Capitulo 11
Harry ficou sentado ali, espantado com o acontecimento tentando absorver o que acabara de ouvir, cada cabeça no Salão Principal se virara para ele.
Não houve aplausos. Um zunido, como o de abelhas enraivecidas, começou a encher o salão; alguns estudantes ficaram em pé para ter uma visão melhor de Harry, sentado ali, imóvel, em sua cadeira. Na mesa principal, a Prof Minerva se levantara e passara por Ludo Bagman e pelo Prof. Karkaroff para cochichar urgentemente com o Prof. Dumbledore, que inclinara a cabeça para ela, franzindo ligeiramente a testa.
Harry se virou para Rony e Hermione, mas viu toda a longa mesa da Grifinória observando-o, boquiaberta.
- Eu não me inscrevi... - disse Harry sem saber o que dizer. - Vocês sabem que não.
-Harry...- Não sabia o que dizer.- Não... não se preocupe... vai dar tudo certo. - Então apenas lhe enviei um sorriso acolhedor, no qual vi que não adiantou muito, pois ele ainda estava com uma expressão bastante nervosa.
Na mesa principal, o Prof. Dumbledore se aprumou, acenando a cabeça afirmativamente para a Profa Minerva.
- Harry Potter! - tornou ele a chamar. - Harry! Venha aqui, se me faz o favor!
- Anda - murmurou Hermione, dando um leve empurrão em Harry.
O garoto ficou de pé, acabou pisou na barra das vestes e tropeçou brevemente. Saiu pelo espaço entre as mesas da Grifinória e da Lufa-Lufa. Os cochichos não paravam de crescer e os olhares sobre o mesmo igualmente.
- Bom... pela porta - disse Dumbledore. O diretor não sorria.
Harry passou pela mesa dos professores. Todos os olhavam do mesmo modo, perplexos. Assim que o garoto passou pela porta os Diretores foram em seguida. Madama Maxime se levantou de um jeito elegante, mas com uma expressão nada boa no rosto. O Karkaroff caminhou até a porta com uma brutalidade assustadora, se a expressão da Madame era apavorante, o desse homem era de arrepiar os cabelos. Já Dumbledore caminhou até a porta com a expressão bem pensativa. Logo atrás dele foi o tal Ludo Bagman e Bartolomeu Crouch apressadamente que nem a expressão podia ver.
A professor McGonagall se levantou e foi até onde Dumbledore tinha feito seu discurso.
-Bom como os... anúncios e o banquete já foram dados, por favor queiram se dirigir aos seus dormitórios, boa noite.- Falou com formalidade tentando se manter séria, mas logo saiu em direção a pequena porta no qual os campeões haviam passado.
Os professores começam a sair em direção aos seus quartos e o mesmo fizeram os alunos.
Quando estava para levantar vi que Rony ainda estava ao lado de Hermione com uma cara muito desapontada e surpresa, ainda não tinha digerido as informações.
-Olha eu sei que devem estar surpresos, mas Harry nunca faria nada sem avisa-los... vamos para a comunal.- Falei tentando os tranquilizar.
-Depois conversamos com ele...- Falou Hermione caminhando ao lado de Rony.
Quando entrei no dormitório fui tomar um banho para ver se me relaxava, não adiantou muito então logo sai e coloquei um pijama leve.
Me lembrei do bilhete de Sirius, fui até a saia da minha roupa e o peguei. Só de levar perto do rosto já podia sentir um aroma bom de grama e pimenta picante que parece me levar para outro mundo, um mundo no qual posso sentir minhas sensações se expandirem ao máximo. Fiquei apreciando esse cheiro viciante até a curiosidade se abrir e me mandar abri-lo, então o fiz com um sorriso ao rosto.
Olá Luana.
Sei que não nos conhecemos direito, mas queria te agradecer por ter mostrado confiança a mim. Fiquei triste por não poder me despedir corretamente de você, mas sei que voltaremos a nos ver um dia.
Se caso desejar me escrever aguardarei ansiosamente, mas envie pela Edwiges.
De seu amigo Almofadinhas.
Ao terminar de ler um sorriso bobo apareceu em meu semblante e senti uma alegria me contagiar, acabei soltando um suspiro sem ao menos perceber.
Voltei a realidade com um barulho da porta se abrindo, percebi que era a Alice entrando com um sorriso apaixonado no rosto, como de costume sempre que voltava de um encontro com o Lino. Ela não me disse nada apenas caminhou em direção ao banheiro distraída. Acabei dando uma risadinha de seu comportamento.
Me levantei e fui até a minha mesa de cabeceira. Ajoelhei para abrir a primeira gaveta onde se encontrava uma caixinha retangular preta com pequenos detalhes dourados. Passeia a mão sobre a tampa da caixinha, uma pequena lagrima de saudades se escorreu sobre minha pele, me fazendo lembrar de minha doce mãe. Tentando evitar que mais lágrimas se escorressem abri a caixa e peguei a pétala de lírio que estava guardada.
-O que será que está acontecendo comigo? Nunca fiquei assim por ninguém, mas agora parece que meus pensamentos sempre são invadidos pelo Black... Se a senhora estivesse aqui poderia me ajudar a entendê-los.- Levei as pétalas ao nariz e senti o cheiro doce que emanava dela, e logo minha mente foi se dispersando dessas dúvidas e me acalmando. Peguei a carta do Sirius e resolvi guardá-la junto a pétala na caixinha, assim poderia ler quando meu coração desejasse.
Logo Alice saiu do banheiro enrolada na toalha e foi em direção ao seu armário pegar seu pijama.
-O que você está fazendo aí?- Perguntou ela se virando em minha direção enquanto colocava sua roupa.
-Nada demais, apenas estava vendo minha pétala.- Falei me levantando e indo até a cama, na qual me deitei olhando para o teto pensativa. As meninas já estavam acostumadas ao me verem assim, então não foi algo surpreendente a Alice.
Ouvimos o barulho da porta se abrindo e passando uma Angelina toda distraída em seus pensamentos.
-Ange você está bem?- Perguntou Ali com um semblante curioso.
-Ele me acha bonita...- Falou ainda distraída, mas logo seu rosto foi abrindo um sorriso de lado.
-Amiga você tá bem? Quem falou isso?- Perguntou Alicia mais curiosa ainda.
-Eu estava na comunal com os gêmeos, então o Jorge foi ir dormir, mas o Fred e eu ficamos conversando mais um pouco, ai ele acabou dizendo que gosta da minha inteligência e que também me acha bonita.- Falou toda alegre, se sentando em sua cama.
-Parece que eu e a Lu estávamos certas, você está apaixonada pelo Fred!- Falou Alicia dando pulinhos de alegria comemorando, Angelina nem podia negar, pois estava evidente o que sentia, tanto que só virou a cabeça envergonhada.
-Lu, você está bem?- Perguntou Ange vendo meu semblante sério e pensativo.
-Acham que vão deixar o Harry participar do torneio?- Respondi com outra pergunta.
-Não sei, Dumbledore tinha dito que quem fosse escolhido não poderia desistir, então talvez ele tenha que participar.- Falou Alice pensativa indo para sua cama e se deitando.
-Não acho que Dumbledore ia deixar algo de ruim acontecer a ele, afinal ele ainda é muito jovem para participar...- Falou Angelina.
-Como será que ele colocou o nome no cálice?- Indagou Alice.
-Não foi ele que colocou.- Falei com um tom mais sério que o de costume, fazendo as duas se surpreenderem.- Harry é um bom menino, se ele disse que não foi ele, então não foi ele.- As duas se calaram e refletiram.
-Realmente não faz sentido ter sido ele, afinal nem os gêmeos conseguiram, como ele conseguiria? O mais provável é que alguém colocou o nome dele.- Argumentou Angelina.
-É isso que me preocupa...- Desabafei acompanhada de um suspiro nervoso.
-Melhor irem dormir, já está tarde e temos que levantar cedo.- Falou Angelina vindo até minha cama.- Não se preocupe, Dumbledore não vai deixar coisas ruins acontecerem com ele.- Falou colocando um braço em meu ombro. Devolvi um sorriso agradecido.
-Vou ir tomar um banho, boa noite meninas.- Disse se virando.
-Boa noite.- Respondemos juntas. Logo meus olhos foram se pesando e adormeci.
22/11/1994
Esses últimos dias tem sido horríveis, mais para o Harry do que para mim. Muitos ficaram chamando Harry de mentiroso ou trapaceiro, principalmente os lufanos, compreensível eles pensarem isso já que o campeão era só o Cedrico da Lufa-Lufa, mas mesmo assim é triste ver que quase ninguém acredita nele. Pelo que sei Rony tem evitado Harry nesses últimos dias isso tem feito Hermione ficar para baixo, dividida. Estou me aproximando mais dele para que saiba que não está sozinho, acho que funcionou um pouco, ele tem desabafado comigo, eu não julgo a situação só fico perto dele mais como uma ouvinte, pronta para conforta-lo com um abraço.
Estávamos eu e Harry no salão comunal já a noite esperando Sirius aparecer na lareira como havia instruído a nós dois.
-Harry não ligue para o que essa mulher diz, você sabe quem realmente é.- Digo para ele que lia uma parte do Profeta Diário sobre o torneio Tribruxo.
-Isso tudo é mentira nunca disse nada disso, ela está colocando palavras falsas na minha boca.
Levei um susto quando ouvi um barulho vindo de trás, minha atenção foi para as chamas.
A cabeça de Sirius flutuava sobre as chamas. Meu rosto se iluminou com o primeiro sorriso que não dava em dias. Harry deixou a poltrona, foi se agachar ao meu lado diante da lareira e disse:
- Sirius, como é que você vai indo?
Sirius tinha a aparência diferente da que me lembrava. Da outra vez, quando nos vimos, o seu rosto estava magérrimo e fundo, emoldurado por uma juba de cabelos compridos, negros e embaraçados - mas seus cabelos estavam curtos e limpos agora, o rosto mais cheio e ele parecia mais jovem. Seus olhos azuis são os que mais sinto falta de ver.
- Eu não sou importante, como vai você? - Perguntou Sirius sério.
- Estou... - Por um segundo, Harry hesitou em falar "ótimo", mas não conseguiu. Antes que pudesse se refrear, estava falando mais do que falara em dias, que Rita Skeeter publicara mentiras sobre ele no Profeta Diário, que não podia andar pelos corredores sem caçoarem dele, e que seu amigo Rony não acreditava nele, e tinha ciúmes, e que ninguém acreditava que não tinha se inscrito no torneio voluntariamente.
-Ei! - Exclamei ofendida assim que ele terminou a frase.
-Quer dizer, menos a Lu. - Ficou constrangido. - Ela confiou em mim desde o início.
-Não tinha dúvidas que ela fizesse diferente. - Falou Sirius virando o olhar para mim, com um sorriso singelo.
-Um... - Fiquei envergonhada e não sabia o que dizer, então simplesmente abaixei o olhar.
- E também, agora Hagrid acabou de me mostrar qual vai ser a primeira tarefa, e são dragões, Sirius, e estou perdido. - Terminou ele desesperado. Coloquei a mão em seu ombro e Sirius observava o garoto com os olhos cheios de preocupação. Deixara Harry terminar de falar sem interrupção, mas agora disse:
- Dragões a gente pode dar um jeito, Harry, mas falaremos disso em um minuto, não posso me demorar muito aqui... arrombei uma casa de bruxos para usar a lareira, mas eles podem voltar a qualquer momento. Tem coisas de que preciso alertá-lo.
-Você arrombou uma casa?!- Perguntei preocupada.
-Luana depois a gente conversa sobre isso.- Falou Sirius apressadamente.
-Quais coisas Sirius? - Perguntou Harry, senti seu ânimo afundar alguns pontos... com certeza não poderia haver nada pior do que dragões à espera?
- Karkaroff - disse Sirius. - Harry, ele era um dos Comensais da Morte. Você sabe o que é isso, não sabe?
- Sei, ele... quê?
- Ele foi apanhado, esteve em Azkaban comigo, mas foi libertado. Aposto o que quiser que foi essa a razão de Dumbledore querer um auror em Hogwarts este ano, para ficar de olho nele. Moody foi quem pegou Karkaroff. Foi o primeiro que trancafiou em Azkaban.
- Karkaroff foi libertado? - Perguntou o garoto lentamente, seu cérebro parecia estar lutando para absorver mais uma informação.
- Por que foi que libertaram ele? - Perguntei curiosa.
- Ele fez um acordo com o Ministério da Magia - disse Sirius amargurado. - Ele fez uma declaração admitindo que errara e então revelou nomes... e mandou uma porção de outras pessoas para Azkaban em lugar dele... ele não é muito popular por lá, isso eu posso afirmar. E desde que saiu, pelo que sei, tem ensinado Artes das Trevas a cada estudante que passa pela escola dele. Por isso tenha cuidado com o campeão de Durmstrang também.
- OK - disse Harry devagar. - Mas... você está dizendo que Karkaroff pôs meu nome no Cálice? Porque se fez isso, ele é realmente um bom ator. Parecia furioso com o acontecido. Queria me impedir de competir.
- Sabemos que ele é um bom ator - respondeu Sirius - porque convenceu o Ministério da Magia a libertá-lo, não é? Agora, tenho acompanhado o Profeta Diário, Harry...
- Você e o resto do mundo - disse o garoto com amargura.
- ... e lendo nas entrelinhas do artigo que aquela tal de Skeeter publicou no mês passado, Moody foi atacado na véspera de se apresentar para trabalhar em Hogwarts. É, sei que ela diz que foi mais um alarme falso - acrescentou Sirius depressa, ao ver Harry fazer menção de falar -, mas tenho a impressão de que não foi. Acho que alguém tentou impedi-lo de chegar a Hogwarts. Acho que alguém sabia que seria muito mais difícil agir com ele por perto. E ninguém vai investigar muito. Olho-Tonto andou ouvindo estranhos, vezes demais. Mas isto não significa que tenha se tornado incapaz de identificar a coisa verdadeira. Moody foi o melhor auror que o Ministério já teve.
- Então... que é que você está me dizendo? - Perguntou o garoto hesitante. - Karkaroff vai tentar me matar? Mas... por quê?
Sirius hesitou.
- Tenho ouvido coisas muito estranhas - disse pausadamente. - Os Comensais da Morte parecem andar um pouco mais ativos do que o normal ultimamente. Mostraram-se publicamente na Copa Mundial de Quadribol, não foi? Alguém projetou a Marca Negra no céu... e, além disso, você ouviu falar na bruxa do Ministério da Magia que está desaparecida?
- Berta Jorkins?
- Exatamente... ela desapareceu na Albânia, e sem dúvida foi lá que diziam ter visto Voldemort pela última vez... e ela saberia que ia haver um Torneio Tribruxo, não é?
- É, mas... não é muito provável que ela tivesse dado de cara com Voldemort, ou é? - Perguntei pensativa.
- Ouçam, eu conheci Berta Jorkins - disse Sirius sério. - Esteve em Hogwarts no meu tempo, alguns anos mais adiantada do que seu pai, sua mãe e eu. E era uma idiota. Muito bisbilhoteira, mas completamente desmiolada. Não é uma boa combinação, Harry. Eu diria que ela poderia ser facilmente atraída para uma arapuca.
- Então... então Voldemort poderia ter descoberto tudo sobre o torneio? É isso que você quer dizer? Você acha que Karkaroff poderia estar aqui por ordem dele?
- Não sei - disse Sirius lentamente. - Não sei... Karkaroff não me parece o tipo que voltaria para Voldemort a não ser que soubesse que o lorde teria poder suficiente para protegê-lo. Mas quem pôs o seu nome no Cálice de Fogo fez isso de caso pensado, e não posso deixar de achar que o torneio seria uma boa ocasião para atacar você e fazer parecer que foi um acidente.
- Até onde posso ver, parece um plano muito bom - disse Harry desolado. - Só precisam sentar-se e esperar que os dragões façam o serviço por eles.
-Harry, nos dragões nós damos um jeito.- Falei seria tentando pensar em algo.
-Que jeito Luana? Sua ideia é chegar perto deles e falar " Oi, será que eu posso passar sem virar churrasco? " - Perguntou se virando para mim sarcástico. Fiquei surpresa com sua atitude e logo Sirius o repreendeu.
-Harry! Tenha respeito com a Luana, lembre-se que ela está do seu lado.- Falou o Black mais seriamente que já vi. Harry pareceu arrependido, mas ficou calado. - Não quero nunca mais ver você tratando-a assim. - Ninguém nunca me defendeu desse jeito. E de novo senti minha bochecha ficar um pouco vermelhinha.
- Desculpa Lu. - Falou arrependido.
-Tudo bem, você só está preocupado, mas tome cuidado para não fazer isso novamente, pois agora não é momento para você ficar sozinho, sem amigos. - Respondi um pouco séria a ele, que balançou a cabeça concordando.
- Certo... esses dragões - disse Sirius, falando agora muito rapidamente. - Tem um jeito, Harry. Não ceda à tentação de usar um Feitiço Estuporante, os dragões são fortes, e têm demasiado poder mágico para serem nocauteados por um único feitiço. É preciso meia dúzia de bruxos para dominar um dragão...
- É, eu sei, acabei de ver - disse Harry.
- Mas você pode dar conta sozinho - disse Sirius. - Tem um jeito e só precisa de um feitiço simples. Basta...
Mas Harry ergueu a mão para silenciá-lo, ouvimos passos que desciam a escada circular às costas dele.
- Vão! - Sibilou Sirius. - Vão! Tem alguém chegando!
Levantamos depressa, escondendo as chamas com o corpo. - Se alguém visse o rosto de Sirius entre as paredes de Hogwarts, faria um estardalhaço dos diabos - o Ministério seria chamado - eu e Harry, seriamos interrogados sobre o paradeiro de Sirius...
Ouvi um estalido nas chamas de trás e percebi que Sirius se fora - observei a escada circular - quem teria resolvido dar um passeio a uma hora da manhã?
Era Rony. Vestido com seu pijama marrom estampado de plumas, ele parou de chofre ao ver Harry do lado oposto da sala.
- Com quem você estava falando? - Perguntou.
- E isso é da sua conta? - Rosnou Harry. - Que é que você está fazendo aqui embaixo a essa hora da noite?
- Fiquei imaginando onde você... - e parou, encolhendo os ombros, logo depois me vendo. -Luana? ... eu vou voltar para a cama.
- Achou que poderia vir bisbilhotar, não foi? - Gritou Harry.
- Sinto muito - disse Rony, ficando vermelho de raiva. - Eu devia ter percebido que vocês não queriam serem perturbados. Vou deixar você continuar praticando com a Luana em paz para a próxima entrevista.
Harry apanhou um dos distintivos POTTER REALMENTE FEDE da mesa e atirou-o com toda a força para o outro lado da sala. O distintivo acertou Rony na testa e ele cambaleou.
-Harry! Já esqueceu o que te falei? - Repreendi seu ato, mas o mesmo me ignorou.
- Toma - disse Harry. - Uma coisa para você usar na terça-feira. Quem sabe você até arranja uma cicatriz agora, se tiver sorte... é o que você quer, não é? - E atravessou a sala, decidido, em direção à escada;
-Rony, deixe me ver se ouve ferimento.- Fui me aproximando, mas o mesmo se afastou.
-Não preciso de ajuda, não me machuquei. - Respondeu ríspido.
- Vai atirar pedra em mim também ou vai ser grosso? - Perguntei irônica. Parece que minhas palavras tiveram peso para ele. - Acho que nós dois precisamos conversa sobre as atitudes imaturas suas e do Harry.- Falei me sentando na poltrona. Logo ele veio perto de mim sabendo que não desistiria tão facilmente. Conversei com Rony durante um bom tempo, tentando o convencer a falar com Harry, ele não me confirmou que iria, mas ficou claro para mim que ele estava arrependido de suas bobagens.
24/11/1994
A atmosfera na escola era de grande tensão e excitação. As aulas iam ser interrompidas ao meio-dia, dando a todos os estudantes tempo para descer até o cercado dos dragões - embora, é claro, eles ainda não soubessem o que encontrariam lá. Tentei pensar em algo para ajudar o Potter, mas ele disse que já tinha uma solução para isso, obviamente fiquei desconfiada e preocupada com sua ideia de convocar a vassoura com o feitiço, mas ele me convenceu que era a única chance que ele teria.
Depois do almoço a Profa. Minerva corria até o Harry no Salão Principal. Um montão de gente estava olhando.
- Potter, os campeões têm que descer para os jardins agora... você tem que se preparar para a primeira tarefa.
- OK - disse Harry, se levantando e deixando cair o garfo no prato, com estrépito.
- Boa sorte - sussurrei a ele.
- Você vai se sair bem! - Sussurrou Hermione ao amigo.
- Ah, vou! - Exclamou Harry, com uma voz que nem parecia a dele.
O garoto deixou o Salão Principal com a Profa. Minerva, que também não parecia a pessoa de sempre; de fato, parecia quase tão ansiosa quanto Hermione.
-Ele vai ficar bem né? - Perguntou Hermione enquanto ainda via a silhueta dos dois saindo do salão.
- Claro Harry vai ficar bem, sei que vai. - Falei tentando passar confiança, mas na verdade estou tão nervosa quanto ela. - A gente vai seguir eles né... - Falei e Hermione balançou a cabeça se levantando rapidamente e fiz o mesmo, seguimos os dois até uma espécie de tenda que estava perto da arena. Hermione começou a assobiar até que ouvimos alguém se aproximar.
-Harry é você? - Perguntou Hermione ansiosa.
-Sim. - Respondeu brevemente.
-Como está se sentindo? Está bem? Só precisa se concentrar e depois... - Fui interrompida.
- Derrotar o dragão. - Respondeu duas vozes juntas.
- Cedi? Cedrico está com você? - Perguntei assustada.
-Sim...- Cochichou.
Fiquei tão ansiosa para poder o ver que passei pela tenda e abracei meu amigo de infância que me devolveu o abraço. Hermione também tinha abraçado Harry com preocupação. Ouvimos rapidamente um fleche quando vimos lá estava Rita Skeeter e um fotógrafo.
-Amor juvenil! - Exclamou a mulher. - Que.... Emocionante! Se o pior de tudo acontecer hoje... vocês até podem sair na primeira página! - Falou arrogantemente.
-"Não a nada para fazer aqui. " - Falou Krum rígido com seu sotaque - "Essa barraca é para campeões... e amigos. " - Falou dando uma rápida olhada a Hermione.
A mulher assustado com seu tom de voz rapidamente falou. - Não tem problema, já conseguimos o que queríamos. - Falou se afastando, enquanto o fotografo havia tirado mais uma foto só que do Krum irritado.
Uma movimentação se fez na entrada e de lá passou os diretores, Fudge e o Bagman.
-Bom dia campeões! Juntem-se por favor. -Falou Dumbledore animadamente.- Vocês esperaram, imaginaram e finalmente esse momento chegou. Um momento no qual só vocês quatro iram desfrutar. O que estão fazendo aqui senhoritas? - Perguntou assim que nos viu.
- Desculpe, nós já estamos indo. - Falei saindo com Hermione. Fomos para a arquibancada, me sentei perto dos gêmeos e Hermione do Rony.
-Onde vocês estavam? - Perguntou um dos dois gritando para poder ouvir, por causa da torcida dos alunos.
- Estávamos conferindo algumas coisas. - Falou Hermione alto. Eles deram de ombros e começaram a gritar na torcida.
Ouvimos um barulho de canhão indicando que havia começado a tarefa.
A multidão gritava... urrava... exclamava como uma entidade única de muitas cabeças, enquanto Cedrico fez uma transfiguração de uma pedra virar um cachorro para tentar distrair o Focinho-Curto sueco. "Aaaaah, por um triz, por muito pouco"... "Ele está se arriscando, o campeão! "... "Boa tentativa - pena que não deu resultado! " Dizia Bagman durante a prova, o que me fez ficar mais preocupada.
- Realmente muito bom! - Gritou Bagman. - E agora as notas dos juízes!
Os juízes mostraram suas notas que formaram 38 pontos.
O próximo campeão foi a Fleur Delacour que enfeitiçou seu dragão Verde Galês para que dormisse. Isso funcionou, mas o dragão roncou e a chama resultante incendiou partes de sua roupa. Logo depois dela foi o Viktor Krum que usou uma maldição de conjuntivite, mas o dragão Meteoro Chinês se debateu em fúria e danificou os outros ovos, ele ficou com 40 pontos. Agora é a vez do Potter e espero que ele consiga fazer o feitiço corretamente. A multidão fazia uma barulheira infernal, mas se era simpática ou não a ele, eu não me importava naquele momento estava preocupada demais. Ele ergueu a varinha.
- Accio Firebolt! - Gritou.
Então vi, cortando o ar às suas costas; ele se virou e viu a Firebolt disparando em sua direção, começando a sobrevoar a floresta, chegando ao cercado e estacando imóvel no ar, aguardando que ele a montasse. A multidão fez ainda mais estardalhaço... Bagman gritou alguma coisa..., mas não prestei atenção. Ele passou a perna por cima da vassoura e deu impulso contra o chão. Um segundo depois ele estava tão alto que nem conseguiria vê-lo se não fosse pelas suas vestes escuras. Como um pontinho preto no céu azul. E mergulhou. A cabeça do Rabo-Córneo o acompanhou; o garoto sabia o que ia fazer, e se recuperou do mergulho bem na hora; um jorro de fogo fora cuspido exatamente no ponto em que ele estaria se não tivesse se desviado... mas parece que Harry não se importou.
- Nossa, como ele sabe voar! - Berrou Bagman, enquanto a multidão gritava e exclamava. - O senhor está assistindo a isso, Sr. Krum?
Harry voou mais alto descrevendo um círculo; o Rabo-Córneo continuava acompanhando o progresso do garoto; sua cabeça girava sobre o longo pescoço - se continuasse a fazer isso, ia ficar bem enjoadinho -, mas era melhor não insistir muito ou o bicho iria recomeçar a cuspir fogo... Harry se deixou afundar rapidamente na hora em que o dragão abriu a boca, mas desta vez teve menos sorte - ele escapou das chamas, mas o bicho chicoteou o rabo para o alto ao seu encontro, e quando ele virou para a esquerda, um dos longos chifres arranhou seu ombro, rasgando suas vestes... os gritos e gemidos da multidão eram imensos, mas o corte não parecia ser muito fundo... Harry começou a voar, primeiro para um lado, depois para o outro, suficientemente longe para o bafo do bicho não o perfurar, mas, ainda assim, oferecendo uma ameaça suficientemente forte para o dragão não tirar os olhos dele. A cabeça do bicho virava para um lado e para o outro, vigiando o garoto com aquelas pupilas verticais, as presas à mostra... Harry voou mais alto. A cabeça do Rabo-Córneo se ergueu com ele, o pescoço agora esticava-se ao máximo, ainda se movendo, como uma serpente diante do seu encantador...
O garoto subiu mais alguns palmos, e o bicho soltou um rugido de exasperação. Seu rabo tornou a chicotear, mas Harry estava demasiado alto para que pudesse alcançá-lo... o dragão cuspiu fogo para o ar, Harry se desviou... as mandíbulas do bicho se escancararam...
- Anda - sibilou Harry, fazendo voltas irresistíveis no alto -, anda, vem me pegar... levanta, agora.... Então o dragão se empinou, abrindo finalmente as poderosas asas negras de couro. - E Harry mergulhou.
Antes que o dragão percebesse o que ele fizera, ou onde desaparecera, o garoto estava voando a toda velocidade para o chão em direção aos ovos, agora sem a proteção das patas com garras do dragão - Harry soltou as mãos da Firebolt -, agarrou o ovo de ouro...
E, com um grande arranco, tornou a subir e parou no ar, sobre as arquibancadas, o pesado ovo bem preso sob o braço bom, o som que gritava e aplaudia com tanto estardalhaço quanto os torcedores dos irlandeses na Copa Mundial...
- Olhem só para isso! - Berrava Ludo Bagman. - Por favor olhem para isso! Nosso campeão mais jovem foi o mais rápido a apanhar o ovo! Bom, isto vai diminuir a desvantagem do Sr. Potter!
Vi os guardadores de dragões se adiantarem correndo para dominar o bicho, e lá na entrada do cercado, a Profa. McGonagall, o Prof. Moody e Hagrid corriam ao encontro de Harry, seus sorrisos visíveis mesmo àquela distância. Ele tornou a sobrevoar as arquibancadas, a algazarra da multidão batucando, e desceu suavemente para pousar, logo depois entrando numa barraca... ele conseguiu cumprir a primeira tarefa, sobreviveu...
Rony, Hermione e eu fomos em direção a barraca que Harry havia entrado. Quando chegamos corri até o Harry e o abracei que me devolveu o abraço. Depois vi Cedrico do outro lado com a Madame Pomfrey corri até perto dele, iria o abraçar, mas a enfermeira deu sinal para que esperasse.
-Como você está? - Perguntei nervosa.
-Já estou melhorando, o ferimento não foi muito forte.- Falou me dando um sorriso consolador.
Depois de conversamos um pouco, Rony e Harry finalmente fizeram as pazes, todos saímos da barraca e andamos em direção a escola. Cedrico foi na frente pois seus amigos o estava chamando. Eu, Harry e Rony estávamos conversando até ouvimos passos correndo atrás de nós.
- Vocês estão empatados no primeiro lugar, Harry! Você e Krum! - Disse Carlinhos Weasley, correndo ao encontro dele. - Escutem, tenho que correr, tenho que mandar uma coruja à mamãe, jurei que contaria a ela o que acontecesse, mas foi inacreditável! Ah, foi, e me mandaram lhe avisar que você precisa ficar por aqui mais uns minutinhos... Bagman quer falar com você na barraca dos campeões.
-Vai lá Harry, eu e a Lu te esperamos. - Falou Rony gentilmente, então o garoto voltou em direção a barraca.
- Então era por isso que você disse que voltaria a nos ver mais cedo do que pensávamos, você já sabia do torneio e da primeira tarefa.- Falei me virando para o Carlinhos que soltou uma risada alegre.
- Tá bom confesso eu já sabia, mas infelizmente eu não podia contar. - Falou dando um sorriso com as bochechas rosadas.
Vimos de longe a professora McGonagall vindo até nós com o Harry ao seu lado.
-... espero que tenha entendido senhor Potter.- Falou ela calmamente.
-Olá Professora é bom revela.- Carlinhos foi na frente e a cumprimentou.
-Carlos Weasley, muito bom realmente o ver, já faz uns bons anos desde sua formatura.- Falou docemente enquanto levantava seus óculos para examinar o mesmo. Quando seu olhar veio a mim a cumprimentei. Depois ela se virou para Harry e desejou boa sorte, e andou até a entrada do castelo.
- Eu sou invisível para ela?- Perguntou Rony debochado vendo a mulher andando.
-Pode ser que ela já esteja ficando gaga, vai saber.- Falou Carlinhos brincalhão nos fazendo dar algumas risadas.
-Rony vamos, a gente falou a Hermione que iriamos ajudar com os bottons do F.A.L.E.- Disse Harry vendo o amigo lhe enviar um olhar debochado.- Pelo menos vamos tentar fazer ela esquecer isso.- Terminou vendo o amigo soltar um suspiro. Logo eles começaram a entrar no castelo.
-O que é F.A.L.E?- Perguntou Carlinhos se virando para mim.
-Não tenho a menor ideia... mas vou descobrir.- Falei dando um sorriso de lado.
-Eu conheço esse seu sorrisinho, vai aprontar o quê?
-Só quero saber o que é esse tal de F.A.L.E, depois converso com a Hermione então. - Disse sem muita importância. - Inclusive, quando você vai voltar para a Romênia?
- Acho que daqui a 1 semana...- Falou coçando a nuca com a expressão cansativa.- Quer tanto saber quando vai se livrar da minha presença?- Brinca se fingindo de ofendido.
-Claro que não seu bobo, só queria perguntar para saber se você quer ir dar uma volta em Hosgmead, ai você aproveita e me fala sobre seus dragões.- Falo dando um sorriso amigável e curiosa com a última parte.
-Bom, então podemos nos encontrar no Três Vassouras no próximo sábado, aí a gente conversa sobre os dragões.- Falou animado. Sabia que ele ia gostar de falar dos dragões e eu vou amar escutar tudinho.
-Bom eu já vou indo, tenho que encontrar os gêmeos, até sábado.- Falei me distanciando e acenando para ele que retribuiu.
Oi gente, esse foi o capítulo de hoje, espero que tenham gostado, não tenho uma data precisa do próximo mais vou me esforçar para terminar mais rápido possível.
Se gostaram não se esqueçam das estrelinhas.
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