
𝐌𝐚𝐫𝐜 𝐁𝐞𝐫𝐧𝐚𝐥 - 𝐏𝒕. 𝟑 🇪🇸
𝐏𝐄𝐃𝐈𝐃𝐎.: —–—
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𝐒𝐈𝐍𝐎𝐏𝐒𝐄.: Onde Marc e Isabella se odeiam — parte 3
𝐏𝐄𝐑𝐒𝐎𝐍𝐀𝐆𝐄𝐍𝐒.: Marc Bernal ¡×! Isabella Calisto
.¸¸.·♩♪♫ 𝐈sabella 𝐂alisto 𝐏oint 𝐨f 𝐕iew ♫♪♩·.¸¸.
Havia algo que eu detestava mais do que perder. Mais do que errar uma sequência ou falhar um simples salto. Detestava ser surpreendida. E Bernal tinha conseguido exatamente isso.
Surpreender-me. Pela negativa.
Já se tinha passado uma semana desde o nosso pequeno incidente na competição. Uma semana desde que ele me provocou até eu chegar ao limite, desde que me irritou com aquele maldito sorriso convencido que nunca abandonava os seus lábios quando estávamos juntos, desde que me puxou e me beijou. Ele realmente pensou que ganharia alguma coisa com aquilo.
Azar. Não ganhou e nunca ganharia.
Ainda sentia a raiva a borbulhar no meu peito cada vez que pensava no momento exato em que tudo aconteceu. Não porque aquilo me tivesse afetado — óbvio que não — mas porque Bernal achava que podia fazer o que bem entendesse e sair impune. Que podia provocar, irritar, desafiar e sair intacto.
Mas eu não era do tipo que deixava as coisas passarem.
Só que agora, uma semana depois, ali estava eu, sentada nas arquibancadas do estádio de Vallecas em Madri completamente contra a minha vontade.
—"Eles foram ver a tua competição, não nos custa nada ir ver um jogo dele, ainda por cima este, é importante para Marc."
Era sempre o que os meus pais diziam e, como não os podia contrariar, ali estava eu.
Os meus olhos estavam fixos no campo, e tudo o que eu conseguia pensar era que aquele idiota tinha conseguido exatamente o que sempre quis.
Ser titular pelo Barcelona.
Observava aquele imbecil correr pelo campo com a camisola do Barcelona colada ao corpo, vivendo o momento pelo qual sempre lutou.
E era irritante.
Irritante ver como ele se movia com tanta confiança. Irritante ver como ele dominava o meio-campo — mesmo que eu não percebesse nada de futebol. Irritante ver que mesmo eu o odiando, eu sabia que ele era bom.
Ainda assim eu não queria estar ali. — Não queria mesmo. — Mas a minha família estava junto com a de Marc, e ignorar o jogo estava fora de questão. Odiava admitir, mas ele até estava a fazer um bom jogo e isso fazia-me sentir uma pontada incômoda no estômago.
Ele jogava com garra. Na verdade, sempre jogou. E por mais que eu odiasse alimentar o ego dele, Bernal era bom. Ele merecia aquele momento.
Só que então, o choque veio.
Um passe em falso. Uma batida direta contra o joelho. E, de repente, Bernal estava deitado no chão, agarrado ao joelho.
Ele não se levantou.
O estádio todo ficou em silêncio. Observei Cubarsí correr até perto de Bernal, o medo a atravessar os seus olhos enquanto dizia algo aos colegas que chamavam os paramédicos da equipa. Senti o meu estômago afundar de um jeito estranho, desconfortável. Os médicos correrem em direção a Marc, vi a expressão dele contorcer-se de dor, lágrimas a cairem pelo seu rosto. Percebi logo ali quando o tentaram ajudar a levantar que a expressão de dor que ele fez foi suficiente para saber que algo estava seriamente errado.
E, contra tudo o que dizia a mim mesma, senti um aperto no peito.
***
Não sabia o motivo pelo qual tinha ido. Quer dizer, sabia. Todos da minha família estavam preocupados com o estado da lesão, os pais dele queriam visitas e, de alguma forma, fui arrastada para aquilo. Não fazia sentido, honestamente. O que me importava se Marc Bernal tinha ou não um joelho funcional? Era problema dele e não meu.
— Posso entrar sozinha? — Perguntei aos meus pais e à família de Bernal. Eles entreolharam-se desconfiados, sabiam como era o nosso comportamento.
— Desde que não destruas o outro joelho a Marc... — O meu pai brincou, mas o olhar de repreensão que a minha mãe lhe lançou fez o riso dele morrer. — Pronto, pronto, vai lá.
Caminhei ao lado da mãe de Marc até à porta do quarto, hesitei assim que a minha mão tocou no puxador da porta para a abrir, mas lá ganhei coragem para o fazer.
Assim que entrei vi uma enfermeira, ela parecia ter acabado de tirar a pulsação a Marc já que guardou a maquininha numa das gavetas ao lado da cama.
— Vejo que a tua namorada chegou. — Ela sorriu amigável. — A pulsação está regulada, vou deixar-vos a sós.
Revirei os meus olhos ao ouvir aquilo, mas preferi não dizer nada.
— Namorada... — Murmurei quando ela saiu, olhando para o estado de Bernal.
Sentado na cama, um curativo grosso envolvendo o joelho lesionado. O cabelo todo desalinhado, o rosto meio pálido e, os olhos? Ah, os olhos continuam com aquele brilho irritante de provocação.
— Vejam só, a princesa das piruetas veio visitar-me. Não sabia que o hospital tinha serviço de visitas indesejadas.
— Não penses que estou aqui de livre vontade, os teus pais e os meus imploraram para que eu viesse. — Aproximei-me um pouco mais, analisando o seu estado. — Mas se soubesse que mesmo fudido ainda continuas insuportável, nem tinha vindo.
— Sabes onde fica a porta, podes ir.
— Podes enfiar esse curativo na boca e calar-te durante um segundo?
Ele riu, e aquilo irritou-me ainda mais.
— Admite, ficaste preocupada.
— Admite qus mereceste partir esse joelho.
— Não está partido.
— Pena. Poderia estar. Dessa maneira podia ser que te ensinassem a andar de novo e com sorte a jogar melhor.
Marc inclinou ligeiramente a cabeça, o sorriso de canto no seus lábios a tornar-se cada vez mais irritante.
— Admito, estou surpreso. Achei que ias fingir que não te importas.
— E eu realmente não me importo.
— Claro que não. Só viste até aqui porque...
— Porque ambas as famílias pediram.
Ele riu, e senti um certo nervosismo percorrer pelo meu corpo.
— Estavas no jogo?
— Infelizmente, sim. Não tinha mais nada para fazer.
— E viste o momento dramático da minha lesão?
— Vi. E do teu cartão amarelo também. Mas depois continuei a ver o jogo.
— Aposto que ficaste gelada quando me viste no chão.
— Apostas mal.
Ele ergueu uma sobrancelha, o seu olhar preso no meu, como se me tentasse decifrar. Engoli em seco, aproximando-me um pouco mais vendo o quão fudido ele estava.
— Então realmente não te importas? — Provocou mais uma vez.
— Nem um pouco. — Encolhi os ombros.
— Então foi só para isso que vieste? Para ver se eu realmente estava acabado? — Concordei. — Sabes, lá no fundo, aposto que correste para cá assim que soubeste da lesão.
— Bernal... apostas mal. Mas vendo agora, estou a ver que o karma fez o seu trabalho.
— Se estes é o meu karma por te ter beijado, então o que será que te espera depois de me teres batido? Porque até agora parece-me que foste bem recompensada em palco pelo que aconteceu nos bastidores. Parabéns pela vitória, princesa. — Ele bateu palmas de uma forma totalmente irónica.
Os meus olhos brilharam de raiva assim que ele mencionou o momento.
— A única coisa que me arrependo sobre isso foi não te ter batido mais.
Ele fez um beicinho irónico, como se se estivesse a divertir com a minha indignação.
— Achei que gostavas mais de usar as mãos para me puxar para perto.
— Um erro, Bernal. Um. Maldito. Erro.
— Um erro que concerteza cometerias de novo se eu não estivesse meio destruído nesta cama.
— Só se fosse para acabar de te destruir.
O sorriso dele alargou.
— Bonito. Aposto que disseste isso enquanto ficavas gelada ao ver-me cair.
— A única coisa em que pensei foi no quão pacífico seria o meu mundo sem ter de ouvir a tua vozinha irritante constantemente a provocar-me.
— Aposto que tremeste.
— Apostas em tudo, Bernal. Mas continuas a perder. Patético.
Não estava para o aturar mais e, por isso, virei-me pronta para sair, mas mal dei um passo senti os dedos dele envolverem o meu pulso e puxar-me num movimento rápido — e perigoso para alguém que estava lesionado.
— Isa, ainda não acabámos. — O olhar dele suavizou, abandonado o tom provocador para dar lugar a um novo e curioso.
— Marc... — Puxei o meu pulso com força da sua mão, o que foi em vão já que ele acabou por me puxar novamente, fazendo-me sentar sobre a cama, perto dele, a mão dele sem soltar a minha.
O silêncio que se seguiu foi diferente. Diferente dos que haviam acontecido até agora.
Havia algo nos olhos dele — algo que eu nunca tinha visto antes.
Arrependimento?
Dor?
Decepção?
— Isa, admite, que durante pelo menos um segundo, tu te preocupaste.
— Bernal...
— Isa, eu só preciso de saber a verdade.
— Sabes que estás na merda, não sabes? — Murmurei, tentando esconder o nervosismo.
Sim, eu tinha ficado preocupada. Sim, talvez o beijo me tenha afetado. Mas ele não precisava de saber, precisava?
— Só é uma merda se eu não conseguir voltar a jogar. — Ele deu um pequeno sorriso.
E, por um momento, a conversa perdeu a provocação. E eu soube o que era aquele algo nos olhos dele — incerteza.
— Vais voltar. — Disse, mais firme do que pretendia.
Ele soltou uma leve risada.
— Agora confias em mim?
— Não exageres. Mas conheço-te o suficiente para saber que não vais desistir.
— Vai doer para voltar.
Senti a minha respiração falhar, eu queria que ele voltasse, mais do que o que gostaria de admitir.
— Mas vais voltar e é isso que importa. E se não voltares eu mesma trato de te arrastar até ao campo.
— Sabes que nem sempre é assim tão simples, certo?
Eu sabia. Mas odiava ver aquele lado dele. Odiava perceber que, no meio de toda a arrogância e irritação, havia também alguém que se importava demasiado com aquilo.
Ele ainda segurava no meu pulso — mais propriamente na minha mão — a pele dele tão quente quanto a minha, a respiração pesada e quase a falhar, da mesma maneira que a minha.
E, talvez num momento de fraqueza, não consegui evitar.
Beijei Marc.
Não houve hesitação. Não houve dúvidas. Não houve provocação. Apenas a minha mão a subir até à nuca dele, puxando-o para perto, sentindo novamente os lábios dele contra os meus, a forma como mesmo estando completamente fudido ele reagiu de imediato com a mesma intensidade.
E desta vez, eu não fui a primeira a ceder. Nenhum de nós cedeu até a falta de ar se fazer presente.
Quando nos afastamos, respirei fundo e soltei-o de uma vez. Bernal piscou, atordoado durante um segundo, antes do sorriso provocador voltar ao seu rosto.
— Se eu soubesse que só precisava de um joelho fudido para te fazer admitir, tinha-me lesionado mais cedo.
Respirei fundo, engolindo a irritação que ele já me estava a causar de novo e levantei-me rapidamente.
— E vê lá que nem assim te calas.
Sem dizer mais nada, caminhei até à porta, parando antes de sair.
— Foi um erro. Esquece que isto aconteceu.
E sai do quarto antes que lhe pudesse dar qualquer chance de questionar.
FIM ♡
1. Tou a amar tanto a dinâmica destes dois que tou doida pra escrever uma fanfic de enemies to lovers sobre eles.
2. Façam aqui as vossas humildes apostas para o jogo do Barcelona × Benfica 😩
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