
Chapter 11: Lobisomem?
A tarde havia se passado como um raio, estávamos tão distraídos estudando algumas matérias que nem vimos a noite chegar. O garoto ajeitou sua mochila e calçou seu tênis me acompanhando até o cômodo de baixo, onde se encontra a Naty assistindo seu programa favorito de culinária, destranquei a porta abrindo pro Stiles, que saiu para fora da casa e virou-se antes de ir embora.
— Vamos nos ver às oito, te vejo no shopping. — Stiles se aproximou depositando um beijo rápido em meus lábios.
— Tá bem, até lá. — Afirmei, vendo ele correr até seu jeep.
Fechei a porta voltando ao meu quarto, para arrumar os livros na estante. David não me disse o que iamos fazer no shopping, e também não tem como saber se não perguntar, é bem óbvio, afinal. Bati duas vezes na porta de seu quarto e ouvi um "entra", David está separando alguns papéis de algum caso.
— Precisa de alguma coisa, Kath? — David perguntou, ainda focado nos papéis em sua escrivaninha.
— O que vamos fazer no shopping? — Finalmente perguntei. Ele se virou olhando para mim e deu um sorriso divertido.
— Surpresa não se pode revelar, imaginei que teria curiosidade em saber o porquê chamei vocês assim tão de repente. — David parecia se divertir com isso, alguma coisa ele está tramando.
— Tramando algo? — Indaguei.
— Talvez, saberá na hora gatona! — Voltou a dar atenção aos papéis.
Vendo que não vou conseguir descobrir mesmo, me retiro do seu quarto indo para o meu, preciso tomar um banho e lavar bem meus cabelos.
•••
Sentia meu cabelo cheio de espuma por conta do shampoo, coloquei música em meu celular para me distrair um pouco, tinha impressão de alguém batendo na porta, então decidi ver se realmente não era coisa da minha imaginação. Enrolei a toalha em meu corpo e ao abrir, Naty estava com um semblante assustada.
— O que houve? — Perguntei à menina.
— Meu pai saiu faz dez minutos pra pegar alguns papéis no carro e não voltou, estou com medo de ir lá sozinha. — Confessou, ela está assustada e também me preocupou, David não demoraria assim para pegar papéis em seu carro.
Abro a porta saindo para fora do banheiro e fui até meu guarda roupa pegar uma roupa, antes de descer a escada.
Já vestida, meus cabelos ainda estão muito molhados, mas irei deixar isso para depois! Descemos a escada vagarosamente descalça para não fazer barulho, afinal ele realmente não voltou e o tremor no meu corpo começou a aparecer. Vejo uma barra de ferro que com certeza usa para acender a lareira e peguei caminhando até a porta que leva a garagem.
— Fica atrás de mim Naty. — Alertei a garota.
Entramos na garagem vendo que as portas do carro da polícia estavam abertas, eu ousaria chamar o David mas não sei o que pode estar aqui, em passos lentos fui verificando para ter uma certeza que não haveria ninguém no local, estava silencioso. Escutamos o barulho de passos pesados atrás de nós duas e Naty sussurrou meu nome trêmula, peguei um espelho que tinha numa caixa velha de ferramentas e virei procurando ver o que estava atrás da gente.
Não tinha nada, puxei Naty para minha frente e continuei procurando, foi quando algo inesperado aconteceu… não era humano, era meio alto, seu rosto tinha uma forma de criatura com pêlos, olhos vermelhos brilhantes e seus dentes eram afiados.
— O que as mocinhas estão procurando?
Naty deu um grito ao ver ele, me virei de uma vez se afastando para trás junto a garota. Acabamos tropeçando no batente e caímos juntas no chão frio e meio molhado, ele riu de forma bizarra vindo em nossa direção mostrando suas garras.
— Não sabem no que acabaram de se meter. — Sua voz era grossa, amedrontadora.
Ele se preparou para nos atacar quando alguém aparece atirando no seu corpo, ele rugiu alto como um monstro dos filmes de terror e tentou sair, mas foi uma tentativa falha quando David também chegou atirando em seu corpo. O homem caiu no chão com tudo, sagrando muito e pude ver uma fumaça roxa ou lilás saindo de seu braço.
— Meninas! — David exclamou preocupado, vindo em nossa direção.
— Pai! — Naty o abraçou, chorando totalmente assustada.
Ele a ajudou levantar-se do chão e o homem que estava atrás de mim veio ajudar também.
— Você está bem? — Ele perguntou para mim.
— Acho que sim, obrigado! — Respondi, dando um sorriso fraco — O que é aquilo ali?
David apareceu, colocando sua mão nas minhas costas guiando-me até lá dentro de novo. Sentei no sofá ainda em estado de choque.
— Fiquem aqui, eu já volto. — Pediu a nós duas, confirmamos com a cabeça vendo ele voltar até a garagem.
Naty deitou-se sob minhas pernas e abracei seu corpo. Quase morremos ali, ainda fiquei curiosa para saber o que era aquele homem, então levantei a Naty e caminhei até a porta para tentar ouvir a conversa.
“Ele veio a mando de alguém, não viria por conta própria David!”
“Eu sei! As meninas estão em choque com o que viram, preciso voltar pra dentro!”
“Sim, elas precisam de você! E David, tenta fazer elas esquecerem o que viram, vou tentar descobrir porque esse lobisomem esteve aqui. Te aviso se descobrir algo.”
“Pode deixar!”
Lobisomens? Achei que essas coisas existiam apenas em filmes de terror que víamos na TV, então aquele homem é um lobisomem! Ouço os passos do David voltando para dentro e corro até o sofá, assim que me sentei ele entrou vindo até a gente, preocupado.
— Vão tomar banho, vou fazer um chá pra vocês. — Ele ordenou. Naty levantou indo para seu quarto, tão cedo sairá de lá.
David ia se dirigir até a cozinha quando segurei sua mão firmemente, o fazendo me olhar.
— Não adianta mentir pra mim, aquilo que vimos, era um lobisomem? — Perguntei ao David.
Suspirou pesadamente olhando para mim.
— Esqueça o que viu! — Pediu calmamente.
— Esquecer? Como vou esquecer aquele rosto cheio de pêlos e olhos vermelhos? — Perguntei nervosa.
Ele sabia que não ia esconder a verdade por muito tempo, David sabe de alguma coisa e não quer se atrever a contar, está com medo. Mesmo que insistisse para contar, ele não vai dizer, para manter minha segurança.
— Kath, pra sua segurança e da minha filha, não posso te contar. É muito perigoso, meu dever é proteger vocês duas, é tudo que tem que saber! — Ele me diz de forma clara, caminhando até a cozinha.
David está preocupado com o que aconteceu e o homem que estava aqui sabe de muitas coisas, parecia experiente, isso me deixou muito curiosa. A campainha tocou, mas não me atrevo a levantar para abrir a porta, David apareceu com sua arma em mãos apontando na direção da porta, quando se aproximou bastante olhou pela janela procurando ver quem era.
Ele suspirou pesado e baixou a arma abrindo a porta, vejo o Stiles entrar trocando algumas palavras com o garoto, queria muito ter uma audição biônica. Ele veio em minha direção e me levantei para abraçá-lo.
— Você está bem? Se machucou? — Stiles perguntou, se afastou um pouco para verificar se estou ferida.
— Eu tô bem, não estou ferida. — Tentei tranquilizá-lo, ele acariciou meu rosto levemente e deu um selinho em meus lábios.
David fez um barulho com a garganta e nos afastamos, olhando pro mais velho.
— Vou precisar sair agora, tenho que resolver um assunto na delegacia, a ambulância está lá fora tirando o corpo da garagem. Stiles, pode ficar aqui. — David praticamente correu para fora da casa, algo muito mais grave aconteceu na delegacia.
Voltei a sentar no sofá juntamente com o Stiles, me deitei ao lado aconchegando meu rosto no seu peito. Ele me abraça fortemente para que eu me sinta segura, e de fato me sinto assim quando estou com ele
•••
Abro meus olhos sem ter a menor ideia de que horas são, percebo que estou no meu quarto e não lembro de ter vindo para cá, acho que o Stiles me trouxe. Puxei o lençol para o lado saindo da cama, caminhei até o banheiro. Liguei a torneira jogando um pouco de água fria no rosto, repeti duas vezes e desliguei pegando a toalha para secar o rosto, sair para fora indo até a porta ver se alguém está na casa. Desço as escadas vendo que o compartimento estava com as luzes apagadas, nem o Stiles está aqui.
Caminhei lentamente pela casa indo até a cozinha, beber um pouco de água. Liguei a luz logo me dirigindo até a geladeira, peguei a garrafinha de água virando na boca, estava um pouco gelada, terminando guardei a garrafinha e fechei a porta, quando fui sair do cômodo a luz se apagou de repente.
Pronto, daqui a pouco eu morro e ninguém vai saber!
O medo tomou conta do meu corpo e foi no exato momento que tive certeza que não estava sozinha, vejo o jogo de facas na bancada de mármore e tirei uma para pelo menos me defender, sabendo que não iria adiantar. Fui em passos lentos olhando ao redor da cozinha, procurando ver se vejo alguém e tive a ingrata surpresa!
O homem alto que havia sido baleado estava parado na porta, me encarava com olhos vermelhos carregados de ódio, mas tava diferente, não conseguia ver seu rosto direito mas tive certeza que não era mais um monstro que vi hoje cedo.
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Olá pessoal!
Capítulo onze postado, espero que gostem.
Deixem comentários e seus votos, será muito importante para mim.
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