Capítulo 38
— Alteza a senhorita está bem? — Disse um dos guardas me segurando.
Ao ver aquele vestido, uma sensação de pressão no peito me atingiu, como se minha pressão arterial tivesse baixado subitamente. Isso só reforçava a ideia de que não tenho muito tempo. A cada dia que passa, a situação se torna mais angustiante. Até hoje, ninguém veio atrás de mim. Não sei se isso significa que estão mortos, se estão planejando algo, ou se simplesmente não se importam o suficiente para vir atrás de mim. A terceira opção parece impossível; Nicolay nunca me deixaria aqui deliberadamente.
— Eu estou sim. Obrigada. —Respondi me acalmando um pouco.
— A senhorita quer que eu chame vossa majestade? — Perguntou o guarda.
Olhei para Cat, que me encarava com os olhos arregalados.
— Não! não precisa o incomodar foi só uma tontura passageira. — Respondi às pressas, fazendo questão de mostrá-lo que já estava melhor.
Logo em seguida, me ajeitei, retirando as mãos do guarda que estavam em mim. Fiquei com medo de que seus dedos escorregassem para minha barriga e percebesse o volume.
— Vamos alteza a senhorita precisa descansar. — Disse Cat me ajudando a caminhar para fora da sala.
— Claro vamos sim. — Aproveitamos a oportunidade para nos retirarmos. — Ah e só uma coisa não digam para Leonidas que estive aqui creio que meu noivo gostaria de que fosse uma surpresa. não quero estragar tudo, certo?
Tive que fazer uma pequena encenação e confesso que foi horrível. A sensação de chamar Leonidas de "meu noivo" me causa um calafrio ruim que não consigo explicar. Não quero que ele saiba que estive aqui.
— Sim senhora! — Disseram os guardas em uníssonos.
— A senhorita está bem? — Confirmou Cat depois que nos afastamos dos guardas.
— Sim só estou um pouco cansada preciso de um banho e uma bela cama. — Respondi.
— O que a senhorita desejar.
— Onde estão as outras? — Perguntei sentindo o quarto vazio.
Assim que chegamos ao meu quarto e os ânimos se aquietam, sinto o peso da minha barriga. Ela está começando a ficar consideravelmente pesada. Para descansar um pouco, tiro meus sapatos e me sento na cama, esticando os pés. Enquanto isso, Cat está preparando meu banho. Apenas ao ouvir o som da água correndo, uma sensação de felicidade invade meu peito.
— Elas foram ajudar nos outros afazeres mas logo estão de volta. — Respondeu.
— Certo. Cat sabe o que eu gostaria muito de comer? — Aos gritos, perguntei para Cat, tentando me fazer ouvir acima do barulho da água batendo na banheira.
— O quê? — Cat apareceu, colocando apenas a cabeça para fora da porta.
— Morangos! — A vontade é tão intensa que chego a salivar e consigo até sentir o sabor na boca.
— Morangos? — Perguntou.
— Sim morangos. — Soltei um sorriso radiante ao imaginar a deliciosa ideia de saborear morangos frescos, tão vermelhos e suculentos
— Seu banho já está pronto, querido. Você pode desfrutá-lo enquanto eu verifico na cozinha se temos morangos frescos, tudo bem? — Propôs, com um sorriso gentil, oferecendo não só uma pausa relaxante, mas também a promessa de uma delícia frutada à espera.
Cat apareceu no quarto um pouco descabelada, os fios dourados escapando do rabo de cavalo desfeito, uma expressão determinada estampada em seu rosto. "Isso porque era só para encher a banheira", murmurou, enquanto limpava a mão molhada em seu vestido floral, deixando uma pequena marca de água. Observando-a, não pude conter um sorriso diante de sua persistência. Se antes já me encantava com sua dedicação, agora, que estou grávida, sua preocupação e esforço extra me fazem sentir ainda mais grata por tê-la ao meu lado.
— Certo! Mas vá rápido não quero ficar sozinha. — Já a apressei.
— Já fui! — Disse Cat saindo correndo do quarto.
Sorri, achando a situação incrivelmente engraçada, uma mistura de divertimento e admiração pelo empenho de Cat, que mesmo em momentos simples como este, mostrava sua determinação e amorosa preocupação.
Após algum tempo na água, decido que está na hora de sair. Antes de pegar meu robe, permito-me um momento diante do espelho. Encaro minha própria imagem por alguns segundos, e é surpreendente como o tempo parece ter voado; minha barriga já exibe um evidente sinal da vida que cresce dentro de mim. É uma sensação peculiar, saber que há um ser humano se formando ali, dentro de mim. Este pensamento me faz lembrar do encontro com Valentina quando cheguei a esta cidade desconhecida. Ela, com sua habilidade única de interpretar as mãos das pessoas, viu nelas tanto "Vida" quanto "Morte". O significado dessa dualidade me assusta um pouco agora, especialmente com a chegada iminente do meu bebê. Apenas espero que não haja correlação entre essas visões e o futuro do meu filho.
Neste momento, a ausência de Nicolay parece pesar mais do que nunca. Sinto sua falta de uma maneira avassaladora, a ponto de doer fisicamente. Visto meu robe com um suspiro resignado e retorno ao meu quarto, onde sua presença ainda é sentida em cada canto, mesmo na sua ausência.
— Céus! Que susto! O que faz aqui? — Perguntei a Leon, que está sentado na beirada da minha cama.
Ele me pegou de surpresa e a única coisa que posso fazer é me cobrir com o robe e torcer para que ele não chegue perto demais ou me toque.
— Leonard disse que você não estava se sentindo bem. — Leon pareceu preocupado.
Esse linguarudo...
— Não foi nada. — Parei no lugar, tentando não me mexer muito.
— Ele disse que você teve uma tontura ou algo do tipo. — Insistiu.
— Ah é, mas acho que foi o café da manhã que não me fez muito bem. — Respondi engolindo seco.
— Tem certeza de que está tudo bem? — Perguntou Leon carinhoso.
Ele parecia estar sendo carinhoso demais, algo que não combinava muito com ele.
— Tenho. — Respondi diretamente.
— Ok. — Disse por fim dando de ombros.
— Ele te disse mais alguma coisa? — Estou receosa de que o guarda tenha informado ao Leon que estávamos na sala de costura e vimos o vestido de noiva.
— Não, por que ele deveria dizer mais alguma coisa? — Perguntou desconfiado.
— Não. Não, certamente que não. — Disfarcei.
Não queria admitir, mas é evidente que ainda tenho medo de Leon, especialmente agora que estou grávida.
— Você está tão bonita ultimamente. — Leonidas se aproxima e eu automaticamente dou um passo para trás, instintivamente recuando. — Vamos Meredith, não vou machucar você não precisa ter medo.
Leonidas se aproxima novamente, e sem hesitação, eu ando apressadamente para o outro lado do quarto, sentindo meu coração bater mais rápido diante da sua presença.
— Eu não estou com medo, e não há nada de diferente em mim ultimamente. — Respondi, ainda segurando firmemente o roupão em meu corpo, os braços envolvendo a barriga como se a protegesse instintivamente.
— É claro que tem algo diferente em você, Meredith. Você está mais bonita e madura, até seu corpo está mais, bem como vou dizer...? — Leonidas parecia hesitante, procurando as palavras certas.
— Não precisa dizer mais nada, Leonidas. Agora por favor, saia do meu quarto. Eu quero me trocar. — Minha voz soou ríspida, cortando sua tentativa de continuar.
Em silêncio, torci em pensamento para que ele saísse logo ou para que uma de minhas criadas chegassem. Onde estaria Cat? Por um acaso, ela foi plantar os morangos agora?
— Tudo bem, tudo bem. Eu vou sair. — Leonidas deu meia-volta, dirigindo-se para a porta, mas parou abruptamente.
— O que é isso? — Sua pergunta denotava um genuíno interesse, e eu segui seu olhar curioso para onde ele apontava.
Ele aponta e pega meu bracelete, que antes pertencia à minha mãe. Eu havia tirado o bracelete para tomar banho e o colocado em cima de uma mesinha. Meu ciúme por ele é surreal; é a única coisa que tenho que antes era dela e agora é minha, e provavelmente será da minha filha ou da filha do meu filho um dia. Ao vê-lo segurar aquele bracelete, uma onda de emoções me inundou. Era mais do que uma simples peça de joia; era um elo tangível com minha mãe, uma lembrança palpável de sua presença, agora tão distante. E agora, nas mãos de Leonidas, ele parecia fora de lugar, como se estivesse profanando um tesouro sagrado.
— Não! — Gritei, avançando em direção a Leonidas.
— Por que esse desespero? — Perguntou curioso, um sorriso brincando em seus lábios, parecendo achar graça da situação.
— Leon, pare! Não mexa nisso, me devolva. — Minha voz transbordava de raiva diante de seu atrevimento.
— Eu já disse que adoro quando você me chama de Leon? — Ele provocou, seu sorriso se alargando.
— Devolva! Coloque onde estava. — Minha frustração transparecia em minha expressão.
— Espera, Meri, eu só quero dar uma olhada. — Ele disse, ainda sorrindo, mas com um brilho de curiosidade nos olhos.
Tentei pegar o bracelete de sua mão, mas ele começou a erguer os braços, mantendo-o fora do meu alcance. Determinada, aproximei-me para recuperá-lo, momentaneamente esquecendo minha barriga saliente. No meio dos movimentos, acabei encostando em Leon, e um arrepio percorreu minha espinha. Congelei no lugar, rezando aos deuses e senhores dos cinco reinos para que ele não tivesse sentido meu ventre, embora sua expressão indicasse o contrário.O sorriso largo de Leon rapidamente deu lugar a uma expressão confusa, e depois a uma raiva que transparecia, mesmo que ele não compreendesse totalmente o motivo. "Droga!", pensei, enquanto Leon soltava lentamente minha mão, entregando-me o bracelete. Seus olhos desceram para minha barriga, suas mãos buscando instintivamente o inchaço. Prendi a respiração, sentindo meus olhos começarem a marejar.
Leon encarou minha barriga, e depois apertou o robe contra ela, tornando o volume mais evidente. Nossos olhares se encontraram, os olhos dele úmidos de emoção. Um silêncio tenso pairou no ar, carregado de significados não ditos.
— Por favor me diga que isso não é o que eu acho que é? — Implorou para mim.
Eu não o respondi.
— Por favor, me diga que não fez o que eu acho que você fez, Meredith? — Ele falou, me encarando fixamente, e mais uma vez, não respondi.
— ME RESPONDA MEREDITH! — Sua voz irrompeu em um grito de angústia, ecoando pelo quarto, enquanto seus olhos buscavam desesperadamente por uma resposta em meu rosto.
Eu não sabia o que dizer; na verdade, estava com medo de pronunciar qualquer palavra. Leon lançou os braços em minha direção e socou com força a mesinha ao lado. Por um instante, temi que ele fosse me agredir, mas graças aos céus isso não aconteceu.Ele começou a andar de um lado para o outro, os dedos impacientes mexendo em seus cabelos, enquanto resmungava algo em voz baixa. Eu permaneci imóvel, como se qualquer movimento brusco pudesse desencadear uma reação explosiva. O silêncio tenso que pairava no ar era sufocante, prenunciando uma tempestade emocional iminente.
Seu rosto contorcido pela raiva, olhos dilatados de fúria enquanto apontava diretamente para mim. Suas mãos tremiam, indicando a intensidade de suas emoções. A sala ficou silenciosa, apenas o som de sua voz ecoando pelas paredes.
— Você! Você é uma vadia! — Gritou com uma intensidade assustadora. Seus dedos permaneciam apontados acusatoriamente em minha direção, como se estivesse me culpando por toda a sua dor e frustração. — Eu te dei tudo, Meredith. Tudo! E o que você faz? Você engravida do filho da puta do Nicolay!
Sua voz tomada pela angústia e decepção. Cada palavra cortava como uma lâmina afiada, revelando o seu coração partido e a traição que sentia. A intensidade de suas emoções transbordava, criando um clima de tensão e desespero no ar.
Eu sinto a raiva borbulhando dentro de mim, pulsando como uma chama ardente que ameaça consumir tudo ao seu redor. A vontade de dar um soco em seu rosto, de quebrar seu nariz e de recuperar meu poder é avassaladora, mas sei que não posso ceder a esses impulsos violentos.Não me arrependo do que fiz. Na verdade, me sinto poderosa diante da reação de Leon, o brilho do desespero refletido em seus olhos. Ver sua angústia me dá uma sensação de poder, uma energia intoxicante que me envolve em seu calor.
Por mais que deseje magoá-lo, sei que não posso ir tão longe. A dor que ele sente é a minha vitória, a confirmação de que não sou mais a mesma pessoa que um dia fui. Não me sinto culpada por isso, nem sei se um dia me arrependerei. Apenas sei que, no momento, estou no controle, e isso é o bastante.
— Não podia ter feito isso comigo, Meredith. Eu te amo tanto... Como pôde me machucar desse jeito? — Disse Leon, descontrolado, segurando-me com toda a força.
— Tire suas mãos de mim. — Falei tentando manter a calma, apesar dos olhos já cheios d'água.
Olhei para Leon, que também estava com os olhos molhados. Ele riu na minha frente. Depois de um tempo, ele se acalmou e me deu um abraço repentino.
— Está tudo bem, meu amor... Vai ficar tudo bem, nós vamos tirar isso de você. — Disse em meus ouvidos.
Empurrei-o para longe, sem acreditar no que acabava de ouvir. "Ora, Meredith, estamos falando de Leonidas, por que você está tão surpresa?"
— Primeiro... este é um bebê. E segundo... você não vai tocar em nada! Nem ouse chegar perto do meu filho, você está me entendendo? — Gritei, sentindo uma leve tontura, mas lutando para me recuperar. Recuso-me a fraquejar na frente do Leon. Onde diabos a Cat se meteu que ainda não apareceu?
— Você é completamente inacreditável, Meredith. — Ele balançou a cabeça, indignado.
Essas foram suas últimas palavras antes de Leon sair e bater a porta, me deixando sozinha. Só depois que ele partiu que percebi que estava tremendo. Tenho medo do que Leon pode fazer comigo e com o meu bebê, medo de ficar aqui sozinha, medo de passar mal neste momento exato. Mas, seja o que for que Leon tente fazer, protegerei meu filho com todas as minhas forças, mesmo que para isso eu tenha que matar. E, convenhamos, isso já não é mais um problema para mim.
...
O dia passou rápido e a noite já chegou. Passei o dia inteiro dentro do quarto, sem sair para nada. Minhas criadas logo chegaram para me fazer companhia. Cat trouxe morangos para mim, mas eu já havia perdido a vontade de comer. Deitei-me na cama e fiquei por lá. Emily sentou-se ao meu lado e começou a mexer nos meus cabelos, o que me acalmou por um bom tempo. Caroline e Cat andavam de um lado para o outro, arrumando todos os cantos do quarto. Todas estávamos distraídas, e eu estava quase caindo no sono quando alguém bateu na porta com força. Assustada, levantei-me rapidamente e, sem nenhum convite, Leon entrou.
— Majestade, não é uma boa hora para visitas à senhorita Meredith, ela está muito cansada. — Disse Caroline, brava e com a voz levemente alterada. Alterada demais para alguém que está falando com o Rei.
— Preciso conversar com Meredith. — Disse Leon, seco e sem humor.
— Não sairemos daqui, Majestade, e não adianta tentar nos ameaçar porque não temos medo! — Caroline encheu o peito para enfrentar Leon.
Quero que ela pare, mas Carol é uma pessoa difícil e de personalidade forte; certamente não adiantaria se eu dissesse algo para ela.
— Acho bonito seu cuidado com Meredith, mas fale novamente comigo assim que se arrependerá de ter aberto a boca para me desafiar. — Ameaçou Leon, ajeitando as mangas de sua camisa.
Caroline recuou um pouco, claramente intimidada pela ameaça, mas não deixou de me defender.
— Não vou machucá-la, não poderia mesmo se quisesse. — Disse Leon, referindo-se à ligação.
— Meredith? — Emily me encarou, aguardando minhas ordens.
— Podem ir. Mas... fiquem na porta caso eu precise. — Respondi, liberando as meninas.
Elas saíram e me deixaram sozinha com Leonidas.
— Se você veio reforçar sua estúpida ideia de querer tirar meu bebê, saiba que está perdendo seu tempo. — Falei rapidamente, deixando claro que não vou deixá-lo fazer o que quer.
— Não vim tirar seu bebê de você, Meredith. — Disse Leon, se aproximando da minha cama.
— Não? — Fiquei confusa.
— Não, não vou machucar nem fazer nada com seu bebê. Na verdade, quero que fique com ele e cuide bem dele. Você precisa de cuidados redobrados. Já conversei até com o Chefe Christopher para garantir que você tenha uma alimentação balanceada e...
— Você está doente? — Perguntei, achando tudo muito suspeito.Tudo isso é muito estranho, esse cuidado todo que ele está tendo comigo.
— Não estou doente, Meredith, mas confesso que para isso acontecer, você terá que cumprir algumas condições. — Ele me encarou.
— Claro que sim... Você não faz nada de graça, não é mesmo? — Falei, me ajeitando na cama e mantendo uma distância entre nós dois.
— É a vida, meu amor. — Disse ele, cínico.
— E o que você quer? — Perguntei, com receio de ouvir sua resposta.
— Quero que você se case comigo. — Ele sorriu, aquele sorriso de canto de boca que ele sempre dá.
— Você quer que eu me case com você? — Repeti, para ter certeza de que é isso mesmo que ele está propondo.
— Sim! — Ele respondeu.
— E é só isso que você quer? — Me arrependi de ter feito essa pergunta, temendo a resposta.
— Não! Claro que não. Eu também quero que você aceite ser coroada aqui. — Ele disse, apontando para o palácio.
— Achei que você quisesse o poder dos dois reinos? — Perguntei, sem entender.
— E eu quero. — Ele disse, agora andando pelo quarto.
— Mas para isso, eu precisaria da capa feita da pele do Clevan, e ela não está comigo. — Dei de ombros.
Tentei mostrar para ele que essa ideia é impossível, mas ele tem respostas para tudo; caso contrário, não seria ele.
— Não se preocupe, meu amor, eu darei um jeito em tudo. — Ele virou para mim e sorriu.
— E o que mais? — Me encostei na cama e cruzei os braços. Conheço Leonidas bem o suficiente para saber que ele ainda tem mais o que propor.
— Quero que você diga para todos que esse bebê que você está esperando é meu. — Ele soltou a bomba.
— O quê? Você só pode estar de brincadeira. — Fiquei espantada com sua proposta.
Não que as outras não tenham sido ridículas e sem cabimento nenhum, mas essa foi a pior de todas. Eu não faria isso. Nunca.
— Não estou brincando. — Ele disse sério, sua expressão tão firme quanto sua exigência.
— Por que você está fazendo isso? Não tem sentido nenhum. — Levantei-me da cama para encará-lo de frente.
— E por que não? — Ele perguntou, desafiador.
Ele realmente acha que tudo isso é simples?
— Então você está me dizendo que quer assumir um filho que não é seu, mas sim do irmão que você tanto odeia? — Questionei, desafiando-o.
— Sim! Eu assumo o bebê. — Ele respondeu, firme.
— E se eu não quiser que assuma meu filho? E se eu não aceitar suas condições? — Enfrentei-o.
— Saiba, amor, que tudo tem uma consequência. — Leon segurou meu queixo, mas logo me desviei, recusando seu toque.
— Você não pode me machucar, lembra? Estamos ligados. — Falei, com um ar de vitória.
— Sim, eu não posso te machucar, mas posso machucar o bebê. — Ele sorriu.
Fiquei sem palavras.
— Você não faria mal a uma criança. — Foi a única coisa que consegui dizer.
— Me tente. — Ele disse, erguendo a sobrancelha.
Leon se aproximou de mim, ficando a um dedo apenas de distância, e dessa vez não recuei.
— Então, Meredith, o que me diz? Aceita? — Ele me encarou com uma expressão firme.
Eu não tinha muitas escolhas. Se for para ficar aqui ao lado de Leonidas seja lá por quanto tempo, eu tinha que garantir que meu bebê estivesse seguro. Pelo menos por enquanto, até Nicolay aparecer para me tirar daqui. Não era o que eu queria, mas teria que me submeter e torcer para que o tempo me ajudasse.
— Aceito.
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