Um dia desses, estava rolando pela internet e vi um vídeo que falava que quanto mais você tentar negar um sentimento, mais você inegavelmente sente ele, o que é uma completa ironia se você parar para pensar. Tentar negar algo inegável é mesmo um trabalho para os mais obstinados. O que era totalmente o meu caso claro.

Estava lutando desesperadamente contra meu coração acelerado e a ânsia na boca do estômago, lutando contra as mãos trêmulas e a respiração acelerada, lutando exasperadamente contra a satisfação que sentia ao ouvir as palavras proferidas por ele.

Jeon Jungkook.

Jungkook acabara de confessar abertamente seus sentimentos com relação a mim e fui tomada por um choque de adrenalina que percorreu todo o meu corpo, satisfação, medo, felicidade e angústia me tomaram. Ao mesmo tempo em que era plenamente satisfatório ouvi-lo confessar-se, era extremamente doloroso. Não sabia se ele estava mesmo falando sério, Jungkook estava perdido dentro de um drama profundamente complexo entre ele e seu antigo relacionamento, o que me tornava espectadora de sua história, me doía pensar que o Jeon pudesse estar apenas deslumbrado com as possibilidades e que na verdade não estivesse de fato sentindo essas coisas por mim.

Fui tomada pelo medo de me entregar. Como me entregaria a alguém que na primeira oportunidade corria para salvar a ex de suas maluquices? Que me largava sozinha em uma festa logo após ter me pedido para ficar? Que não sabia dizer não para quem sabia manipulá-lo tão bem? Para mim, o único vislumbre de futuro que havia era minha frustração por ser deixada de lado por ele de novo, para que fosse correr atrás de sua ex-namorada achando que iria salva-la de mais uma tentativa de suicídio. Uma realidade dolorida, mas muito próxima.

— Já falei para você não ficar de graça, senão arranco as suas bolas, idiota — solto na defensiva. Na verdade quero chorar e nem sei direito o porque, quero abraçá-lo e afastá-lo, quero brigar com ele até a raiva passar e ao mesmo tempo aproveitar a sua companhia que era sempre agradável e me consolar. Jungkook me deixava confusa e febril.

— Mas eu não estou brincando — rebate de pronto.

— Ah Jungkook, para vai? — peço, mas silenciosamente é uma súplica, quero fugir, mas não sei se consigo.

— Parar por que? Porque senão você não vai resistir? — questiona me encarando. Desvio o olhar dele, estou encurralada próxima demais, tento me afastar, mas não consigo. — Não precisa resistir, é só deixar rolar, se você quiser eu quero, tá tudo certo. — Será que Jungkook está tão calmo quanto aparenta? Seus olhos são gentis e amigáveis, quase um convite para acreditar em cada palavra que fala, tão inocentes quando podiam ser, como seus olhos podiam ter expressões tão ambíguas?

— Querer o que, se, quando eu fico você se vai? — O acuso, não posso deixar passar o que ainda me machuca sobre ele. Jungkook solta um riso sem humor e depois suspira.

— Desculpa, eu sei que você quer explicações e eu posso dar todas as que você quiser. — Sua expressão é séria. Cruzo os braços sentando melhor pronta para ouvi-lo. — Naquele dia estava pronto para tomar todos os passos que fossem necessários para chegar até você, mas recebi uma mensagem da minha mãe pedindo ajuda porque a minha ex estava ameaçando pular da ponte Banpo, minha mãe parecia desesperada e como eu estava próximo fui até lá impedir essa maluquice, ela realmente estava pronta pra pular, foi assustador. — Suspiro quando ele fica em silêncio. Apesar de saber desde o início que esse era o motivo, porque eu tinha certeza, ainda doía saber que mais uma vez ele tinha apenas sido manipulado. Estava decepcionada apesar de não estar surpresa.

Fico de pé me afastando dele o máximo que posso.

— Você sabe que ela faz de propósito, não é? — questiono quando vejo que de sua boca não sairá mais nada. — Ela faz isso porque sabe que você vai correr pra ela, é a única forma de te ter. Jungkook você tem que parar ou isso nunca vai ter fim. — O tatuado me encara parecendo perdido com minhas palavras.

— Você acha que a culpa é minha? — Sua pergunta soa ofensiva.

— Não, mas me responde uma coisa: quantas vezes ela realmente esteve perto de morrer? Quantas vezes foram somente ameaças? Se ela quisesse morrer já teria feito, mas não faz, sabe por quê? Porque ela não quer de verdade, o objetivo é apenas te manipular e você cai como um patinho todas as vezes — explico.

— Você acha que é fácil para mim?

— Não Jungkook, não acho que seja fácil, sabe o que eu acho? Que você não deveria querer se relacionar com ninguém se não está pronto para deixar ir, se ela morrer a escolha é apenas dela, não cabe a você evitar algo que se tiver de acontecer, acontecerá. — Sei que minhas palavras são duras, mas não posso deixar de alertá-lo. — Eu vou me deitar, vou ficar no quarto dos meus pais e você fica no meu, boa noite. — Não espero para ouvir mais nada que ele tenha para dizer, saio da sala o mais rápido que posso e me tranco no quarto dos meus pais. Deixando que as lágrimas finalmente saiam. 

Por que estou chorando? Por que estou tão decepcionada? Por que me sinto trocada? Jungkook e eu não temos nada, então por que sinto como se tivéssemos terminado? Será que ter tentado fugir dos sentimentos realmente estava me aproximando ainda mais dele?

Suspiro pesado sentindo uma dor emocional pesada no peito, preciso de um abraço e sei que é dele o abraço que preciso, mas não posso simplesmente o ter, não posso me dar ao luxo de desejar algo assim porque Jungkook não estava pronto para se relacionar com alguém e eu não estava pronta para dividi-lo com ninguém.

Seguro meu celular na mão, o aparelho vibra cheio de notificação do Instagram. Abro o perfil e já tenho 10 mil seguidores, a exposição de nosso relacionamento tinha realmente causado alvoroço. Olho a imagem de nós dois nos beijando de novo e pauso no momento em que nossos lábios se tocam, a sensação de beijá-lo é indescritível, como alguém pode mexer tanto com meus sentidos desse jeito? Ao ponto de me causar alegria e tristeza, conforto e desalento, adrenalina e torpe,  vontade de correr para cima e se jogar e vontade de fugir para bem longe.

Joguei-me na cama no quarto mau iluminado, fechei os olhos e fui tomada pela imagem de seus olhos, misteriosos, profundos, ambíguos, confrontantes, as janelas de sua alma me fitavam sempre tão predadoras e por vezes tão inofensiva, como se olhar para mim despertasse seus lados mais distintos e isso fazia meu coração acelerar.

— Meu Deus, eu tô apaixonada por ele — falo para mim mesma, deixando que mais lágrimas caiam. Odeio admitir isso em voz alta, mas estou totalmente consumida por Jungkook, me afeta, dói, desestabiliza e me enfraquece, mas preciso admitir de uma vez por todas, estou sim apaixonada por ele, fui totalmente fisgada por tudo o que o envolvia, porque o Jeon era extremamente atraente e um convite ambulante para se meter em problemas.

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A chuva chicoteia a janela do quarto com violência, mas particularmente gosto do som. Estou quase inconsciente quando a luz do abajur apaga, movo-me na cama impaciente, apertando no interruptor para ligar de novo o abajur, mas não liga, rapidamente ligo a lanterna do celular mirando para o teto, está tudo muito escuro.

Ótimo! Acabou a luz.

Sinto o pânico já querer tomar conta de mim ao constatar isso, tenho medo de dormir no escuro desde que me assustaram quando criança, meu coração acelera. Tenho a opção de ficar aqui sozinha ou de me juntar a Jungkook e não tenho certeza de qual das duas opções consegue ser a mais assustadora. Engulo em seco, estou com sede. Me movo na cama sentada, decidindo ir beber um pouco de água.

Tomo um susto e solto um grito ao abrir a porta e me deparar com a silhueta de Jungkook no escuro.

— Que susto, garoto — reclamo, assim que o vejo.

— Você também me assustou — acusa.

— O que faz perambulando pela casa escura? — questiono.

— Fui checar se estava mesmo faltando energia, bom, parece que foi no prédio todo — explica. Suspiro pesado.

— Minha nossa — solto muxoxa.

— Você tem medo de escuro? — Seu tom é surpreso.

— Não — minto.

— Se quiser pode dormir comigo, garanto que não farei nada que você não queira. — Ilumino seu rosto com a lanterna do celular, o que o faz semicerrar os olhos por reflexo.

— Cala a boca, seu pervertido. — Dou as costas pronta pra entrar no quarto de novo e fugir dele. Dormir no escuro não me parece uma ideia tão ruim, perto de dormir na cama com ele.

— Hey, é sério empresto meu peito pra você dormir protegida. — Seu tom ameno, me faz suspirar. Queria que fosse simples assim dormir em seu peito e ser protegida por ele, mas ao amanhecer estaria com o coração machucado por todas as circunstâncias, então me limito apenas a fechar a porta sem responder-lhe mais nada.

Os minutos se vão e a energia não volta, ao passo em que não consigo adormecer por estar inquieta, meu telefone descarrega a bateria até que a lanterna se apague e eu não tenha mais nenhuma opção que não seja ficar no quarto escuro sozinha ou então ir até Jungkook. Repouso o queixo em meus joelhos que estão juntos ao meu corpo enquanto estou sentada na cama, um raio ilumina a noite tempestuosa e cria sombras fantasmagóricas no quarto.

Salto assustada quando ouço o trovão e no segundo seguinte já estou saindo do quarto dos meus pais e abrindo a porta do meu próprio quarto onde agora ele dormia.

Jungkook ressoa baixinho, estaria dormindo? Me aproximo mais até que consiga vê-lo com perfeição, ainda usa a calça xadrez, mas está sem camisa, dorme tranquilo com o braço embaixo da cabeça, os cabelos medianos soltos em pequenas ondinhas permanentes, espalhadas para trás, deixando suas sobrancelhas bem desenhadas à mostra, um rosto jovial e quase inocente com um toque sensual e atraente. Seu abdômen definido e cheio de gominhos sobe e desce tranquilamente, a pele macia e esticada me parece convidativa e sinto vontade de tocá-lo.

Que pecado!

Esse homem era um grande pecado.

Péssima ideia, penso comigo. Estou falando sobre tudo, não deveria ter aceitado ser a sua namorada, tinha meu carro, mas também um coração acelerado, a boca seca, uma grande vontade de transar com ele até não conseguir mais andar e muito medo de fazer qualquer uma dessas coisas e me machucar. Estava tão apaixonada por ele quanto poderia estar e tão fundeada por ele, como um navio encalhado e sem a possibilidade de sair do lugar.

Burra como só eu conseguia ser, cai de joelho por Jeon Jungkook.

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Abro os olhos e estou no quarto onde cresci. Encaro o teto um pouco confusa, um braço pesado repousa em minha cintura me agarrando firmemente à um  corpo quente. Olho para trás e me deparo com Jungkook agarrado a mim, a sensação de estar de conchinha com ele é gostosa e me permito sentir um pouco dessa sensação, o tatuado solta o grunhido rouco em meu ouvido que encrespa os pêlos do meu braço, sua respiração é masculina e pesada, o queixo dele roça em meu ombro e sei que está acordando.

Sinto sua ereção roçar em minhas nádegas, é gostosa, dura e me faz salivar. Tenho vontade de pôr na boca só de lembrar das sensações que ele consegue me causar usando o instrumento que tem, desejo intensamente sentir todas essas sensações de novo e tê-lo dentro de mim ferozmente. Mexo-me inquieta me esfregando nele, não devia, mas não luto contra a vontade de meu corpo, não consigo esconder o quanto quero dar pra ele, o quanto preciso de Jungkook dentro de mim, para não enlouquecer com esses sentimentos que me tomam.

— Não me provoca — sussurra grave ao meu ouvido, ainda sonolento. Solto um riso satisfeita.

— Vai Jungkook, faz eu me arrepender de não ter feito isso antes — sussurro totalmente excitada. A mão que está em minha barriga desliza até alcançar o cós do short que uso, Jeon abre o botão e desliza a mão para dentro, sem cerimônias procura com os dedos a minha umidade e me abro para ele. — Ah Jungkook. — Solto ao ser masturbada lentamente por ele, a sensação é maravilhosa, estou úmida e totalmente entregue, com a outra mão ele levanta minha blusa expondo meu seios e abocanha sem pensar muito, reviro os olhos de boca aberta tentando impedir meus gemidos de saírem altos.

Torturando-me em meus pontos sensíveis de prazer, arqueio as costas prestes a ter um orgasmos que parece vir rápido e avassalador dada a minha excitação, então ele para de me estimular, pousando o dedo com força em meu clitóris inchado e latejante.

— Que foi? — pergunto ofegante ao perceber que ele não continua o serviço.

— Quer gozar? — me provoca.

— Claro que sim, me faz gozar — peço.

— Só se você confessar — fala.

— Confessar o que? — questiono.

— Que está apaixonada por mim. — Sorri em meu ouvido, dando uma mordida no lóbulo da minha orelha, estou sensível e me arrepio com o ato.

— O que você ganha com isso? — pergunto sôfrega.

— Te quero pra mim e quero saber se você também me quer, confessa vai, vou te fazer gozar quantas vezes quiser — promete.

— Ah Jungkook... Eu... — ofego só de pensar em proferir as palavras. — Eu... 

— O que...? — Escorrega os dedos pelo meu clitóris molhado me estimulando de novo. Abro a boca perdida entre sensações de prazer e confusão. — Fala baby...

— Eu tô apaixonada por você — solto de uma vez e então rapidamente ele tira a mão de dentro do meu short e se levanta.

— Preciso ir — sua silhueta é apenas um borrão em minha visão. tento ver seu rosto, mas não consigo. — Depois a gente se fala, tá? Tenho que fazer uma coisa, eu te ligo. — Jungkook desaparece do meu campo de visão e sou tomada por uma forte dor, da decepção, do abandono, da solidão, meu coração está partido. Ele fizera aquilo que já imaginava, me deixou largada aqui de novo. Dói muito e quero chorar, queria estar errada sobre ele, mas, para variar, Jungkook parte meu coração com suas atitudes.

Desperto de uma vez, assustada com o que estou sentindo, olho em volta e já é manhã, automaticamente olho para o lado procurando por ele, Jungkook não está ao meu lado na cama, suspiro pesado tentando recuperar o fôlego enquanto passo a mão pelo local onde ele dormia anteriormente.

— Foi um sonho... — sussurro tentando me acalmar. — Um sonho não, pesadelo.

— Falando sozinha? — Encaro o rapaz que me assusta ao falar. Jungkook está na soleira da porta, sem camisa, de braços cruzados, o cabelo solto, partido ao meio, sua postura máscula me rouba o ar por um momento, o que eu estava fazendo da minha vida, Deus? Estava aos pés desse homem, mas tentando fugir dele a todo custo ou acabaria como em meu sonho, sozinha e machucada e se em sonho já doía, imagina só viver esse sentimento?

Continuo encarando a TV que ainda está ligada, na casa que me era estranha, enquanto a chuva caía lá fora de forma torrencial, como se o mundo fosse acabar agora mesmo, como se não houvesse mais amanhã para chover, tinha que chover tudo hoje. Não sinto meu coração bater, estou totalmente perdido. As coisas tinham saído do meu controle, e a julgar pela expressão de MiCha, eu a havia magoado com minha verdade, a verdade da qual não podia fugir, dos meus mais profundos medos e inseguranças. MiCha conhecia um lado meu que não mostrava para mais ninguém e esse lado a empurrava para bem longe de mim, era como puxar e empurrar sozinho, um trabalho de dar dois passos para frente e exatos dois para trás.

Quem poderia parar isso? Somente eu? Estava tudo nas minhas costas? Era um fardo difícil de carregar.

Meu coração doía após ouvir suas duras palavras. No fundo, sabia que ela não estava tentando ser grossa comigo, sabia que só queria me alertar, mas sentia que ela não entendia completamente como me sentia em relação a tudo isso. É difícil quando a sua mente te empurra para a opção de que você é capaz de consertar tudo, abraçar o mundo, resolver todos os problemas, salvar todos. É difícil quando você sente que não existe mais nenhuma opção a não ser ceder, mesmo sabendo que não era a única opção, que havia a opção de simplesmente fugir, mas sua mente nem cogita essa opção.

Fico mais um pouco na sala iluminada pela TV, pois estou sem sono, até que de repente a luz acaba e a TV desliga, encaro tudo escuro em volta e vou até o corredor do prédio, está tudo escuro também, indicando que faltou energia no andar todo. Vou até a cozinha, beslico algo para comer e caminho tranquilamente para o quarto que terei que dormir, estou agitado por dentro, essa não era nem de longe a noite que cheguei a imaginar com a MiCha, não conseguia criar um momento propício para conseguir ao menos beijar seus lábios como queria. Isso era frustrante, a garota era jogo duro e confesso que nunca tinha encontrado tanta dificuldade para ficar com quem eu queria.

A porta de um dos quartos abre de uma vez e MiCha solta um grito baixo, assustada ao me ver, também me assustando com a sua reação exagerada.

— Que susto, garoto — reclama.

— Você também me assustou — acuso.

— O que faz perambulando pela casa escura? — questiona imediatamente.

— Fui checar se estava mesmo faltando energia, bom, parece que foi no prédio todo — explico e a vejo suspirar fazendo uma careta descontente.

— Minha nossa — solta parecendo preocupada.

— Você tem medo de escuro? — Isso pareceu ser o motivo de sua expressão preocupada e amedrontada.

— Não — mente e muito mal.

— Se quiser pode dormir comigo, garanto que não farei nada que você não queira. — Tento brincar para aliviar o clima entre nós. A garota mais baixa que eu mira a lanterna no celular em meu rosto me ofuscando um pouco.

— Cala a boca, seu pervertido. — Me dá as costas rapidamente, tento pensar em algo para que ela não fuja de mim de novo.

— Hey, é sério empresto meu peito pra você dormir protegida. — Ofereço, mas não lhe parece ser suficiente, já que fecha a porta logo depois me deixando sozinho no corredor.

Não sei como chegar em seu coração. Estou frustrado com a forma como me trata e sei que ela tem medo, mas eu também tenho, queria que me desse pelo menos uma dica de como driblar essa situação, como fazê-la ser minha, entregar seu coração da forma como o meu estava entregue.

Me jogo em sua cama depois de tirar a camisa, não era como queria terminar a noite, sozinho, tendo ela no quarto ao lado não, me deixando nem chegar perto, mas por hoje pelo visto era o que teria.

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Depois de um sonho conturbado desperto me sentindo inquieto e percebo que ao meu lado MiCha ressoa tranquilamente, sento-me vagarosamente na cama tentando lembrar o momento em que ela entrou no quarto que não vi ou ouvi. Adormeci profundamente ao ponto de não notá-la. A garota de cabelos negros consegue ser ainda mais bonita dormindo, sua pele é lisa e parece ser ainda mais macia do que em minhas memórias, sinto vontade de tocá-la, sentir a textura em um carinho despretensioso. Meu coração bate acelerado e totalmente entregue à ela. Estou muito mais apaixonado do que imagino e nem estou lutando contra isso.

Me sinto triste ao pensar que MiCha não está aberta a me dar uma chance da forma como estou totalmente disposto a me entregar. Quero ela e, quanto mais a olho e convivo com ela, mais a quero. Cada vez que a vejo me perco um pouco mais, cada noite, cada momento que dividimos me apaixono mais e não há como parar, tudo nela me atrai de uma forma fatal e inevitável. Tento buscar em minha memória alguma vez em que tenha me sentido assim, mas na verdade não lembro, não sei, MiCha é diferente e me causa coisas diferentes.

A garota se remexe minimamente e prendo a respiração, não sei se ela gostaria de me pegar no flagra velando seu sono. Do jeito que é arisca, duvido muito que goste.

 — Ah, Jungkook. — Ouvir meu nome saindo de seus lábios me deixou estático, por um momento tive certeza que ela estava acordada, mas como o silêncio se seguiu percebi que ainda dormia. Ela estava sonhando comigo? Meu coração bate ainda mais forte, pulsando sangue em minhas veias e me deixando ofegante, minhas mãos suam só de pensar que ela está sonhando comigo.

O que seria? Qual seria o conteúdo do sonho?

— ...me faz gozar. — Solta de repente e levo minha mão à boca. Não creio que ela estava tendo um sonho erótico comigo, quero rir e sorrir ao menos tempo em que me excito com a ideia. Quero imediatamente atender ao seu pedido, mas não posso tocá-la enquanto dorme, minhas mãos formigam desejando contato, a quero agora mais do que há um minuto atrás e sofro com todo esse desejo.

Me perco totalmente no que sinto, totalmente mexido por essa garota, não consigo me controlar.

— Eu tô apaixonada por você — murmura quase incompreensível, mas o mundo para de girar. Ela está mesmo? Não estou imaginando que disse isso? Ouvi mesmo o que acabei de ouvir? MiCha apaixonada por mim? Levanto da cama entorpecido com a novidade, MiCha está mesmo apaixonada por mim?

Afasto-me dela até que esteja fora do quarto, preciso organizar meus pensamentos, se tenho uma mínima chance de ficar com ela, preciso aproveitar. Preciso arranjar um jeito de ganhar a sua confiança, provar que não sou quem ela pensa, que não a deixarei para trás.

Ofego nervoso, não posso assustá-la com minha euforia depois dessa notícia, preciso pensar em como agir. Volto para o quarto decidido a não deixar passar essa informação sem aproveitá-la, não posso simplesmente ouvir que ela está apaixonada por mim e deixar passar batido.

Ao abrir a porta vejo a garota sentada na cama parecendo confusa, ela murmura algo e não controlo minha vontade de provocá-la.

— Falando sozinha? — pergunto, me recostando na soleira da porta. Ela me olha surpresa e confusa ao mesmo tempo, o sonho não teria sido bom? Eu não a fiz gozar como queria? Sua expressão não parecia muito satisfeita. Em sonho não fui homem suficiente para ela? 

Mas não se preocupe muito MiCha-ssi, penso comigo mesmo, te darei todos os orgasmos que você quiser, só espere um pouco mais por mim.

Oieeeeee, voltei.

Aí gente tanta coisa aconteceu em dezembro e deu TUDO errado pra mim, quase não chego aqui nesse capítulo, não tô satisfeita com ele, então fechei os olhos e fingi que tá bom, peguem leve comigo pf, tô sensível.

2020 foi um ano muito bom pra mim aqui no watt, não sei se por causa do corona o povo teve mais tempo de ler, só sei que de repente minhas histórias bombaram, uma única história minha teve quase 300mil views só esse ano é assustador e gratificante, então para quem chegou aqui esse ano obrigada.

Não vivemos coisas fáceis esse ano, mas certamente aprendemos muito com cada uma dessas coisas! Que em 2021 tenhamos vacinas pra todo mundo, possamos voltar a nossa vida o mais normal possível, tenhamos saúde, que nossos familiares fiquem bem, pq o resto conseguimos correr atrás.

Eu amo vc, estou feliz de ter sobrevivido a mais um ano por aqui! Feliz ano novo meus amores! Em 2021 nos veremos muitas vezes.