de contar para todos.
— Hm, ela está na defensiva. — Jackson provocou sorrindo.
— Pare de chatear ela! — Hejin protestou, mas também sorria.
Ignorei eles e entrei, indo pegar uma roupa para me trocar.
Jackson tinha trazido algumas mudas de roupa, como ele morava longe, passava a semana na casa de Jongdae. Hejin pegou uma roupa minha emprestada e Jungkook foi se trocar.
— Jackson!! — Chamei pela quarta vez. Eu e Hejin estávamos sentadas na sala, esperando ele terminar de se arrumar.
— Eu e você demoramos dez minutos para ficarmos prontas, mas ele demora uma hora. — Hejin resmungou.
Jackson saiu de dentro do banheiro, ele estava usando uma camisa social que tinha os primeiros botões abertos e as mangas arregaçadas, uma calça jeans justa circundava seu corpo.
— Desculpa se eu cuido tão bem do meu corpo. — Ele resmungou, sorrindo.
— Yah! Meu amigo é um gato. — Afirmei me levantando e indo até ele.
— Obrigado. — Ele piscou para mim, em seguida, olhou para Hejin.
— Se está esperando que eu diga que você está bonito, pode esquecer. — Ela deu as costas para ele, indo até a porta.
Jackson riu e correu até ela, agarrando minha mão e me puxando junto.
— Hejin noona você está bonita. — Ele declarou e olhou para mim. — E você nem preciso falar nada...deslumbrante.
— Obrigada! — O imitei, piscando para ele também.
Nós três saímos do apartamento e eu tranquei a porta, San e Yunho não tinham vindo hoje.
Jongdae não quis ir com a gente,
afirmando estar muito cansado do dia longo na academia de dança.
Assim que chegamos no corredor encontramos com Yoongi e Jungkook, ambos com com outfit preto.
— Pera aí que eu to vendo deuses. — Jackson murmurou, a boca entreaberta. — Eu estou indo com dois homens gatos e duas mulheres gatas. É o próprio harém do Jackson!!!
— Pare de falar besteira. — Hejin riu e bateu de leve na nuca dele.
— Chamei o Yoongi para ir com a gente também. — Jungkook comentou sorrindo, colocando as mãos nos bolsos.
Yoongi, diferente de Jungkook, usava uma máscara e um capuz, eu sabia que aquilo era para ter certeza de que não reconheceriam sua identidade, não queríamos suas fãs vindo atrás dele.
— Yoongi vai com a gente. — Jackson colocou a mão no peito. — Estou emocionado. — Ele deu dois passos na direção de Yoongi, mas eu segurei ele pelo braço, o entrelaçando ao meu.
— Prometo deixar ele longe de você. — Declarei ao Min, que sorriu.
— Tudo bem. Eu gosto da companhia de todos vocês. — Afirmou.
— Tá vendo? — Jackson me encarou. — Ele gosta da minha companhia.
— Ele só está sendo educado. — Rebati.
Descemos todos juntos até a garagem, conseguiríamos todos ir em um só carro.
Jackson estava animado, já tinha conseguido se soltar do meu braço.
Eu já previa que ele iria fazer todo mundo surtar quando começasse a beber.
— Vamos todos no carro da (S/n), eu dirijo! — Jackson pegou as chaves do meu carro antes que eu protestasse.
Hejin se posicionou ao meu lado, cruzando os braços.
— Eu não acredito que ele vai dirigir, eu não confio minha vida a ele. — Negou com a cabeça.
Hejin sempre era bonita, e hoje dava para notar o quanto ela tinha caprichado na aparência, eu sabia que era porque ela achava que Jongdae iria conosco.
Eu ficava triste por ela viver esse amor platônico, e irritada por meu irmão ser tão idiota.
Passei meus braços ao redor dela, a abraçando.
Mesmo franzindo as sobrancelhas, ela não se afastou.
— Eu estou com medo do lugar para o qual ele vai nos levar. — Jungkook murmurou enquanto observava Jackson entrar no carro e tirá-lo da garagem, o trazendo até nós.
— Algum lugar agitado? — Yoongi riu, mas em seguida,virou a atenção para Jungkook. — E você não beba muito.— Destacou. — Sabe como você fica.
— Pode deixar, Hyung! — Jungkook sorriu.
Entramos todos no carro logo em seguida. Todos pareciam felizes com a idéia de uma noite livre.
Eu costumava ir em muitas festas quando era mais jovem, sempre gostei, por mais que não dançasse e preferisse ficar sentada curtindo a música e comendo. Porém, desde que comecei a trabalhar, tinha ficado mais difícil aproveitar.
Fiquei observando a rota que Jackson estava pegando.
— Ah não... — Murmurei.
— Ah, sim! — Ele sorriu.
— O que foi? — Jungkook questionou.
— Ele está levando a gente para aquela balada nova, a tal de "Infernus". — Suspirei. — Jackson, aquela balada tem tanta gente que nem dá para respirar. — Contestei.
— Eu sei porque ele quer essa balada, lá em cima tem uns quartos... — Hejin sorriu. — Quantos vocês acham que o Jackson vai ficar nessa noite?
Tentei segurar o riso, estava demorando para eles se provocarem.
Quando saímos os três juntos, eles sempre fazem competições ridículas para ver quem consegue conquistar um alvo primeiro.
— Eca, vocês devem ser cheios de herpes! — Provoquei.
— Não sei do que estão falando. — Jackson beslicou Hejin, que estava sentada ao lado dele.
— Ei! — Ela levou a mão ao braço, esfregando o lugar
— Eu sou um menino culto. Não faço idéia do que estão dizendo. — Jackson protestou, olhando pelo retrovisor para onde Yoongi estava sentado. — Apenas vou beber um pouco.
— Todos aqui vamos! — Destaquei. — Ao menos um pouco. — Completei olhando para Yoongi e Jungkook.
— Só um pouco... — Jungkook sorriu enquanto Yoongi balançava a cabeça.
— Eu não vou beber. Não vou cuidar de ninguém bêbado. — Avisou.
— Mentira. — Jungkook protestou. — Ele será o primeiro a cuidar da gente se algo acontecer.
— Até parece. — Yoongi rebateu. — Eu vou socar o primeiro filho da puta que começar a passar mal, porque estou avisando para não beberem.
— Pare de fingir. — Jungkook revirou os olhos.
— Jungkook-ah! Não me entregue — Yoongi sorriu. — Agora todos vão abusar de mim. Eu deveria ter ficado em casa, dormindo. Olha a hora.
— E por que não ficou? — Jungkook questionou.
— Porque eu sei que sou o único adulto responsável aqui. — Destacou.
— Ele mentiu? — Jackson questionou.
— Não mentiu. — Hejin completou.
— Ei, eu sou responsável. — Protestei.
— Eu também! — Jungkook afirmou.
— Aham.. — Yoongi sorriu. — Os dois na frente não são ajuizados, certeza que bebem até cair. — Apontou para mim e Jungkook em seguida. — Vocês dois parecem duas crianças, aceitam tudo e facilmente caem na lábia da Hejin e do Jackson. Ou seja, estou aqui para ser o responsável.
— Está falando como se fôssemos fazer um caos. — O Jeon riu.
— Eu não duvido nada! — O mais velho afirmou.
Demorou apenas mais alguns segundos até que chegássemos ao local.
A rua estava repleta de carros e a fila dava voltas no quarteirão, por um momento eu já estava arrependida de ter ido.
Os anos tinham passado, eu não era mais uma pessoa de festas, preferia ficar em casa, com meu pijama.
— Bem-vindos a melhor noite da vida de vocês. — Jackson sorriu quando descemos do carro.
— Nunca vamos conseguir nem entrar, olha o tamanho daquela fila. — Hejin suspirou.
— Minha querida.. — Ele sorriu perverso. — Eu sou vip!
E com isso, começou a andar, não tivemos escolha a não ser segui-lo.
Eu aprenderia mais tarde que seguir o Jackson e os planos dele, trariam grandes consequências.
══ ♥ ══
Oi, amores aaaa
Cheguei!!
Como estão? Como foi a semana?
Terminamos mais um capítulo por aqui, espero que tenham gostado!
O que acham que vai acontecer nessa "noite livre" deles?
Desculpa a demora e qualquer erro, hoje eu tive simulado do enem.
Amo muito vocês, não se esqueçam de fazer stream na mixtape do Agust D ein!!
Até logo ❤️
By: leticiaazeneth
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